Capítulo XXVII - If I Ain't Got You.

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Hand me the world on a silver platter
And what good would it be?
And no one to share
With no one who truly be cares for me

Some people want it all
But I don't want nothing at all
If it ain't you, baby
If I ain't got you, baby
Some people want diamond rings
Some just want everything
But everything means nothing
If I ain't got you, you, you...

( Alicia Keys: If I Ain't Got You )

Ela não costumava ir muito à Metropolis. Não tinha muitos motivos para isso. Tudo de que precisava estava em Smallville.

Contudo, enquanto olhava a paisagem do lugar, através da janela da limousine dos Luthor, ela compreendeu que havia uma outra razão: a cidade lhe fazia lembrar de Londres.

Sentia falta da Inglaterra, do seu país, da sua vida em Londres, do seu trabalho... Sabia que era natural. Passou a vida toda lá, viveu todos os momentos importantes naquele lugar. Sua mãe, de certa forma, estava lá - gostava de visitar o túmulo dela e conversar, como quando fazia quando ela estava viva.

Todas as pessoas que recomeçam num outro país passam por essa experiência. Entretanto, no seu caso, também havia a incerteza; não conseguia definir se estava mesmo recomeçando.

Se fosse inteiramente honesta, poderia dizer que já imaginava uma vida para si em Smallville, ao lado das pessoas que ela tanto amava. Verdade seja dita, não havia ninguém à sua espera em Londres.

Contudo, ainda existia o medo...

O motorista deixou-a em frente ao prédio da LuthorCorp. Ela ficava impressionada com a imponência do lugar, toda vez que o visitava. A bela arquitetura, o logotipo da empresa no topo do edifício... tudo impecável. A única parte que considerava desconfortável era o prédio ser praticamente todo de vidro, mesmo sabendo que de fora não era possível ver o que havia do lado de dentro. Uma extravagância desnecessária, na opinião dela.

Ela não se deslumbrava com nada daquilo. Para ela, não importava a fortuna da sua família, a mansão onde ela morava agora, sempre gostou mais das coisas simples. Ela não dava valor ao que poderia ter, fazendo parte da família Luthor, seu único desejo era ter as pessoas que ela amava por perto. O maior tesouro da sua vida eram elas.

Enquanto caminhava até a cobertura, onde ficava o escritório do seu pai, ela pensou sobre como nunca se imaginou trabalhando alí. A empresa era poderosa. Eles contavam com um número considerável de acionistas e tinham projetos nas mais diversas áreas. Também possuíam um programa de pesquisas sobre tecnologia e doenças raras e uma Fundação que dava bolsa de estudos a jovens cientistas que, posteriormente, trabalhavam nessas pesquisas.

Clara nunca se interessou por essa parte da vida do seu pai, até ficar mais próxima dele. Passou a admirá-lo quando compreendeu a proporção do trabalho dele. Era um homem extraordinário, não dava para negar. Ela sentia orgulho dele.

Sorriu, com a constatação. Não imaginou que se sentiria assim sobre ele; era orgulhosa do pai que tinha.

Contudo, não se imaginava alí. O mundo dos negócios não era a sua vocação. O ensino era. Sentia tanta falta do seu trabalho na escola... Balançou a cabeça, para afastar o pensamento.

Avistou a Martha quando chegou no último andar. As duas deram um caloroso abraço.

Martha falou sobre o Lionel estar em uma reunião, mas ela não deu muita atenção e caminhou até o escritório dele.

Quando ela abriu a porta, não conseguiu controlar a irritação.

Ele não parecia estar numa reunião, aquilo parecia mais um encontro.

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