Família Potter-Malfoy

9

- Olá. - disse Harry ao encarar os amigos de vez. Nunca imaginou que um dia iria ver os rostos deles outra vez. Era tanta felicidade que seu coração parecia querer sair de sua cavidade torácica e era impossível tirar o sorriso do rosto.

Hermione caminhou até ele, a sua expressão de surpresa misturada com alegria sumiu, dando origem a um olhar irritado.

- Você é um grande idiota, Harry Potter. Desaparece durante anos, e do nada aparece e simplesmente diz "oi" - a mulher falou extremamente irritada com o homem a sua frente, ela estava conseguindo muito bem a alegria que sentia em ter seu melhor amigo por perto. No entando o fingimento não durou muito, a saudade acumulada achou por explodir e ela abraçou Potter fortemente. - Oi para você também.

- Sua bipolar, eu tive uma boa razão pra isso. - comentou Harry, afastando-se do abraço de Hermione.

- Boa razão? - questionou Hermione com os olhos semicerrados. - Te procuramos durante meses. Você não deixou nenhuma carta, eu fiquei preocupada.

- Pensei que iam me abandonar. - Potter-Malfoy disse, antes da garota voltar a falar. Harry sempre dizia ser hetero e ele achava que era, afinal não estava nos planos deles descobrir estar apaixonado por um garoto e muito menos que esse garoto era Draco Malfoy.

Não é fácil sair se assumir gay, nem para os amigos.

- Te abandonar? - Ron se aproximou do amigo, que tinha o rosto cheio de arrependimento.

- Por causa de Draco. - respondeu, com medo do que viria dos amigos.

- O que Draco tem haver com isso? - perguntou Hermione.

- Eu casei com ele... - respondeu Harry em um só fôlego, com medo do que os amigos iriam falar. Ron nem sempre tem boas reações com as situações que envolvem Draco.

- Pera aí. O que? - agora Hermione estava com um sorriso disfarçado no rosto e Ron... bem, ele estava irritado.

- Eu casei com Draco Malfoy, pensei que vocês iriam me abandonar por conta de eu ser gay e dele ser um Comensal da Morte.

E de repente um grito agudo feminino ecoou no escritório, assustando os garotos e que direcionaram seus olhares a ela. Hermione estava pulando e batendo palmas.

- PANSY ME DEVE 100 GALEÕES! - gritou novamente, antes de se acalmar e contar o que aconteceu antes dos garotos perguntarem. - Ainda no tempo de Hogwarts, eu apostei que vocês se casariam e Pansy apostou que vocês iam se pegar e acabar com tudo depois. - explicou ela animada. - Eu sempre estou certa.

Harry arregalou os olhos em choque. Elas realmente haviam apostado a vida amorosa dele?

- Desde quando você é amiga de uma sonserina? - questionou o ruivo.

- Desde sempre. - respondeu Mione. - Voltando para o assunto principal. Harry... você ter casado com o Malfoy não importa, igual o lance de você ser gay, a gente sempre soube. O que importa é que você está feliz.

- Você fugiu por conta de ser casado com o Malfoy? - Ron perguntou, ele finalmente pareceu ter processado toda a informação.

Harry apenas balançou a cabeça concordando.

- Cara... Eu estou feliz por você ter encontrado alguém que te faça se sentir especial. - Ron se aproximou de Harry e Hermione, formando um círculo. - Não precisava fingir com medo de nós te abandonarmos. - o ruivo falou, e antes que Harry abrisse a boca para responder algo ele continuou. - Se você fugiu por conta da sociedade te julgar... Amigo, essa foi a maior burrada que você fez. - Harry e Mione fizeram uma expressão confusa, cheia de dúvidas e ele resolveu prosseguir. - A sociedade vai te julgar onde quer que você for. Porque é isso que ela faz, ela julga sem procurar a verdade, as pessoas julgam se baseando em boatos e meias verdades.

Ron não sabia se o que disse estava certo, mas como sua esposa não fez nenhum modo de protesto ele julgou ter falado a coisa certa.

- Desde quando você virou filósofo? - Harry perguntou brincando, aceitando as palavras de Ron e tentando tirar o clima tenso que se instalou naquela sala.

- E desde quando meu amigo não me conta as coisas? Cara, você é casado com o Malfoy! Ainda não acredito.

Ron riu e puxou todos para um abraço, Harry sorriu entre eles. Sentiu falta de momentos assim, desses momentos onde podia contar com amigos para tudo.

Quando eles se afastaram existia um bolo na garganta de Potter.

- Você não iria entender na época, tinha a cabeça fechada de mais. - brincou Harry, tentando tirar o bolo enorme em sua garganta.

- Talvez, mas Mione e Gina iriam vir com um papo de moral. - brincou, o que fez sua esposa e Harry soltarem um leve riso.

- Bom... - o moreno puxou o ar para seus pulmões e o soltou. Sua respiração era pesada. - Não vim aqui apenas para reencontrar vocês.

- Nunca existe um "só" com você. - resmungou a garota, fazendo um sorriso surgir no rosto de Hazz. - Diga o que foi.

- Preciso que cuide dos meus filhos. - Harry falou, encarando os amigos. Ele tinha de fazer os dois compreenderem as coisas rapidamente, bom... Ron compreendeu rapidamente. - Eles receberam as cartas de Hogwarts por isso voltamos. Mas eu e Draco vamos voltar para América, resolver as coisas de documentos e blá blá. - revirou os olhos, ele odiava essa parte de ser adulto. - Iremos demorar uns dias, por isso queria que vocês ajudassem eles a se prepararem para ir a Hogwarts.

- Claro que podemos ajudar. - respondeu Hermione sorrindo.

- Para que anos eles vão? - questionou Ron.

- Vão para o primeiro ano.

- Ah... - Ron estalou os dedos, como se tivesse lembrado de algo. - Não tem nada haver com o assunto, mas... Hoje eu vi três crianças na loja, uma menina e um menino moreno, e o outro loiro. O menino moreno tirou uma figurinha sua nos sapos de chocolate e disse que havia tirado o pai. - relatou Ron. - A menina ficou super irritada e começou a puxar os garotos para fora da loja.

O rosto de Harry ganhou uma leve expressão de raiva.

- Eu falei pra ficarem em casa. - comentou o moreno, com sua voz um pouco mais grave por conta da raiva.