five: I feel like we're as close as strangers

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Calum Hood





        Eu lutei muito contra essa ideia de realmente fazer terapia, porque achei que não era necessário. Existem pessoas com problemas de verdade por aí fora que precisam muito mais do que eu, então não tinha porquê meus pais gastarem dinheiro só para eu despejar meus erros em cima de outra pessoa. Mas minha irmã e até mesmo minha mãe, sempre se meteram na minha vida e com todo esse drama com Mel, não foi diferente.

       Mali me xingou de tudo quanto é nome feio, mas depois entendeu meu lado. Ficou triste por mim, mas dizia que eu também merecia. É, eu sei que mereço, não preciso de alguém para me apontar o óbvio todo santo dia. Já a minha mãe foi mais compreensiva desde o começo, ela disse que isso tudo sempre foi simples e poderia ter sido evitado com um diálogo aberto. Mas que como somos adolescentes, sempre complicamos tudo. E foi aí que as duas me convenceram que conversar com a Dorothy seria bom.

      Trevor é do meu time de basquete e um amigo meu desde o primeiro ano, nunca fomos tão próximos assim, mas ele era um cara legal. E agora que ele estava namorando uma das minhas amigas, nossa aproximação aconteceu. Já conhecia a mãe dele das vezes que ela ia nos jogos ou quando eu ia na casa dele fazer trabalhos ou só curtir. Ela era bem legal e bem-humorada. Eu com certeza iria me sentir mais confortável conversando com alguém com uma energia tão boa como a dela, então minha mãe marcou com ela mesmo.

       Confesso que quando cheguei lá e me sentei de frente para ela, travei. Eu não sou tímido, nunca fui, talvez quando mais novo, mas mesmo assim não tive coragem de conversar com ela. Por onde eu começo? É se ela achar realmente coisas muito idiotas? Respirei fundo e comecei me apresentando. Bom, ela já sabia meu nome, mas gosto de me apresentar. Meu nome é bonito, gosto de falar ele em voz alta.

 
        Depois de um breve resumo sobre o que eu gostava e não gostava de fazer - que ela mesmo pediu. - eu toquei no nome de Amelia. Ela fez uma careta engraçada quando mencionei o nome dela que só entendi o porquê mais tarde, quando vi Amelia na sua sala de espera. Que coincidência bizarra, ela também se consultava com ela.

       
         Eu fiquei sem graça dela me ver sair dali, não queria que ninguém soubesse que eu estava fazendo terapia. Não que isso seja um problema e uma coisa para se envergonhar, não, não é isso. Só não gosto que saibam que estou vulnerável.

  
        Mas a sessão foi muito boa. Eu não falei exatamente tudo que eu sentia, mas ela soube captar o que eu quis dizer - ou talvez só tenha usado as informações que já sabia das sessões com Amelia. - e me disse algumas coisas que me fizeram repensar tudo.

        - Não se trata exatamente de você merecer passar por tudo isso, ninguém merece coisas do tipo. Mas você tem que parar de se pôr como vítima e entender que tudo que você fez, independente se foi certo ou errado, teve consequências. Não é sobre aceitar que você merece tudo isso e sim sobre aceitar que você errou. Não vai fazer tanto sentido agora, mas pense sobre isso que um dia você irá entender.

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