Capítulo 20

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     Pov America

   Depois do que eu tinha ouvido no corredor, sabia que era uma péssima ideia ficar perto do Maxon, mas não consegui me controlar quando vi que ele tinha ferido a mão.

    Por isso levei ele para a sua casa e cuidei de seus ferimentos.

   Depois que ele entrou no quarto, eu fui olhar o seu apartamento, tive uma sensação estranha de já ter estado naquele lugar antes.

   Era mais assustador ainda quando percebi que eu sabia onde ficava algumas coisas da cozinha e da sala.

    Maxon saiu do quarto e eu levei um susto, mas sabia que não podia mais ficar naquela casa nem na presença dele, por isso fui embora sem olhar para trás.

    Eu disse para o Maxon que iria pegar um táxi, mas não consegui fazer isso, estava com tanta preocupação na cabeça que resolvi ir andando para casa.

     Por que eu tinha a sensação de já ter estado naquela casa antes? Por que eu sabia onde as coisas ficavam? E por que tinha a sensação que Maxon estava escondendo algo de mim e o pai dele sabia?

    Eram tantas perguntas e quase nenhuma resposta. Não sabia o que fazer, nem o que pensar sobre todas as perguntas que eu me fazia.

     Cheguei em casa e fui direto para a cozinha pegar um copo de água.

    --Onde você estava? -Marlee perguntou.- Você me deixou tão preocupada, eu não te achava na escola.

    --Fui levar o Maxon para casa. -falei pegando água gelada na geladeira.

     --Como é que é? -ela perguntou chocada com a minha informação.

    --Ele teve um discussão com o pai e descontou sua raiva no espelho do banheiro. -eu expliquei para ela.- Estava com a mão sangrando e não ia conseguir dirigir para casa. Eu só queria ajudar, nada além disso.

    --E Maxon te trouxe para casa? -ela perguntou.

    --Não. Disse que viria para casa de carro, mas acabei vindo a pé mesmo.

    --Que perigo vir embora sozinha. Você ficou maluca.

    --Ainda não, mas se continuar me superprotegendo, talvez eu fique. -falei meio grossa, mas depois percebi que fiz errado.- Eu já estou bem e prometo olhar quando for atravessar a rua.
 
    --Desculpe, só fiquei preocupada mesmo, você sumiu e eu não te achava em lugar nenhum.

    --Eu que peço desculpas, deveria ter enviado uma mensagem para avisar onde estava indo.

    --Esta tudo bem, só não faça mais isso. -ela pediu sorrindo para mim.- Mas você disse que Maxon brigou com o pai, você sabe o que ouve?

    --Não ouvi toda a conversa, mas parece que foi feia. -disse para ela.- Mas tem uma coisa que não consegui entender.

     --E o que seria essa coisa? -ela perguntou pegando um bolo no forno para comer.

    --Durante a conversar que ouvi, pelo menos o pouco que consegui ouvir. -ela concordou com a cabeça, me incentivando a continuar.- O pai do Maxon disse meu nome e parecia que estava me ameaçando. Confesso que senti medo do modo como ele falou.

    --Amiga, vou te dizer uma coisa. -falou ela para mim.- Tome cuidado  com o pai do Maxon, não o conheço pessoalmente, mas ele não gosta que ninguém fique em seu caminho. Ele pode ser um homem perigoso.

    --Tudo bem, eu vou tomar cuidado com ele, já percebi que ele é um homem bem assustador. -falei para ela.- Agora vou para meu quarto dormir porque estou exausta. E avise que eu vou na festa de final de ano amanhã.

   --Ebaaaaa. -ela dava pulinhos.

    Peguei um pedaço do bolo e depois subi para o meu quarto. Troquei de roupa e me joguei na cama para ler um livro, mas acabei dormindo ouvindo música.

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