Ícaro Ross é um daqueles caras atraentes, de sorriso encantador e..hipócrita em cada palavra que sai da sua boca.
Ele é querido por seus amigos e deixa a mãe e os professores orgulhosos,mas Ícaro só consegue essa proeza porque é duas pessoas ao mesm...
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Ícaro cruza nossos olhos, então sou capaz de reconhecer sua tristeza espelhada na minha.
Observo as mãos dele entrando e saindo dos bolsos,vejo as íris brilhantes de um choro recente, Ícaro ainda curva os lábios,com o mesmo sorriso de alguém que perdeu algo importante,mas a memória o deixa flutuando sob uma estranha alegria.
– Me desculpe – digo, embargada – abandonar alguém na pista de dança é uma grande falta de educação.
Ross quase solta um riso irônico,não consegue completá-lo no entanto,percebo que engole a seco,pisca os olhos rápido demais antes de estreitar nossa distância.
– Senti falta disso.
– Disso o que? – pergunto.
– O sarcasmo adorável – ele sorri de canto – esse que você usa quando está muito triste.
Sinto a lágrima insistente e salgada molhar as pálpebras,me obrigo a reprimi-la,temendo que ela dê lugar a outras maiores. Minha luta para não desabar na frente dele é perseguida pela sincera constatação das palavras: Ícaro ainda conhece o meu sarcasmo, portanto,ele ainda me conhece.
– Por que acha que estou triste? – é uma pergunta estúpida,mas faço-a mesmo assim.
Ícaro fita meu rosto,sem piedade nenhuma.
– Acho que minha existência deixa você triste.
– Ah Ross,você está se superestimando.
– Não estou não,desde que entrei na sua vida tudo o que faço é te magoar,eu tenho..muita culpa pela sua infelicidade.
Solto um riso amargo,incapaz de conter as duas lágrimas deslizando sob as bochechas,sua confissão resignada me deixa furiosa,me queima de ódio,ele é como um avião que explode cidades inteiras,pede desculpas e não volta para reconstruir nada.
Mas ele voltou certo? Ross está aqui,implorando de peito aberto pelo meu coração destruído.
Então o que eu faço? É ridículo,óbvio,minha decisão é a ponte decisiva para um tipo asfixiante de final feliz.