Pov Maxon
Eu estava observando a America conversando e rindo de alguma coisa que um garoto tinha dito, acredito que fosse alguma piada.
Ela se levantou e veio na minha direção, acredito que iria deixar a sala de aula. Me escondi para que ela não me visse.
--Não é muito educado espiar desse jeito, Maxon. -levei um susto com meu pai atrás de mim.- Venha comigo, preciso falar com você.
Eu segui ele, mesmo sabendo o que ele ia dizer para mim. Merda não queria que ele me visse espiando a America.
--Pensei que eu tivesse deixado bem claro que não era para se aproximar daquela menina. -falou meu pai
--O nome dela é América. -eu disse com veemência.- Eu só fiz com a America o que teria feito com qualquer pessoa. Eu atropelei ela e prestei socorro, fiz apenas isso.
--Acho bom que seja apenas isso mesmo, se não você já sabe o que vai acontecer com sua amiguinha. -ele disse e eu sabia muito bem do que meu pai era capaz.
--Como o senhor desejar meu pai. -eu falei e ele saiu me deixando no corredor sozinho.
Eu olhei em volta, pois tinha tido a sensação de estar sendo vigiado, mas não tinha ninguém.
Entrei no banheiro e fiquei de frente para o espelho olhando para mim. Eu não aguento mais meu pai controlando minha vida, minhas decisões, as pessoas com quem eu me importo, quem eu amo.
Eu queria tanto que a dor que eu estava sentindo em meu peito passasse para o meu corpo, então sem pensar direito dei um soco no espelho que se quebrou e minha mão começou a sangrar, mas eu não me importava com isso.
Eu me sentei no chão e comecei a chorar. Aquela dor estava acabando comigo e a dor na mão não estava sendo suficiente para aplacar a dor no meu peito, então deixei essa dor sair nas lágrimas e no choro.
Não sei quanto tempo fiquei sentado no chão do banheiro, talvez alguns minutos, mas me lembrei que precisava sair dali antes que o sinal tocasse com fim das aulas e os alunos entrassem no banheiro.
Me levantei, peguei um pouco de papel e coloquei sobre a mão ferida, seguei meu rosto e sai do banheiro.
Na saída trombei com a única pessoa que não queria ver e rezava para que meu pai não soubesse daquele encontro.
--America? -falei para ela.- Desculpe não te vi aí fora.
--Maxon? Acertei? -ela perguntou e eu concordei com a cabeça, sempre que estava com ela ficava sem palavras.- Meu Deus o que aconteceu com a sua mão.
--Tive uma briga feia com meu pai e acabei descontando no espelho do banheiro. -eu expliquei para ela.
--Sei como é, meu irmão Kota já fez isso algumas vezes. -ela disse pegando a minha mão.- Vem comigo, vamos cuidar disso.
--Não precisa, eu posso cuidar na minha casa.
--Então eu te levo, tenho carteira. -ela disse estudando a mão.- Além do mais com essa mão é capaz de atropelar outra moça inocente. -eu sorri com aquele comentário.- Vamos, me dê a chave.
Aquilo não era um pedido, mas sim uma ordem, então peguei a chave no bolso da calça e entreguei para ela.
Levei nós dois até meu carro e ela entrou no lado do motorista. Indiquei para ela o caminho até minha casa, eu sabia que era uma péssima ideia, mas ela estava certa eu não conseguiria ir dirigindo para casa.
Quando chegamos ela abriu a porta e depois jogou meu casaco no sofá.
--Senta aí que vou ver essa sua mão. -me deu uma ordem.- Você tem algum kit de primeiros socorros?
--No banheiro, embaixo do pia. -falei para ela que saiu.- Obrigado pela ajuda.
--Não foi nada. -ela entrou na sala e se ajoelhou na minha frente.- Me mostra a sua mão.
Eu estiquei a mão e ela passou um pano molhado para limpar o sangue, depois olhou os cortes.
--Nada profundo. Você consegue mexer os dedos? -eu mexi a minha mão e confesso que doeu um pouco.- Não está quebrada, mas um pouco dolorida.
--Pode ser que a sua mão fique inchada pelos próximos dias, mas você vai ficar bem.--E como sabe disso tudo?
--Fiz um curso de primeiros socorros há uns dois anos mais ou menos. -ela me explicou.- Por isso me ofereci para ajudar.
--Agradeço de novo pela ajuda. -me levantei do sofá e fui em direção ao meu quarto.- Fica a vontade vou apenas trocar esse blusa suja de sangue.
--Pode ir, eu estou bem.
Deixei ela na sala e fui para meu quarto. Foi um pouco difícil de colocar uma blusa limpa por conta da mão e do curativo.
Quando voltei para a sala América estava olhando tudo e parecia estranha.
--Tudo bem América? -perguntei para ela.
--Estou sim. -ela disse pegando a bolsa.- Mas já está muito tarde e preciso ir embora, se você não se importa.
--Claro que não. -eu disse e tenho que confessar que fiquei meio triste.- Tem certeza que vai embora sozinha?
--Vou pegar um táxi aqui na frente e coloque gelo nessa mão vai ajudar.
--Obrigado de novo por tudo América. Boa volta para casa e por favor tome cuidado.
--Pode deixar. Boa noite Maxon.
--Boa Noite América.
Ela saiu e eu fechei a porta. No meu peito, senti que ficou um buraco, um buraco que sempre surgia quando ela ia embora.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Partir Mil Vezes
FanfictionAmérica é uma garota linda, carismática e inteligente que mora no Canadá. Para poder realizar seu sonho de se tornar uma musicista maravilhosa ela e seu namorado Aspen se mudam para Chicago, para que América possa entrar na Universidade de Música e...