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*as pessoas na mídia são as que mais se parecem com as que eu imagino*

Pov Alene

Estava tudo muito silêncio dentro de casa, os únicos barulhos que se escutava era o tic tac do relógio e as gotas de água caindo no telhado.

Greta chegou aqui e não falou absolutamente nada. Isso já estava estressado meu pai, sei disso pois ele começou a rabiscar um pedaço de pergaminho com brutalidade. Desenhar foi a maneira qie ele achou de lidar com os sentimentos, ele sempre desenhava o que sentia.

Eu apertava a bola de estresse nas minhas mãos. Esse silêncio todo já estava me deixando tonta.

- Então filha, o que faz da vida? - a voz de Greta ecoou por toda a sala de estar.

- Não me chame de filha, eu não sou sua filha Greta. - disse sem desviar os olhos da parede, tinha medo de olhar para Greta e acabar lançando uma azaração nela mesmo que ela esteja merecendo uma. - E eu tenho 11 anos, o que você acha que eu faço? - finalmente me virei para ela, lançando meu olhar de morte misturado com o mais puro ódio. - Não é como se eu fosse vender drogas por aí.

Odeio odiar ela, porque ódio é um sentimento e eu gostaria de não sentir nada em relação à Greta.

Ela pareceu ficar envergonhada e desviou os olhos para a parede, a mesma que eu estava olhando a segundos atrás. O silêncio se instalou em nós novamente.

- Alec eu- começou minha mãe.

- Não- meu pai a interrompeu. - Não peça desculpas. Você me abandonou, você abandonou Alene, você simplesmente desapareceu do mapa, não pense que isso se resolve com um mísero pedidos de desculpas.

- Eu era nova demais, eu só 15 anos.

- E eu só tinha 16. - a voz do meu pai se alterou um pouco, indo de um tom mais alto para um tom mais baixo. Olhei para meu pai, nunca tinha visto ele desse jeito antes. Seus olhos estavam cheios de dor e lágrimas ao encarar Greta. - Durante a gravidez e muito mesmo antes dela eu falei para você que sempre estaria ao seu lado, que sempre te apoiaria em todoas as suas escolhas.

Minha progenitora desviou os olhos de meu pai na tentativa ridícula de esconder as lágrimas. Lágrimas? É sério que ela está chorando? Essa patética que abandonou a mim e ao meu pai?

- Você escolheu ter Alene, você escolheu seguir com a gravidez até o fim. Mas no dia que ela nasceu você a abandonou, você me abandonou. Por que fez isso com a gente?

Senti meu coração ser quebrado em mil cacos. Eu não deveria estar ouvindo essa conversa, eu deveria ir para meu quarto e só voltar quando meu pai chamar por mim, mas eu quero estar aqui, eu quero ouvir tudo o que Greta tem a dizer.

- Eu achava que estava pronta, mas quando eu vi o rosto de Alene percebi que não estava. - a voz dela começou a ficar trêmula. Daí-me paciência, Merlin. - Você, por outro lado, sorria para ela, você estava encantado com ela... Percebi que você estava mais preparado que eu para isso, então eu fugi. Resolvi viver o resto da minha adolescência como se eu não tivesse acabado de ter um bebê.

- Então fui um erro para você? - virei-me para ela, amaldiçoando minhas lágrimas. Céus, eu não deveria estar chorando por Greta.

- Alene eu fui embora porquê achei que eu seria um erro para você. - ela tentou tocar em minhas mãos, puxei elas para mim antes que isso acontecesse. Não quero sentir o toque dela em minha pele.

Conta outra.

- Isso não fez muito sentido para mim. - Eu estava com raiva, ela acha mesmo que com esse discurso de merda vai conseguir perdão?

- Eu nunca fui uma boa aluna na escola, ou uma boa filha, não fui nem uma boa namorada. - ela desviou os olhos de mim por um momento para encarar meu pai. - Então com certeza não seria uma boa mãe, deixei você com seu pai porque assim você iria conseguir ter a infância que você merecia, sem os meus problemas para te atrapalhar.

- A infância que eu merecia? - me levantei do sofá bruscamente. - Quando eu ia no parquinho várias crianças me zuavam, pois, eu não tinha uma mãe... Demorei muito tempo para aceitar isso.

- Peço desculpas por isso. - sua voz saiu como um sussurro. - Mas eu vim aqui hoje para mudar isso, eu quero fazer parte da sua vida.

- Quer fazer parte da minha vida? - questionei, usando as mesmas palavras que ela. - Tudo bem, irei te dar essa oportunidade. - vi os olhos dela se acenderem. - Mas não pense que é com pedido de desculpas que vai conseguir isso.

Ela sorriu pra mim e abriu a boca para falar algo, mas não deixei que ela falasse.

- Pai é melhor eu voltar para a escola.

- O que? Como é que eu vou conseguir me redimir com você assim?

- Isso já é problema seu. - sai de casa.

[...]

Acordei depois de uma noite mau dormida, meus olhos estavam com olheiras profundas e minha pele parecia oleosa demais, meus cabelos estavam tão ressecados quanto palha.

- Meu Merlin, parece que atropelaram você. - disse Lily ao me ver naquela manhã.

- Para que inimigos se você tem uma Lily como amiga? - disse irônica.

- Foi tão ruim assim? - questionou, referindo-se a ontem.

Expliquei para ela de forma resumida o que aconteceu ontem e a disse que Greta queria uma chance de entrar na minha vida.

No resto do dia minha cabeça estava nas nuvens. Não sabia se deixar Greta tentar fazer parte da minha vida tinha sido uma boa decisão. E se ela fazer eu me apegar a ela e depois partir de novo?

Realmente não havia sido uma boa decisão.

No horário vago à vi entrando nos terrenos de Hogwarts, com um animal em mãos. O que diabos ela está fazendo aqui?

- Sério isso? Está tentando me agradar com um animal? - vi o gato em suas mãos, ele tinha os olhos verdes e a pelagem preta. Até que era fofo.

- Ele só é meu presente de agradecimento para você, por me deixar pelo menos tentar.

Respirei fundo e estiquei os braços para pegar o gato. Me surpreendi em como sua pelagem era macia e cheirava a marshmallow.

Acabei sorrindo para ela. Gostava de animais, ela acertou no presente.

Tire esse sorriso do rosto, ela não é a nossa mãe. — Minha mente gritou.

- Um abraço?

- Ai já é demais. - respondi, ela acabou por concordar.

Até que não foi uma decisão tão ruim.

Talvez ter Greta como mãe acabe não sendo mais uma de minhas péssimas decisões.

~°~

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