twenty one: my karma get the best of me

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      Me quebra o coração ver Luke com o rosto todo vermelho molhado de lágrimas, os olhos inchados e os soluços constantes por causa do choro. Eu nunca o vi tão vulnerável, fraco, desolado e sofrendo tanto. Acredito que esse "acabou" se refere a seu namoro com a Díaz. Todos sempre me diziam que ano passado logo quando Gabriela foi embora, Luke entrou numa onda depressiva. Não sorria mais, não saía, não fazia nada a não ser ficar se lamentando por ter perdido Gabi. Eu não conseguia imaginar o quão angustiante foi presenciar um amigo tão afundado assim, até estar aqui, vendo de primeira mão Luke desse jeito mais uma vez.

     Eu julguei tanto, mais tanto, o jeito que Perrie me tratava, o jeito obsessivo dela cuidar de Luke, mas agora vendo ele assim, eu consigo entender perfeitamente o porquê dela estar sempre se certificando de que ele está bem. Não deve ter sido nada fácil para ela, ou para nenhum de meus amigos, vê-lo assim e não saber o que fazer.

       - Ah, Luke, eu sinto muito mesmo. - me ajoelho ao lado dele que não está cheio de vidro quebrado e abraço seu pescoço, ele deita a cabeça sobre meu peito abraçando minha cintura. - Mas o que houve no seu quarto? Você tá ferido?

      - A gente brigou, acho que você nunca viu uma briga nossa de verdade. - já vi várias, mas desse tipo, não mesmo.

      Merda, essa coisa deles era muito problemática.

     - Você... não bateu nela, né? - pergunto no automático super assustada com a resposta.

     - Quê? Não! Ela começou a jogar as coisas em mim, eu joguei e quebrei algumas coisas no chão com raiva... mas eu nunca toquei nela. - Ok, isso não me deixa totalmente aliviada, mas pelo menos ele não bateu nela.

      - Você quer me contar como foi?

       - Eu terminei com ela, porque finalmente entendi que nós dois não somos certos juntos. Foi difícil demais perceber isso, Amy, mesmo com todos vocês alertando, eu fechava meus olhos. Dizia para mim mesmo que não tinha porquê sacrificar os momentos bons, pelos momentos ruins. Mas acontece que... os momentos ruins são muitos, e me machucam demais, demais mesmo, eu não aguentava mais, Amy, eu não aguentava mais... - diz e começa a chorar sem parar no meu peito, fecho meus olhos com força e logo lágrimas descem de meus olhos também. Ele só tem 17 anos, não merece tanta dor.

      - Luke, eu sei que tá doendo muito agora, mas você sabe que vai melhorar, certo? - enxugo suas lágrimas e ele levanta sua cabeça para me olhar.

     - Obrigado, eu te amo, Amy.

     Nunca vi Luke tão quebrado, não é uma visão legal. Queria seu rosto iluminado de novo, queria ver seus olhos azuis brilhando e um sorriso lindo estampado nesse rostinho angelical.

     - Eu também te amo, Luke. - sorrio e dou um beijo no topo da cabeça dele.

     - Os papéis se inverteram agora? - verdade, quem costuma dar beijos em topos de cabeças, é ele, na minha em especial. Luke ri ao dizer isso, fico um pouco aliviada, mas sei que ele ainda está devastado.

      - Por ora, sim. - digo sorrindo e ele olha para minha boca. Congelo.

      Ele acaricia meu rosto e se inclina na minha direção, mas esquivo e corto nossa aproximação. Calma, o que foi isso?

       - Ou, ou, ou, Luke, não. Me escuta, você pode achar que nós dois aqui parecemos o certo, mas não somos, ok? E isso tá muito longe de ser o que você precisa. Você só tá triste e confuso, mas não é a mim que você precisa. Você precisa de si mesmo e de seus amigos. E eu tô aqui por isso, pois sou sua amiga, tudo bem?

(dis)connected | cthOnde histórias criam vida. Descubra agora