Boa noite, meninas! Tudo bem? Estavam com saudades? Então.... lá vamos nós.
Minha cabeça pousa no peito do Benjamin enquanto passo a ponta dos meus dedos pelo seu estomago e barriga. Ele me aconchega em seus braços e sinto o leve toque de sua boca em minha testa e eu sorrio feliz por estar aqui, pois nunca me senti tão bem.
— Eu tenho uma curiosidade sobre você. — Sinto como se sua voz rouca e grossa acariciasse-me por inteira.
Eu suspiro.
— O que quer saber? — indago.
— Você tem um nome muito bonito, Evangeline. Por que não gosta dele?
Viro-me de bruços, ponho ambas as mãos em seu peito e apoio meu queixo. Benjamin coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e nos encaramos.
— Evangeline é o nome da minha avó materna — conto e ele me olha surpreso. Eu sorrio sem vontade. — Eu não gostava muito dela, mesmo após sua morte não consigo ver nada de bom naquela mulher.
— Ele te fez alguma coisa? — pergunta intrigado.
Eu rolo os olhos.
— Não para mim — respondo e faço uma careta. — Acontece que minha mãe foi adotada, mas nunca foi tratada como filha por meus avós. Eles a fizeram de empregada. Minha mãe desde cedo foi privada de muitas coisas, apenas para ficar trabalhando para eles e servindo seus filhos biológicos.
Benjamin franze a testa.
— A sua mãe contou isso? E mesmo assim pôs a homenageou nomeando um dos filhos?
Eu rio com secura.
— Minha mãe jamais contaria isso. Quando crianças, ouvimos muitas conversas, uma delas foi quando minha tia, a única que considerava minha mãe como irmã, conversava com meu pai e eles discutiam sobre o assunto. Ela revelou que minha avó tratava minha mãe como empregada por ela ser negra, e que devia era ser grata, pois tinha o que comer, o que vestir e onde dormir — desabafo com amargura.
— Que mulher cruel — comenta Benjamin inconformado.
— Sim, no decorrer dos anos fomos descobrindo coisas horríveis e para piorar a situação, meus avós chegaram a escorraçar minha mãe quando esta se envolveu com o primo, no caso meu pai — declaro.
— História interessante. Então seus pais são primos?
Eu balanço os ombros.
— Sim e não. Afinal mamãe, por ser adotada, não carrega o mesmo sangue da família.
Benjamin me observa curioso.
— Por tudo que sua mãe sofreu, por que colocou seu nome de Evangeline? — A mesma pergunta que me faço constantemente.
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Desvenda-me
RomanceBenjamin, um homem sistemático, não admite erros e tem tudo sobre controle em sua vida. O CEO de uma das maiores empresas petrolífera do Brasil, dedica-se totalmente ao seu trabalho. Carrega uma aura de bastante austeridade e com ar misterioso. Ele...