Amelia sempre foi uma garota muito intensa, romântica e autoconfiante até demais. Sua vida sempre foi repleta de alegria e amor, pois tinha muitos amigos.
Um deles, Calum, era seu melhor amigo. Se conheceram ainda pequenos e o laço só se tornou mai...
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Calum Hood
Duas semanas passaram voando, tinha muito tempo que eu não me sentia tão feliz. Esses últimos dias tinham sido os melhores em anos. Ter Mel de volta, fez com que tudo voltasse ao colorido de antes.
Eu passei muito tempo com raiva dela, sentia vontade de pegar um avião até Londres só para falar umas poucas e boas na cara dela.
Há dois anos, ela me confessou uma coisa que mudou tudo.
Lembro daquele dia como se fosse ontem, passamos o dia na casa de Jade ajudando com os preparativos da festa e Mel estava agindo estranho. Bom, há meses ela estava estranha comigo, mas naquele dia eu pude realmente perceber que tinha algo de errado. Perguntei para as meninas se elas sabiam de algo, disseram que não.
Mais tarde, Mel veio até mim e disse para me encontrar no quarto dela antes da festa começar. Como pedido, lá estava eu em seu quarto esperando ela sair do banheiro em seu vestido cor de rosa brilhante que ela mesma já tinha me mostrado várias e várias vezes.
Quando finalmente saiu do banheiro, sorri para ela. Estava muito bonita e adorável. Amelia sempre foi muito linda e iluminada, o vestido só evidenciou ainda mais isso. Não era nada vulgar, ainda bem, porque assim os meninos não ficariam comendo ela com os olhos.
Eu tinha ciúmes dela, é claro, ela era minha irmãzinha. Tenho uma irmã mais velha, Mali-Koa e uma menor, que era Amelia. Eu sou um garoto, sabia muito bem o que se passava na cabeça deles se vissem ela num vestido muito curto. Ela já chamava atenção apenas por sua beleza natural, não poderia deixar que chamasse ainda mais atenção e que começasse a namorar primeiro que e me deixasse.
Pois é, eu tinha medo disso. A ironia do destino é que ela me deixou de qualquer jeito.
Meu sorriso não saiu de meu rosto e a até a elogiei, ela ficou contente mas assumiu uma postura tensa de novo. Se sentou na cama e ficou olhando para o nada alguns minutos, não sabia bem o que estava acontecendo mas permaneci com ela.
Ela se levantou e foi aí que me confessou tudo. Eu achei que fosse uma brincadeira de começo, não entendia como isso era possível.
Como ela poderia gostar de mim? Logo eu!
Não fazia o menor sentido, mas ela estava tão confiante e séria até que me beijou. Bem, foi só um selinho. E para falar a verdade, foi aquela ação que mudou tudo. Palavras são só palavras, mas quando ela fez aquilo, meu cérebro parou de funcionar. Eu estava beijando Amelia, Amy, Mel. Minha irmã. Aquilo foi um balde de água fria na minha cabeça. Ela não era minha irmã, nunca foi e nunca seria. E até bobo pensando assim, mas aquele beijo me fez perceber o óbvio. Nós não tínhamos parentesco algum.
Quando me afastei, parece que consegui finalmente enxergar Amelia como ela era. Não o que estava projetado em minha mente: a garotinha de cabelos cacheados usando um vestido de borboletas coloridas pedalando perto do parque. Que foi como eu a conheci.
