Capítulo 33

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       Pov America

    Fechei a porta e subi correndo até meu quarto para pegar minhas roupas e uma toalha e depois corri para o chuveiro.

    Tomei o banho mais rápido da minha vida, me troquei, peguei minha bolsa e saí correndo para me encontrar com o Maxon.

     Maxon me esperava dentro de seu carro, mas quando me viu, saiu e veio abrir a porta. Depois deu a volta e entrou no lado do motorista.

    --Você foi rápida. -ele disse ligando o carro e partindo.

    --Não costumo demorar no banho. -eu respondi colocando o sinto.- E não é muito educado deixar alguém esperando, muito menos um homem tão gentil.

    --Gostei do gentil. -ele sorriu sem tirar os olhos da rua.- Está com fome?

    --Estou faminta. -respondi para ele colocando a mão sobre o meu estômago.

    --Dá mesmo para ouvir o seu estômago daqui. -ele riu da própria brincadeira.

    --Engraçadinho você, não é mesmo. -eu falei, dando um soquinho no braço dele.- Posso saber qual o motivo para tanta felicidade?

    --Pode sim. Vamos dizer que coloquei um ponto final em um relacionamento que me encomodava já fazia muito tempo.

    --Por acaso isso tem alguma coisa haver com o seu pai e com o que te aconteceu?

    --Isso mesmo. -ele respondeu e vi um pouco de tristeza em seus olhos.- Meu relacionamento com meu pai sempre foi abusivo. Ele sempre controlou minha vida e quando eu fazia algo que ele não gostava, acontecia o mesmo que aconteceu ontem.

    --Isso acontece com muita frequência? -perguntei segurando a mão dele que estava no volante, mas logo tirei de cima.

    --Quando eu era mais jovem, sim. -ele respondeu.- Mas, quanto mais crescia, menos isso acontecia. O que aconteceu ontem foi a primeira vez em anos.

     --Eu sinto muito. -falei, tentando não demonstrar que estava com pena dele.- E sua mãe sabe?

     --Não. Achei melhor nunca contar.

     --Compreendo. -falei olhando para a rua e decidi mudar de assunto.- Para onde está me levando?

    --Você vai ver, apenas confiei em mim.

    --Esta bem.

  Sim eu realmente confio nele, não consigo explicar, mas toda vez que estou ao lado dele sinto que não importa o que aconteça nada pode me machucar, a não ser eles mesmo.

  Maxon dirigiu por mais algum tempo então parou no estacionamento de um restaurante.

  O restaurante era um lugar muito lindo e aconchegante. O clima ali estava muito bom.

  Escolhemos onde iríamos sentar e Maxon puxou a cadeira para mim e eu me sentei, depois ele fez o mesmo, só que na minha frente.

--Você gosta de comida brasileira? -Maxon perguntou olhando o cardápio.

--Na verdade eu nunca comida nada do Brasil. -respondi sendo sincera e fiquei um pouco envergonhada.

--Então hoje isso vai mudar e tenho certeza que você não vai se arrepender. -ele disse pegando o cardápio e dando uma olhada.

--Já foi ao Brasil. -perguntei, também olhando para o cardápio, mesmo sabendo que eu não tinha a menor ideia do que escolher.

--Sim. Uma vez a São Paulo e duas vezes a Belo Horizonte. Meu pai tem negócios com universidade dessas cidades -ele respondeu.- Que tal eu escolho e só experimenta?

--Acho uma boa ideia. -respondi sorrindo.

  Maxon pediu uma salada de entrada, feijoada e vinho feito no sul do Brasil. Não sei se é uma boa combinação no país, mas eu gostei.

--Aonde você comeu isso? -eu perguntei.

--Em Belo Horizonte. -ele respondeu depois que terminou de comer.- Vai por mim que lá é muito mais gostoso que aqui, mas eles chegam perto.

--Posso imaginar que seja mesmo.

--Quer sobremesa? -respondi com a cabeça.- Que tal Torta de morango?

--Acho muito bom. -eu respondi.

  Nós dois dividimos um pedaço de torta de morango que aliás é a minha favorita.

  Depois fomos andar por uma pracinha que tem ali perto e depois ele me levou de volta para casa.

  Porém, enquanto estávamos no meio do caminho algo estranho aconteceu. Maxon acelerou do nada.

--O que ouve? -eu perguntei meio assustada.

--Tem um carro nos seguindo desde que saímos do restaurante. -ele respondeu e eu olhei para trás, não tinha reparado em nada.- Você está de sinto?

--Sim, eu estou.

--Então se segura, porque vou precisar acelerar.

--Manda ver. -eu falei me segurando no sinto.

  Ele acelerou o carro e começou a virar em várias ruas super rápido. Olhei para trás de novo e parecia que o carro tinha sido despistado.

  Olhei para o Maxon e percebi que ele também tinha visto. Nós sorrimos um para outro, tínhamos conseguido, mas então do meu lado uma luz surgiu e um carro nos acertou.

  Lembro de ver o nosso carro capotar e Maxon gritar meu nome e pelo tom dava para perceber que ele estava preocupado comigo.

  Depois disso eu não me lembro de mais nada.

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