Tanto tempo assim?

338 37 221
                                    

P.O.V. Marie

Astérope tinha falado que gostaria de conversar comigo e depois mais nada, me deixando preocupada. Assim que a maioria saiu da sala, ela sentou ao meu lado e estava tentando não parecer nervosa, mas seus dedos batucando na perna mostrava facilmente. Olhou ao redor, meu pai e os senhores Blacks ainda estavam na sala, parecia receosa em relação a eles.

- Pode falar, minha filha.

- Mas... mãe. - Ela apontou com a cabeça.

- Foi algo tão grave assim?

- Mais ou menos. Eu não sei quem eu tenho medo da reação, sua ou do papai...

- Não vamos brigar com você, pode contar.

- Não conta nada ainda para o papai ainda, quero saber sua reação primeiro.

- Está tudo bem, Astérope. - Sorri tentando tranquilizá-la.

- E-eu... roubeiumcolardacoleçãoproibida.

- Fala devagar, por favor, não entendi nada, querida.

- Eu roubei um colar da coleção proibida de casa... - Disse pausadamente dessa vez, sem olhar nos meus olhos.

- Qual deles?

Astérope puxou e mostrou um relicário com várias runas muito antigas desenhadas. Entendi o que tinha acontecido apenas de olhar. Percebi meu pai, olhar de relance, observando-nos.

- Eu estava estudando e decidi procurar se tinha algum já feito, assim eu não precisava fazer todo o feitiço. Então, procurei e achei-o. Eu sei que deveria ter pedido, mas fiquei com medo de o papai não deixar e ficar bravo comigo.

- Primeiro, o seu pai nem sabe para que serve isso, então provavelmente ia achar que era um colar normal. Segundo, sabe muito bem que é só pedir para mim sem medo. Alguma vez eu impedi vocês de estudarem ou usarem qualquer tipo de magia?

- Desculpa..? - Respondeu em uma careta misturada com um sorriso.

- Não é só isso, não é mesmo?

- Não, mas não tão grave dependendo do seu ponto de vista.

- Seria o quê?

- Os pais de Magni chamaram-no na floresta para poderem conversar, sabe como eles são. - Levantou a sobrancelha e fez uma cara de nojo. - Então, a mãe dele falou que preferia um outro destino para ele se não fosse o que ela escolheu. Eu estava do lado dela e assim que lançou a maldição da morte, eu entrei na frente.

- Ricocheteou e ela morreu.

- Exatamente... matei minha sogra indiretamente. Está brava?

- Sinceramente? - Falei séria e Astérope se assustou. - Destruiu o meu sonho de lançar mais cruciatus naquela filha da puta, mas não estou brava. Aliás, foi de muita coragem pular na frente do seu namorado, sabe como esses artigos são... complicados.

- Mãe, a senhora me ensinou muito bem como usá-los. Eu posso devolver se quiser, já que é seu.

- Não é meu, é do seu avô.

Severo deu um sorriso de lado e sentou ao seu lado, segurando entre os dedos o pingente.

- Eu fiz quando tinha treze anos para a minha mãe, sem contar qual tipo de magia tinha. É claro, faz menos efeito em trouxas, mas lentamente ajudou a matar o maldito do Tobias.

- Treze? Já conhecia artes das trevas?

- Com onze anos eu já conhecia algumas maldições, acha que sua mãe puxou de onde? Fique com o colar, ainda deve estar energizado o bastante para que você não precise fazer as coisas que eu fiz. Mesmo assim, tenha juízo e não espere que ele te salve de tudo.

Diário de uma PP: Potter Perdida (Livro 02)Onde histórias criam vida. Descubra agora