Capítulo 44

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     Pov Maxon

  Depois que a America se apresentou, foi a vez das modelos, mostrarem as roupas que seriam entregues para os alunos, não eram uniformes, mas era algo que eles poderiam usar, como Jaquetas ou blusas.

    Depois do pequeno desfile, eu encerrei o evento e as pessoas começaram a sair dali. Algumas pessoas e os artistas iriam para um jantar reservado na universidade e eu estava rezando para a America não ir.

    --Depois do jantar teremos uma conversa sobre nossa amiga cantora. -meu pai me disse.

   --Como queira, pai. -eu respondi, entrando no carro.

   Não gostei do tom na voz dele e meu coração estava gelado e apertado de preocupação, não comigo, mas com a América.

   Fomos para a universidade e os convidados já estavam chegando para o jantar que seria servido. Somente alguns tinham recebido o convite para esse jantar, além dos cantores e das modelos. Era algo mais íntimo, por assim dizer.

   Eu estava ao lado de meu pai quando ouvi um murmurinho e quando olhei para onde todos estavam olhando tive uma grande surpresa. América estava usando um vestido vermelho lindíssimo e eu estava de queixo caído ao vê-la tão bela.

   Celeste disse algo e pela expressão da Lucy, América respondeu a altura.

    A meu pedido, Lucy ficou o tempo todo com a América lhe fazendo companhia. As pessoas iam cumprimentá-la e elogia-la por sua apresentação. Muitas até tinham vindo falar comigo sobre como ela cantava bem.

   Na hora do jantar, me sentei ao lado de meu pai e o mais longe possível da América.

   Quando o jantar acabou, as pessoas começaram a ir embora e eu tentei várias vezes ir falar com a América, mas não tive sorte, além do medo que meu pai visse.

   Resolvi voltar para casa sozinho, no meu próprio carro que tinha ficado no estacionamento da universidade.

   Eu já não aguento mais viver desse jeito. Sempre com medo. Sempre olhando por cima dos ombros, apenas esperando por um ataque de meu pai.

   Mas, se meu pai fizer algum mal a América eu realmente não sei o que vou fazer, nem sei como continuarei vivendo.

   Cheguei em meu apartamento e sem acender a luz fui entrando, apenas para levar um susto.

    --Pensei que não houvesse mais contato entre vocês. -meu pai disse e a luz se acendeu.

   --E não há. -eu respondi.- Não sabia que ela estaria aqui.

   --Você escolheu os artistas. -meu pai estava começando a gritar.

   --Não. Eu não escolhi. -respondi sério.- Lucy contratou uma empresa para que contratasse os artistas. Eu já tinha muita coisa para resolver, não precisava de mais uma.

   --Isso foi errado. -ele disse, agora um pouco mais calmo.- Você deveria ter avaliado os escolhidos.

   --Por que? -perguntei, mas sem mudar o tom da minha voz.- Eu não poderia imaginar que ela seria escolhida e o senhor já fez isso tantas vezes.

   --Você está certo. -ele disse se levantando e vindo na minha direção.- Não tinha como você saber e nesses últimos cinco anos conquistou a minha confiança e por conta de sua lealdade irei te dar mais uma chance.

   --E qual seria essa chance? -eu perguntei.

   --Sua amiga pode ficar o quanto quiser e Lucy pode acompanhá-la, não vou machucar a America. -ele disse e fiquei um pouco aliviada.- Mas você não pode ter nenhum tipo de contato com ela. Estamos entendidos?

   --Muito bem entendidos. -eu respondi.- Mas não precisa se preocupar, ela irá embora amanhã.

   --Melhor ainda. -ele passou por mim e foi até a porta, abrindo-a.- Boa noite meu filho.

   Ele saiu fechando a porta atrás de si. Senti minhas pernas ficarem bambas e cai no chão. Apenas meu pai tinha esse efeito sobre mim. Esse dom de me deixar aterrorizado e apavorado.

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