Capítulo 29

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        Pov Maxon

   Acordei no dia seguinte bem melhor, mas meu corpo doía e minhas costas também.

    Preparei um café bem quente para mim e um lanche de atum bem reforçado. Estava muito faminto, já que não tinha comido nada na noite passada.

     Resolvi tomar um banho para limpar as feridas, mas sabia que não iria conseguir fazer um novo curativo sozinho, então apenas lavei as feridas do jeito que conseguia.

     Depois disso, eu sabia que precisava prepara algo para comer, pois estava quase na hora de almoçar, mas eu ainda me sentia cansado, eu sempre ficava assim depois de levar uma surra de meu pai.

    Me joguei na cama de novo, liguei a TV no quarto para escutar as notícias, mas acabei adormecendo novamente.

    Acordei com a campainha tocando e quando olhei no relógio vi que era 18:00 da noite. Meu Deus eu tinha dormido demais.

     Levantei e fui abrir a porta, para minha surpresa, América estava parada bem ali na minha frente e com as mãos cheias de sacolas.

     --Espero não estar encomodando. -ela disse assim que deixei ela entrar.- Mas vim cuidar das suas feridas e perguntar se quer tomar café comigo?

     --Eu vou adorar tomar café. -respondi, mesmo sabendo que era uma péssima ideia.- E obrigada por vir até aqui apenas para cuidar de mim.

    --Não é problema algum, afinal de contas você cuidou de mim. -ela respondeu colocando as sacolas na mesa.

    --Eu não fiz nada demais. -falei.- Na verdade era o certo a se fazer depois de ter te atropelado.

    --Mesmo assim eu te devia uma, é apenas o meu jeito de agradecer. Agora sente-se na cadeira e fiquei de costas para mim.

     Eu fiz o que ela mandou, me sentei na cadeira de costas para ela. América passou aquele unguento nas minhas costas e depois colocou mais algumas bandagens ou algo desse tipo para manter as feridas protegidas.

    --Você tem uma boa cicatrização. -ela disse depois de ter terminado.- Suas feridas já estão bem melhores agora e em breve estarão curadas, mas você ainda vai sentir dores nas costas.

    --Esta tudo bem América, eu já estou acostumado com isso. -falei meio sem pensar.

    --Maxon posso te perguntar uma coisa? -eu concordei com a cabeça, enquanto começava a arrumar a mesa para tomarmos café.- Foi seu pai quem fez isso com você?

   Ela fez uma pergunta, mas seus olhos me diziam que era uma afirmação. Eu não queria dizer a ela, mas por algum motivo meu coração me dizia que eu podia confiar.

    --Sim, América, foi ele quem fez isso comigo. -respondi, sendo sincero com ela.

     --Por que um pai faria isso com o próprio filho? -ela perguntou se sentando na mesa.

     --Para o meu pai. -comecei também me sentando e servindo um pouco de café.- Isso é um modo de me educar.

     --Desde quando isso vem acontecendo?

     --Desde os meus 10 anos.

     --Meu Deus. -ela estava bem chocada.- E sua mãe concorda com isso?

    --Ela não sabe. Depois da primeira surra, meu pai me ameaçou dizendo que se eu contasse algo para minha mãe ele faria o mesmo com ela. Sabe América não me importo de apanhar, mas se fizerem com a minha mãe eu me importo e muito.

    --Isso é muito bonito. Mas por que seu pai fez isso com você agora?

     --Fazia anos que ele não me agredia. Mas ele fez isso agora, por que enfrentei ele.

     --E por qual motivo você faria isso? Você me parece ser um filho bem obediente.

    --E eu sou, mas meu pai tem a mania irritante de controlar a minha vida e dessa vez eu me cansei disso, enfrentei ele e fui punido. Mas não me arrependo do que fiz.

    "Já não aguento mais ele me dizendo o que tenho que fazer, o que não tenho. Não sou mais uma crianças, posso tomar minhas próprias decisões, mas meu pai nunca me deixará fazer isso, até que tome as rédeas da minha vida e aos poucos irei conseguir isso."

    --Fico feliz de ouvir isso, mas por favor Maxon, tome cuidado, seu pai parece ser um homem perigoso. -ela falou para mim e pegou minha mão.- Não quero ter que voltar aqui para cuidar de mais ferimentos.

    --Pode deixar, eu vou tomar cuidado. -falei sorrindo.- Mas vamos mudar de assunto, quero falar de coisas boas.

     --Esta bem. Como você quiser.

    Continuamos conversando por muito tempo, mas América teve que ir embora, afinal de contas amanhã teríamos que ir trabalhar bem cedo.



      Olá Leitoras e leitores, estamos de volta.

    Eu sei que demorou, mas a faculdade está ocupando o meu tempo por completo.

   Espero que gostem do capítulo.

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