Capítulo 34

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    Pov Maxon

   Eu não sei de onde surgiu aquele carro, ele apenas surgiu e fez com que nosso carro capotasse várias e várias vezes até parar de ponta cabeça.

    Eu me lembro de chamar o nome da América e depois que nosso carro parou conferi se ela estava viva e fiquei aliviado ao perceber que sim.

    Depois disso, vi o carro que nos seguia parar perto de onde estávamos e alguns caras desceram vindo na nossa direção.

    Dois deles, encapuzados, abriram a porta do lado da América, tiraram o sinto dela e tiraram ela do carro ainda inconsciente.

    --Larga ela. -eu gritava.- Solta ela.

    Outros homens vieram para o meu lado e me tiraram do carro. Eu tentei lutar contra eles, mas senti uma picada no meu pescoço e depois desmaiei.

    Eu acordei com uma dor de cabeça enorme, como se tivesse jogado meu cérebro contra uma parede ou algo assim.

    Abri os olhos, mas não vi nada. No início pensei que não tivesse realmente aberto os olhos e fosse coisa da minha imaginação, mas não era, pois assim que meus olhos se acostumaram percebi que era o lugar que estava no mais completo breu.

    Onde é que eu estava? Onde estava a América? O que tinham feito com ela? O que tinham feito com nós dois?

    Minha respiração acelerou e eu comecei a entrar em pânico, mas de algum jeito sabia que não iria adiantar de nada me desesperar naquele momento.

    Parecia que eu estava em um quarto bem escuro e gelado, parecia um tipo de porão ou algo assim, é difícil dizer com exatidão. Mas de uma coisa eu tinha total certeza, estava acorrentado ao chão pelos pulsos, pois isso eu podia sentir.

    Então, de repente uma porta foi aberta e luz entrou no quarto. Eu não conseguia enxergar direito, mas quem tinha entrado era um homem e isso era bem evidente pela estatura.

    --Que bom que acordou, Maxon. -o homem falou e todo o meu corpo se arrepiou, não podia ser quem eu estava pensando que era.

    --Pai?! -eu disse muito chocado e ao mesmo tempo queria ter certeza de que era ele mesmo.

    --Quem mais poderia ser? -ele disse e logo em seguida chegou mais perto.

    --O que você está fazendo, pai? -eu perguntei, sem entender nada.

    --Bom, eu te disse para ficar longe da garota. -ele falou andando pelo quarto.- Como você não me obedeceu, vou fazer do meu jeito.

    --E fazer nosso carro capotar, depois no sequestrar é o melhor jeito?

    --Para conseguir o que eu quero? -ele falou sem parar de andar.- Sim. Esse é o melhor jeito.

    --Você é completamente maluco. -eu falei e por isso levei um tapa na cara.- Pode me espancar o quanto quiser, não vou mais ter medo de dizer o que penso. Melhor, não vou mais ter medo de você, porque eu estou cansado disso.

    --Parece que alguém ficou corajoso. -ele disse se ajoelhando na minha frente.

    --Eu sempre fui, papai. -falei meio irônico.- Só escondia essa coragem por ter medo de você, mas isso acabou agora.

    --Mas eu acho que esse medo vai voltar e nunca mais vai te deixar.

    --Do que é que você está falando? -perguntei me sentando melhor no chão.

     --Sua namoradinha. -ele respondeu.

     --Onde está a América? -perguntei e meu coração disparou.

    --Você já vai descobrir. -ele falou e depois um sorriso assustador.

   Meu pai bateu na porta e alguns homens entraram no quarto. Eles me soltaram e no começo pensei em lutar, mas vi os homens armados e percebi que não era uma boa ideia.

   Eles me arrastaram para fora do quarto e me levaram por alguns corredores até outro quarto. Na verdade, era o quarto onde a América estava.

    O quarto estava escuro, mas eu sabia que era o da Meri porque o meu pai me disse.

    Os homens me colocaram em uma cadeira e depois me amarraram nela. Então as luzes foram acesas.

     América estava na minha frente, presa a uma cadeira elétrica.

    --O que você está fazendo? -eu perguntei para o meu pai.- Por que está fazendo isso?

    --Porque eu posso. -ele falou e aquilo me arrepiou todo.- Mas porque eu quero que você perceba que ficar longe dela é o único jeito de mantê-la segura e viva.

    --O que vai fazer com ela? -eu perguntei, mas tinha medo da resposta.

    --O que você acha. -meu pai pegou um balde e virou em cima da cabeça da Meri, molhando ela toda.- Você tem uma escolha para fazer filho.

    --É qual seria? -eu perguntei, pois ele iria falar de qualquer jeito.

    --Você faz o que eu mando sem questionar e ela vai embora. -meu pai disse.- Ou continua sendo um filho rebelde e ela paga o preço.

    --Eu não aguento mais abaixar a cabeça para as suas ordens. -respondi e percebi que foi um erro.

    Ele não falou nada, apenas apertou um botão e a América levou um choque. Ouvir seus gritos de dor foi como quebrar meu coração em mil partes.

    --PARA. PARA COM ISSO. -meu pai parou e olhou para mim.- Me bate, me queima, me tortura, faz o que quiser comigo, mas por favor, não machuca ela. Não toca nela.

    --Então me dê uma resposta e tem que ser agora. -ele estava com o dedo em cima do botão.

    --Esta bem. -eu estava me segurando para não chorar na frente do meu pai.- Eu faço tudo que você mandar, mas deixa ela ir embora.

    --Esse é meu filho. O filho que eu criei. Mas não confio em você e preciso ter certeza que vai cumprir a sua parte do acordo.

    --O que você quer que eu faça. É só falar que eu faço. Para salva-la de você eu faço qualquer coisa.

    --Ainda não sei o que você pode fazer, mas vou pensar. -ele foi até a porta para sair.- Mas até lá vocês dois vão dar uma descansada.

    Meu pai saiu e soldados ou guardas, não sei como chama-los, nos desamarraram e nos levaram para outro lugar que não os nossos quartos.

     Eles nos levaram para umas celas feitas de vidro que ficavam em um lugar afastado de onde estávamos a alguns minutos.

    Nos jogaram em celas separadas, mas uma ao lado da outra e depois de tranca-las foram embora.

    Eu não tinha coragem de falar com a América e por isso fiquei em silêncio, só observando ela.

    --Eu me lembro de tudo. -ela disse me assustando e me pegando de surpresa.- Eu me lembro de tudo.

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