Capítulo 15

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     Pov América

     Eu ficava tendo sonhos com Aspen. Sonhos com ele me beijando, me abraçando, mas depois ele me deixava e eu tentava ir atrás dele, mas não conseguia me mexer. Eu era engolida por um tipo diferente de medo e novo de escuridão.

    Depois disso eu sonhava que estava conversando com o Maxon e ele me beijava, me abraçava e isso era muito bom. Mas depois ele me humilhava, me ridicularizava e eu voltava a ficar sozinha na escuridão.

     Aquela escuridão era tão desesperadora. Tão fria. Eu sentia medo de ficar ali sozinha.

    Depois de muito tempo naquela escuridão os sonhos recomeçavam do mesmo jeito, como se fosse um loop eterno, um loop que não importa o que eu fizesse nunca acabava e nunca mudava.

    Eu estava tão cansada de ficar naquele loop que confesso que algumas vezes pensei em desistir de tentar lutar. Mas algo dentro de mim, um sentimento que eu não sabia explicar qual era, mas esse sentimento me fazia querer continuar lutando. Querer continuar vivendo.

    --Oi América. -falou uma voz vinda de uma luz muito brilhante.

     --Quem está aí? -eu disse para a pessoa na luz.- Não consigo te ver.

     --Você não precisa me ver para saber quem eu sou. -a voz disse sendo enigmático.

     Eu levei um tempo para perceber de quem era aquela voz, mas quando finalmente percebi quem era caí nas lágrimas.

    --Pai. -ele saiu da luz e veio na minha direção.- O que você está fazendo aqui nessa escuridão?

   --Eu vim fazer companhia para você, minha filha.- ele disse colocando a mão na minha face e acariciando.

     --Pai o que é que está acontecendo? Por que estamos nesse lugar todo escuro?

     --Esse lugar é seu subconsciente  e estamos presos aqui pela sua proteção. -ele me explicou.

     --Como assim para a minha proteção? -eu perguntei sem entender nada

    --Qual é a última coisa que você se lembra?

    --De estar perdida e estava atravessando a rua quando alguém me atropelou. -eu me lembrei de cada momento em flash's.- Pai o que aconteceu?

    --Você bateu a cabeça com muita força e teve uma concusão grave, os médicos te colocaram em coma induzido para que pudesse se recuperar.

    --Então esses loop's na verdade são memórias? Minhas memórias?

    --As mais marcantes para você, sejam elas felizes ou tristes.

    --E como eu faço para acordar?

    --Isso seu corpo irá dizer, quando ele estiver recuperado ele vai acordar ou os médicos irão fazer isso, agora você tem apenas que esperar e ter paciência.

    --Sabe que não tenho a menor paciência. -eu disse para ele.

    --Então vai ter que ter, mas vai ter que ter mais paciência ainda para as coisas que estão acontecendo e que ainda vai acontecer na sua vida fora daqui, lá na realidade.

    --Não estou pronta para o mundo real meu pai. -eu confessei meu maior medo para meu pai.

    --Sim, minha estrelinha, você está pronta para o mundo real. Só tem que ter a corajosa necessário para enfrentar esse mundo e eu te conheço muito bem para dizer que você é corajosa o suficiente.

    --Meu pai, como eu senti a sua falta. Prometo que irei vê-lo para pedir conselhos de verdade.

    --É eu estou esperando por isso, mas que tal você colocar essa cabecinha no meu colo e esperar a hora de acordar

    E foi o que eu fiz, me deitei no colo do meu pai e deixei ele me fazer carinho e acabei dormindo ali mesmo. Primeira vez que dormir sem sonhar.

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