• Uma boa ouvinte,chá de camomila e o alívio da verdade •

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No geral,existem dois tipos de cansaço

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No geral,existem dois tipos de cansaço.

O cansaço revigorante,quando o esforço  vale a pena e te orgulha,e o cansaço sufocante,quando você continua moído como café mesmo depois de ter feito tudo direito.
Marina Ross,ainda que enfiada entre flores, decorações de casamento e assistentes por todo lado, parece exatamente com o  segundo tipo.

Acabo de chegar da aula e meus pés estão firmes no gramado do jardim,assistindo de longe a noiva mais triste e ansiosa que já vi na vida,incluindo aquelas de realitys shows.

Eu sei que ela quer nos dar uma família, também sei que a apoio nisso,mas toda vez que eu me lembro que do palhaço na carapuça de noivo...argh,meu estômago embrulha,Richard é um completo imbecil.

Confia em mim,de imbecis egocêntricos eu entendo.

Logo depois de berrar com a organizadora sobre a paleta de cores,Marina desvia o rosto e me vê,o ar gélido dos seus olhos se perde para outra coisa mais amável,ela abre um sorriso e gesticula para que eu ande até aquela parte do jardim.

– As aulas de ioga não te ajudaram muito mamãe. – brinco ao chegar perto,largando minha mochila na varanda.

– Nem um pouco querido,na verdade se aquela professora mandar eu ver as coisas por outro ângulo mais uma vez vou pular naquele pescoço dela de girafa. – minha mãe revira os olhos – como foi o seu dia?

Vamos ver,eu fui expulso do único grupo popular que eu tinha,sou praticamente um excluído na Valentin e não namoro mais com a garota mais legal do mundo,tudo isso por livre e espontânea estupidez.

– Foi tranquilo. – é tudo o que digo.

– Que bom,ah comprei bolinhos de carne,estão no forno se estiver com fome,não tive tempo de fazer o jantar.

– Ah,tudo bem,vou tomar um banho e terminar a lição de ontem.

– E vai me deixar sozinha nesse pesadelo? – Marina segura minha mão e faz um biquinho engraçado.

– Ah você aguenta. – provoco e solto nossos dedos.

Minha mãe solta uma risada alta.

– Um dia desses te dou uns tapas.

Acompanho sua risada até subir as escadinhas da varanda e atravessar a porta de casa, preciso urgentemente de um banho e terminar aquela droga de questionário.

Passo pela porta de Caio e ele está vidrado no videogame,ignorando a existência de hum..qualquer coisa.

– Hey molequinho,cheguei.

– …

Tá vendo? Um grande zumbi digital.

– Depois vamos jantar certo?

Ele balança a cabeça,é óbvio,falou em comida..

Depois de perturbá-lo um pouquinho mais,vou para o banho,tento não pensar nas minhas burradas,sobre o último ano do colégio, no esforço da minha por um idiota..

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