Amy Martin
Essa semana inteira foi estranha. E hoje eu tive certeza de que algo mudaria na minha vida.
E mudou.
- Filha, a partir de hoje, Edgar e Oliver irão morar conosco.
Foram as palavras de minha mãe quando vi as malas e caixas na sala agora a noite. Ok, ela está apaixonada, eu já entendi isso, mas será que não está sendo precoce demais? Ou eu que sou a chata aqui?
Edgar e Oliver são legais, são boas pessoas, mas ainda sim, fico com um pé atrás. Dorothy diz que é apenas um medo bobo, medo de me adaptar ao novo, já que minha vida toda foi apenas eu e minha mãe. Talvez seja isso, só que estou para surtar. O que, convenhamos, não é nada novo sob o mesmo céu estrelado.
Eu poderia apenas ir a porta ao lado, Leigh-Anne, atravessar a rua, Jade, ou talvez, embora seja improvável por conta de nosso afastamento pelas brigas, virar a esquina, Perrie. Mas eu precisava dele. Não só para desabafar sobre essa nova mudança da minha vida, como também para dizer como me sinto quanto a nós dois.
Eu preciso ser honesta com ele.
Dirijo até a sua casa e sinto que meu coração pode saltar pela minha boca a qualquer momento. Estaciono em frente à porta dele, desço do carro, respiro fundo e toco a campainha.
Ele está lindo, como sempre, ainda que agora esteja com uma cara de cansado ou de quem acabou de acordar. Ainda está lindo. Seus olhos puxados arregalam ao me ver e Duke em seu colo observa tudo quietinho, parece curioso.
- Oi. - tento formar um sorriso. - posso entrar?
- Claro, claro, sim! - dá passagem e eu entro abraçando meus braços. Não estou com frio, só nervosa mesmo, mas não tanto como naquele dia do passeio.
Aquele dia eu surtei mesmo.
- Desculpa, eu te acordei? - Calum nega com a cabeça. - É que eu estou muito nervosa, precisava sair de casa.
- Aconteceu alguma coisa? - sua expressão muda para preocupação.
- Sim, ou talvez não. Talvez eu esteja fazendo muita tempestade num copo d'água. - ele franze o cenho, mas sorri.
- Tem chocolate quente na cozinha, vem. - acompanho Calum até o cômodo e me sento numa cadeira da mesa. Lá ele põe Duke no meu colo para nos servir e se senta na cadeira à minha frente, na outra ponta da mesa. - Agora me diz, o que aconteceu, pequena?
Meu coração erra as batidas ao ouvir ele dizer "pequena". Ele começou a me chamar assim, quando começou a crescer mais do que eu, acho que nos nossos 13 anos. Eu costumava odiar e até achar brega, como também odiei quando ele começou a me chamar de Mel ainda criança - também houve uma época que ele me chamava de Lia! Lia, acredita? Nada a ver, mas, sim, Calum gosta de quebrar o meu nome: A-Mel-ia ou Ame-Lia. -, mas com o tempo, "pequena", se tornou um apelido que eu também amava muito. Por que toda vez que nos distanciamos, ele para de chamar assim, com esses apelidos carinhosos? Ele até parou de me chamar de "Mel", mas foi eu mesma que pedi... Esses apelidos tem um efeito grande sob mim. Sorrio, mas acho que ele não percebe o que essa palavrinha me fez sentir.
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(dis)connected | cth
RomanceAmelia sempre foi uma garota muito intensa, romântica e autoconfiante até demais. Sua vida sempre foi repleta de alegria e amor, pois tinha muitos amigos. Um deles, Calum, era seu melhor amigo. Se conheceram ainda pequenos e o laço só se tornou mai...