Capítulo XXVIII - Today Was A Fairytale.

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Time slows down
Whenever you're around

But can you feel this magic in the air?
It must have been the way you kissed me
Fell in love when I saw you standing there
It must have been the way
Today was a fairytale...

( Taylor Swift: Today Was A Fairytale. )

Estava sendo um dia calmo no hospital. Não havia casos graves na emergência. Apenas os casos de rotina e alguns pacientes internados, que ele precisava ver com alguma frequência.

Sendo assim, ele poderia encontrar a Clara na lanchonete. Teria que ser uma visita rápida, mas ele conseguiria vê-la.

Ela passou um dia fora, um dia sem falar com ele no telefone e ele sentiu uma imensa falta,  como se ela estivesse há dias longe dele.

Era evidente a sua dependência. Mas ele não se importava. Estava feliz, muito feliz!

Aproveitou que ela ainda não havia chegado, para ler alguns prontuários. Quando a viu, abriu um enorme sorriso e não escondeu a emoção em reencontrá-la.

Clara constou, bastante animada, sobre o passeio que fez com o pai. Ele gostava muito de vê-la feliz.

Tudo estava indo bem, até que ela pronunciou um nome, aquele que ele desejava nunca ouvi-la dizer: Melody Pond.

O que ele mais temia aconteceu. Tentou, em vão, se manter calmo. Não conseguiria mentir e não era justo continuar mentindo.

- Ela é minha ex-esposa. - Falou, num sussurro.

Observou atentamente as expressões no rosto dela, que oscilavam entre surpresa e descrença.

- Como? - Perguntou, confusa.

Não sabia como explicar. Não conseguia encontrar as palavras certas para usar. Contudo, de alguma forma, teria que dizer.

- Acredite, eu estou tão surpreso quanto você.

- John, como a sua ex-esposa começou a trabalhar justamente com o meu pai?

- É uma das ironias do destino. Uma infeliz ironia. - Ele sorriu, para tentar disfarçar a tensão. - Há alguns meses eu li no jornal que ela era a nova representante das Indústrias Wayne. Eu nunca poderia imaginar que a LuthorCorp faria uma parceria com o milionário Wayne e que justamente a Melody seria a representante.

- É uma infeliz ironia, com certeza. - Clara disse, sem esconder o aborrecimento. - O meu pai, ele sabe?

- Não posso dizer com certeza, mas provavelmente sim.

- Vocês dois mentiram para mim! - Exclamou, com raiva.

- Também não estou feliz com isso, Clara.

- Eu não gostei dela, senti uma antipatia imediata, como se houvesse algo me dizendo que... - Passou uma das mãos sobre o cabelo. - Eu nem sei o que pensar.

- Imagina como eu fiquei? Nunca pensei que teria que encará-la outra vez. Nem nos meus piores pesadelos eu me imaginava numa situação assim.

- O que houve entre vocês, John? Por que você fica tão nervoso quando fala dela?

Ele tinha consciência de que estava deixando transparecer o seu nervosismo. As mãos trêmulas, a respiração levemente irregular. Falar sobre a Melody era como reviver o passado.

Sabia que deveria dizer toda a verdade à Clara. Contudo, tinha medo da reação dela. Tinha muito medo.

Ele baixou os olhos, indicando que não queria falar sobre o assunto.

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