Capítulo XLIV - I Don't Believe You.

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And every night, the passion's there, so it's gotta be right, right?

No, I don't believe you
When you say don't come around here no more
I won't remind you
You said we wouldn't be apart
No, I don't believe you
When you say you don't need me anymore
So don't pretend to
Not love me at all...

(Pink: I Don't Believe You)

Clara sorriu, observando a felicidade no rosto do seu pai. Era um sentimento genuíno, ela tinha certeza.

Ele estava enfrentando uma batalha com sigo, uma guerra entre as suas convicções, seu temperamento rude e egoísta, contra os seus sentimentos e o desejo de ser amado, como qualquer pessoa deseja. Ele guardava essa necessidade em baixo de muita amargura, culpa e medo. Era o medo que o impedia de tentar mudar.

Ela não era ingênua a ponto de acreditar que ele mudaria completamente, que se tornaria um homem altruísta e gentil. A personalidade dele não permitia uma mudança tão grande. Mas ela não dava tanta importância a isso. Amava aquele homem, com todos os defeitos.

Contudo, ele poderia se tornar mais sociável, menos rude. Ele era uma pessoa sensível, quando baixava a guarda.

A felicidade dele, alí, com as poucas pessoas que ela convidou para o jantar, lhe dava a certeza de que essa mudança era possível!

Ela sentiu muita ternura, quando a Chloe chegou e ele a recebeu com uma expressão ainda mais feliz. Ele abraçou a garota e beijou o rosto dela, com muita afeição.

Será que ele estava começando a abrir o coração para a Chloe?

Clara desejava imensamente que sim. A Chloe amava o seu pai sinceramente, e isso era motivo suficiente para que ela desejasse que os dois se entendessem.

- Eu ainda acho que a Srta. Sullivan conseguiu a proeza de ganhar o coração do nosso Homem de Lata. - John falou, atrás dela, colocando os braços em volta da cintura dela. - Ele ainda não se deu conta disso, mas já começa a dar sinais de que sente algo por ela.

Clara virou o pescoço na direção dele e beijou, brevemente, os lábios dele.

- Eu gostaria muito de acreditar nisso. Eu gosto da Chloe, ela é uma moça muito gentil e se importa com ele. Mas nunca podemos ter certeza de nada em relação ao meu pai. Ele é complicado, difícil de compreender.

- Não é tão difícil assim de entender. - Ele a abraçou. - O Lionel, no fundo, é um homem sensível, mas ele teme essa característica, então esconde ela, até de si mesmo. Ele peca pelo excesso de autopreservação.

Clara sorriu. O Doutor era um homem sábio e a imensa empatia que ele tinha por todos, lhe dava uma melhor compreensão sobre as pessoas ao redor.

Ela não se cansava de admirar ele.

- Eu amo você, John. - Ela disse, se aconchegando melhor nele.

- Eu estava ficando preocupado.  Eu estou aqui há quase uma hora e você ainda não tinha declarado o seu amor por mim.

Clara deu um tapa no peito dele.

John fingiu estar com dor, enquanto sorria.

- Eu também te amo!

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