Diário de uma PP: Potter Perdida (Livro 02)

Está rica, hein?

P.O.V. Draco

Eu tinha pego plantões novamente, não gosto muito, mas fazer o quê? Para piorar, hoje era o meu dia de dar uma olhada se tudo estava funcionando bem na boate Nyx, pois cada sócio tinha um dia para amenizar o trabalho. Se minha família soubesse que eu era um dos donos... Lucius tentaria me deserdar (de novo).

Adentrei pelo estabelecimento, acabou de abrir e já estava com bastante pessoas. O meu ponto principal, o bar, foi o primeiro lugar para averiguar e acabei encontrando o moreno de olhos verdes. Apesar de tudo, eu estava realmente preocupado com o irmão de Marie, ele estava caindo diretamente para a fossa. Não que ele não merecesse... mas ainda era alguém bem perturbado e traumatizado, então eu não tinha propriedade para julgá-lo.

- Bebendo de novo, Potter? - Perguntei, me sentando ao seu lado.

- A única coisa que me sobrou. - Disse virando mais um copo.

Pelo seu jeito, ele não estava acostumado a beber bastante e ainda fazia careta. Coloquei a mão em seu ombro, mas se esquivou resmungando palavras sem sentido.

- O seu filho não está na sua casa?

- Não... está na casa dos amigos, não sou tão irresponsável.

Engraçado vê-lo na defensiva, me lembrava como éramos na época do colégio.

- Vem cá.

Harry no começo me olhou estranho, mas decidiu seguir, finalmente demonstrando alguma confiança. Levei-o até o escritório, assim não parecia que eu tinha segundas intenções. Ofereci uma cadeira, mas sentou-se no divã quase caindo, realmente tinha chegado ao fundo do poço. Peguei uma poção para deixá-lo sóbrio, um grande desafio.

- Vai fazer bem, toma um pouco. - Ofereci.

- Eu não quero...

- Eu não perguntei se você quer, toma e pronto. - Falei firme e incrivelmente ele apenas fez o que eu pedi.

Sentei-me na sua frente para tentar conversar frente a frente, mas ele se jogou para a frente de uma vez e vomitou tudo no meu chão limpinho. Usei magia para limpar aquela nojeira primeiro, antes de limpar a boca dele e dar um copo de água. Harry parecia estar confuso com tudo aquilo, obviamente eu seria a última pessoa quem pensaria que poderia ajudá-lo.

- Por que você está fazendo isso?

- Isso o quê?

- Me ajudando, sendo gentil e querendo que eu fique bem. Você não me odeia?

- Olha, eu te acho um grande babaca atualmente, mas eu sei como é se sentir o pior ser do mundo e simplesmente continuar vivendo se arrastando, praticamente sobrevivendo.

- Então você está com pena? Eu não preciso que sinta pena de mim, eu sei muito bem me cuidar sozinho.

- Deu para notar. - Falei irônico apontando para ele. - Você não sabe beber, não tem limites, e daqui a pouco vai estar bebida com remédios.

- Por que você acha isso? - Perguntou debochado mesmo que não conseguisse falar direito.

- Porque foi o que eu fiz durante um bom tempo na minha vida.

Harry me olhou assustado, como se o efeito da bebida tivesse passado e acordasse para o mundo real. Ele abriu a boca e fechou novamente, talvez eu tenha falado demais. Levantou a cabeça novamente, me olhando apreensivo, por isso odeio falar coisas pessoais, as pessoas ficam estranhas.

- Por isso Sirius apareceu lá em casa? Foi você?

- Foi eu, mesmo que eu não tivesse motivo nenhum para avisá-lo, principalmente depois do que fez com a minha melhor amiga.