Capítulo 32

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          Pov Maxon

   Voltei ao trabalho na segunda feira, eu sei que a Universidade estava fechada, mas tinha prometido ajudar com os últimos detalhes para a formatura que iria acontecer na sexta feira e depois disso eu estaria de férias finalmente.

     Eu gostava de estar naqueles corredores, eles me traziam boas recordações. Mas não hoje.

     A primeira coisa que vi assim que cheguei foi ninguém mais ninguém menos que meu pai e eu não tinha humor nem paciência para falar com ele, então tentei evitá-lo o máximo que eu podia.

    E eu consegui evitá-lo o dia todo para falar a verdade, mas na hora em que estava indo embora, meu pai me parou na escada que levava ao estacionamento.

    --Você não pode me evitar para sempre. -meu pai me disse segurando meu braço.

    --Realmente, não posso. -falei soltando meu braço das mãos deles.- Mas bem que eu gostaria. Na verdade, se pudesse não queria nem mesmo ser seu filho.

    --Se não fosse meu filho, você não teria tudo o que tem hoje. -ele disse olhando para mim de cima a baixo.- Deveria ser grato por isso.

    --Você realmente acredita que dinheiro pode resolver tudo? -perguntei.

    --Mas é claro. -ele respondeu.- Sem dinheiro não se tem comida na mesa, roupa para vestir, carro para dirigir.

    --É nesse quesito você está certo, pai. -respondi.- Mas dinheiro não compra felicidade e principalmente, não compra amor.

   Eu me virei, não estava com muita vontade de falar com meu pai, então me virei para ir embora.

    --Queria saber se você está bem? -ele perguntou com uma voz calma.

    --Está se referindo ao quê? -perguntei me virando para olha-lo.

    --As suas costas? Como elas estão?

    --Esta de brincadeira, não é? -perguntei rindo.- Sim, pai, eu estou bem. Graças aos cuidados da América que me ajudaram. Mas quero deixar uma coisa bem claro, aqui e agora.

     --E o que seria essa coisa?

    --Você nunca mais vai bater em mim e nunca mais na sua vida vai cuidar da minha vida. -falei para ele.- Estou cansado de tudo isso. A partir de hoje, vou tomar minhas próprias decisões e você não vai interferir em mais nada.

    Não esperei por um resposta, desci as escadas e entrei no meu carro.

    Eu estava me sentindo tão leve. Na verdade eu estava sentindo uma coisa que nunca tinha sentido antes na minha vida. Liberdade.

    Estava finalmente livre do meu pai. Eu sabia o que aquele sentimento iria me custar, mas eu estava pouco me lixando para isso.

   Eu queria comemorar aquela liberdade, por isso, liguei o carro e partir.

    Dirigi até parar em frente a casa da América. Eu sempre ficava nervoso ao pensar em ficar frente a frente com ela de novo.

   Porém, respirei fundo e sai do carro, fui até a porta e toquei a campainha.

    Segundos depois America abriu a porta e parecia surpresa ao me ver.

    --O que faz aqui? -ela perguntou sorrindo.

    --Eu queria te fazer um convite, se não estiver muito cansada, é claro. -eu falei para ela.

    --Depende, que convite? -ela perguntou.

   --Quer jantar comigo? -eu perguntei para ela.- Prometo que te trago para casa antes da meia noite.

    --Esta me achando com cara de cinderela? -ela perguntou e eu concordei com a cabeça.- Engraçadinho você.

    --Só quando estou perto de você.

   --Está bem, eu aceito. -ela respondeu.- Mas me de alguns minutos para tomar um banho e me trocar, acabei de chegar do trabalho.

   --Leve quanto tempo precisar. -falei.- Não vou sair daqui.

    Ela entrou e fechou a porta e eu fui esperar no meu carro. Estava com um pouco de medo dessa noite.

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