Capítulo 37

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     Pov Maxon

    Eu estava andando pelo meu apartamento e entrei na sala.

     América estava caída no chão e eu corri até ela. Quando cheguei perto, seu corpo estava frio e tinha muito sangue.

    Eu olhei em volta procurando meu celular para ligar para a ambulância, mas tudo o que vi foi meu pai parado ao meu lado com uma faca ensanguentada nas mãos.

    Eu comecei a gritar e a chacoalhar a América, mas ela não respondia.

     Então eu acordei sobressaltado. Ainda estava naquela maldita cela. Eu e a América estávamos dormindo com as mãos se tocando pelo vidro e deitados no chão.

    --Olha que casalzinho mais fofo. -meu pai estava do outro lado das celas.- Espero que tenham aproveitado a última noite de vocês juntos.

    --O que quer dizer? -America perguntou, se levantando

    --Podem levar. -meu pai deu as ordens.

     Dois guardas do meu pai entraram na cela da América e a seguraram ou melhor, eles a pegaram. Ela lutava para se livrar deles, mas os dois eram mais forte e a estavam arrastando para fora dali. Eu não podia fazer porra nenhuma.

    --MAXON! MAXON! --essa foi a última coisa que eu ouvi dela, antes de perde-la de vista.

    --AMERICA. -eu gritei, mas não obtive resposta.

     --Quanto drama e quantos gritos bobos. -falou meu pai e eu olhei para ele.

    --O que você vai fazer com ela? -eu perguntei, tudo que eu queria era matar meu pai, ali e agora.- Se você machucar ela, eu...

    --Pode ficar calmo, não vou fazer nada com ela. -ele respondeu.- Meus homens vão levar ela para casa em segurança. Estou apenas cumprindo a minha parte do acordo, agora é a sua vez.

   Fiquei aliviado em saber que a America estaria bem e viva. Mas meu coração estava partido de um jeito que não conseguia explicar, porque eu sabia que eu nunca mais viria ela de novo na minha vida.

    --O que o senhor quer de mim? -eu perguntei, olhando no fundo dos olhos dele.

    --Para começar, preciso saber se posso abrir a sua cela sem que você tente me matar? -ele perguntou aquilo só para me provocar, ele sabia que eu não tinha a menor escolha.

    --Sim, o senhor pode abrir, eu não vou tentar mata-lo, eu prometo.

     --Maravilhoso. -ele abriu a porta e eu saí.- Bom vamos aos negócios. Eu vou abrir uma filial da universidade em Berna, na Suiça e você vai ser o diretor de lá.

   Então essa era a solução de todos os problemas dele, me mandar para o outro lado do mar. Mas talvez fosse bom, a distância iria me ajudar a esquecer a América, caso isso seja possível.

    --Tudo bem. -eu respondi, olhando para ele.- Se é o que você deseja, é o que eu irei fazer.

   --Mas vamos deixar uma coisa bem clara, aqui e agora. -ele falou, segurando meu braço e me fazendo olhar bem para ele.- Você não vai ser um homem livre lá, vai ser seguido aonde quer que vá. Se quiser ter uma certa liberdade, vai ter que merecer isso. Vai ter que conquistar a minha confiança de novo.

   --Prisão semi-aberta? -eu perguntei e ele concordou.- Tudo bem. Quando partimos?

   --Amanhã bem cedo. -meu pai soltou meu braço.- Por isso é melhor você ir descansar um pouco  lá no seu quarto e não tente nada.

   --Pode ficar sossegado, pai. -eu falei abrindo a porta do meu quarto.- Eu já não tenho mais nada pelo que lutar. Você já conseguiu tirar tudo de mim. Tudo.

   Eu não falei mais nada, entrei no meu quarto, fechei a porta e me joguei na cama, tudo o que eu queria era chorar, chorar até morrer. E foi o que eu fiz, pena que eu não morri.

  









    Levantei cedo no dia seguinte. Alguém já tinha deixado umas roupas para mim. Tomei um banho quente para tirar as marcas da noite mal dormida e me troquei.

    Um guarda veio me buscar e me levou até o carro que já nos esperava do lado de fora.

     O carro nos levou até o jatinho. Eu entrei no jatinho e meu pai já estava lá. Cumprimentei ele e sentei no fundo para tomar um café da manhã.

    Dez minutos depois, o jatinho estava no ar e eu vi a cidade ficando para trás e com ela o amor da minha vida.

    Dormi quase toda a viagem e só acordei quando chegamos em Berna. Era inverno e estava muito frio na Capital da Suíça.

    Meu pai me levou até o meu novo apartamento. Meu novo lar. O jeito agora é aceitar meu mais novo destino.

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