Capítulo 45

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     Pov America

    Acordei cedo no dia seguinte, meu avião partiria as 18:00 da tarde e eu queria aproveitar meus últimos momentos na cidade. Um último passeio e algumas compras para levar para casa.

    Arrumei minha mala pela segunda vez para ter certeza que não estava deixando nada para trás.

    Às 15:00 da tarde peguei as minhas coisas e me preparei para ir até o elevador, mas quando abri a porta dei de cara com dois homens vestido de terno preto ao estilo MIB.

   --Senhorita Singer, por favor, queira nos acompanhar. -um dos homens disse e eu comecei a tremer.

    --Eu adoraria, porém tenho que ir para o aeroporto. -falei para ele, tentando a sorte.- Preciso mesmo ir.

    --Desculpe senhorita, mas tenho que insistir. -o homem disse e pegou minha mala.- Se por acaso perder seu avião, daremos um jeito. Podemos ir?

   --Claro. -eu respondi saindo e fechando a porta. Eu não estava gostando disso, contudo não tinha outra escolha.- Podemos ir.    

     Eles vieram comigo até o elevador e descemos. Deixei a chave do meu quarto na recepção e fomos para o lado de fora.

    Entrei em um carro todo blindado e preto. Os homens sentaram ao meu lado e o carro partiu. Eu estava apavorada.
  
    Primeiro o carro seguiu pela rodovia principal, mas depois entrou em uma via mais afastada e quando dei por mim estávamos em um lugar estranho e perigoso.

   Depois de um tempo, o carro entrou em uma estrada de terra e já bem longe da cidade, ele parou o carro de frente a um galpão com ares de abandonado.

   O homens praticamente me arrastaram para fora do carro. A cortesia tinha acabado. Eles me levaram até dentro do Galpão, onde um homem já me esperava.

    Eu deveria ter imaginada que toda essa encenação e armação só poderia ser organizada por ele.

   --Senhorita América. -Sr Clarkson disse se virando para mim.- Faz muito tempo desde a última vez que nos vimos.

   --Cinco anos para ser mais exata. -falei, com um pouco de arrogância na voz, mas apenas para esconder meu medo.- Olá, Sr Schreave.

    --Afiada como sempre. -ele disse.- Isso não mudou.

    --Vamos parar com as lengas lengas e ir direto ao ponto. -falei para ele.- O que quer comigo? E por que estou aqui?

   --Como a senhorita quiser. -ele se sentou em um tipo de banco improvisado.- Quero saber, o que a senhorita está fazendo aqui em Berna?

    --Uma empresa viu uma de minhas apresentações em Chicago. -falei, respondendo a pergunta.- Eles gostaram do meu trabalho e me contrataram para vir até aqui, fazer este show.

   --E a senhorita não sabia que era para Berna? -ele perguntou.

   --Sim, eu fui informada que era em Berna a apresentação. -falei, sabendo onde ele queria chegar.- Mas eu não sabia que era aqui que o seu filho estava morando, porque caso o senhor não se lembre a última vez que vi o seu filho estávamos presos em uma cela de vidro e eu fui arrastada de lá.

    --Sim, eu me lembro deste dia. -ele me respondeu.- Mas não consigo acreditar que tudo isso tenha sido coincidência. Para mim tem algo mais.

   --Mas pode acreditar que tudo foi a mais mera coincidência, meu pai. -levei um susto, mas quando me virei Maxon estava atrás de mim.- Pensei ter deixado bem claro pai que não queria que o senhor chegasse perto da America.

    --E eu deixei bem claro a cinco anos que não queria que vocês se vissem de novo. Nunca mais. -Sr Clarkson falou, se levantando.

   --E por acaso não respeitamos isso? -perguntei, pois estão cansada de sentir medo dele.

   --Parece que não. -Clarkson respondeu.

   --Será que não ficou claro que  não temos nada a ver com isso. -Maxon respondeu.- Pai nenhum de nós planejou nada disso. Foi a mais pura coincidência. Por favor, deixe que seus seguranças levem ela para o aeroporto. Ela ainda pode pegar o avião para casa.

   

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