Uma Nova Família

Epílogo.

O dia tão esperado chegou!

Ele não estava se casando pela primeira vez, mas a sensação era essa.

Se recordava vagamente de como se sentiu durante as horas que antecederam a cerimônia do seu primeiro casamento. Estava nervoso, claro, mas não era nada em comparação com o nervosismo que sentia agora.

Suas mãos tremiam tanto! Não teria conseguido dar o nó em sua gravata, se o Lex não estivesse com ele para ajudá-lo. Era uma pilha de nervos tão grande, que começou a fantasiar que a Clara o abandonaria no altar, como num filme de drama, onde a mocinha, no último instante, decide que não está pronta para dar um passo tão importante.

O Lex não conteve as gargalhadas quando ele confessou esses devaneios.

Obviamente ele sabia o quanto estava sendo ridículo, mas fato era que manteve esse pensamento assustador consigo até vê-la adentrar à igreja, de braço dado com o Lionel.

Todos os detalhes da cerimônia, a decoração do ambiente, os convidados, as palavras do padre... tudo desapareceu, restando apenas a visão da sua noiva, trajando um vestido branco que a deixava linda, ainda mais do que já era, tal qual a um anjo.

Ela era mesmo um anjo, bom e iluminado, que abençoava não apenas a vida dele, como a de todos aqueles que tinham o privilégio de conviver com ela.

Enquanto trocava os votos e as alianças, simbolizando o amor que os uniria pela eternidade, com ela, ele sentia o coração bater tão forte, como se fosse saltar do seu peito.

As mãos ainda tremiam, o rosto repleto de lágrimas. Estava muito emocionado. A Clara também.

A felicidade que sentia era indescritível! A emoção por saber que teria aquela mulher para sempre, como sua esposa, amante, companheira, era imensurável!

Se os detalhes da cerimônia passaram despercebidos por ele, o mesmo aconteceu com a festa.

Aconteceram as esperadas felicitações dos convidados, as fotografias dos noivos com todos, os discursos, a tradicional dança entre pai e filha... Tudo muito bonito e emocionante. Mas ele não dava tanta importância, tamanha era a espectativa de estar sozinho com a Clara.

Tudo estava documentado por inúmeras fotos e vídeos, pelo que ele poderia rever a cerimônia mais tarde e olhar para o momento com mais carinho. Agora, só existia uma coisa que ele desejava...

Ironicamente, a despeito do seu desejo, as horas se arrastaram, até que a Clara e ele deixassem a mansão, rumo ao hotel, em Metropolis, onde passariam a noite. Pela manhã, eles iriam viajar para a lua de mel; fariam um tour por cidades da Europa - escolha da Clara.

A Clara era só risadas, enquanto ele a carregava no colo, desajeitado, para dentro do quarto.

- John, você vai me derrubar. - Ela falava, em meio aos risos.

- Eu sou um homem forte. - Contrapôs, dando meia-volta com ela ainda em seus braços. - E nem precisa ser tão forte para carregar você.

Ela deu um tapa no peito dele.

- Clara Oswald Luthor Smith - a baixinha mais linda que existe! - Ele exclamou, se esquivando de outro tapa dela.

- Me solta, John. - Ela pediu, tentando se desvencilhar dele. - Eu preciso tirar esse vestido.

- Eu ajudo você com isso... - Dirigiu um sorriso cheio de segundas intenções a ela, ao que Clara retribuiu com igual efeito.

Ele a levou consigo, deitando ela, com cuidado, sobre a cama.

Começou por retirar as luvas das mãos dela, pressionando os lábios sobre os pequenos e delicados dedos da jovem, como fez tantas vezes, desde que se conheceram.