• Olhos brilhantes, realidades dolorosas e o azul mais profundo •

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Oi Elizabeth

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Oi Elizabeth..você quer dançar comigo?

A primeira vez que Ícaro Ross disse o meu nome em voz alta foi quando tínhamos doze anos,ainda na primeira semana de aulas,eu estava pronta para atravessar a rua até a calçada da escola,Ícaro estava do outro lado,sozinho lendo um livro,não lembro da música que tocava nos meus fones de ouvido,mas a sensação era agitada e açucarada – exatamente como é ter doze anos.

Observei aquele garoto por alguns segundos,eu o achava tão bonito quanto os príncipes da Disney,mas nunca admitia para mim mesma.

Distraída,caminhei até o meio do asfalto, fitando o menino de cabelos bagunçados sem que ele notasse.

Mas Ícaro levantou os olhos no mesmo instante,depois os arregalou e gritou:

– Elizabeth! O carro!

Despertei do transe,apertando as alças da mochila enquanto movia os pés de volta para as duas linhas amarelas. O carro passou rápido,senti a respiração falhar por um segundo,o susto tinha sido grande,e apesar de recuperar a expressão altiva,meu coração ainda batia acelerado quando finalmente atravessei a rua para a outra calçada.

– Obrigada. – eu disse ao me aproximar,fria e desapegada.

Ross estava começando a sair com os garotos mais babacas da nossa turma,se brechas fossem abertas,minha vida ficaria difícil.

O que eu não sabia,era que a vida ficaria difícil de qualquer jeito,me importando com os insultos ou não.

Lembro que Ícaro abaixou a cabeça e apertou o livro entre os dedos,decidi continuar o caminho para aula,mas ele ergueu a voz de novo,então eu parei de andar,de novo.

– V-você...tá bem?

Foi a primeira vez que nossos olhos se encontraram de verdade durante aquela troca estranha de palavras,as íris amêndoas dele me arrancaram um suspiro escondido,que eu jamais demonstraria,Ross desviou o rosto segundos depois,pondo a mão direita no bolso enquanto fingia encarar uma árvore no canto do pátio.

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