Capítulo XXVI - Tears Of The Dragon.

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For too long now, there were secrets in my mind
For too long now, there were things I should've said
In the darkness, I was stumbling for the door
To find a reason, to find the time, the place, the hour

Waiting for the winter sun and the cold light of day
The misty ghosts of childhood fears
The pressure is building, and I can't stay away

I throw myself into the sea
Release the wave
Let it wash over me
To face the fear, I once believed
The tears of the dragon for you and for me

( Bruce Dickinson: Tears of the Dragon )

Lex observava a parte de cima do celeiro dos Kent. O refúgio do Clark, a fortaleza da solidão dele.

Estava distante do Clark, sabia que o rapaz devia estar preocupado, se perguntando a razão da distância. Não saberia o que dizer, teria que mentir - como se já não estivesse mentindo o suficiente.

Ele não queria se afastar, mas não conseguia mais encarar o Clark sabendo o que estava escondendo dele.

Passou meses mentindo, se convencendo de que não precisava dizer a verdade, porque não tinha feito nada de errado e, principalmente, porque ninguém descobriria.

Não poderia estar mais enganado.

Nem mesmo a Clara, a pessoa mais sensata que ele conhecia, soube o que dizer. Ela optaria pela verdade, é claro, porém sabia que era uma situação complicada.

Não estava pior apenas por causa dela, pelo apoio, amor e compreensão que ela oferecia a ele.

Tinha agora alguém com quem contar, um membro da sua família que ele realmente considerava como tal. A Clara foi a segunda melhor coisa que aconteceu em sua vida.

Observou mais atentamente o lugar. No meio de pilhas de roupas, livros e objetos, ele avistou a caixa de chumbo que ele deu ao Clark, pouco tempo depois que os dois assumiram um para o outro o que havia entre eles.

Segurou o objeto entre as mãos. Era uma caixa muito bonita, adornada com símbolos em dourado. Os símbolos eram referências aos Cavaleiros da Távola Redonda.

Se lembrou de quando a sua mãe lhe deu a caixa. Foi pouco tempo antes da morte dela. Ela disse que se tratava de um presente passado de geração em geração na família dela, que a pessoa que estivesse de posse do objeto, deveria entregá-lo à pessoa mais nobre que conhecesse.

Tinha um relacionamento amoroso com a mãe, Lillian. Ela era a sua melhor amiga, sua confidente, seu refúgio, a única pessoa que o amava na época. Quando ela partiu, ele sucumbiu à escuridão e só voltou a enxergar a luz quando o Clark apareceu para resgatá-lo. Não aguentaria perder o Clark...

Passou a mão sobre o rosto.

A mãe entregou o objeto a ele, mas Lex nunca se sentiu digno de ter a caixa. Contudo, sabia que agora, ela não poderia estar em melhores mãos.

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