Capítulo 34

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Boa noite, meninas! Tudo bem? Estavam com saudades? Então.... lá vamos nós.


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Minha cabeça pousa no peito do Benjamin enquanto passo a ponta dos meus dedos pelo seu estomago e barriga. Ele me aconchega em seus braços e sinto o leve toque de sua boca em minha testa e eu sorrio feliz por estar aqui, pois nunca me senti tão bem.

— Eu tenho uma curiosidade sobre você. — Sinto como se sua voz rouca e grossa acariciasse-me por inteira.

Eu suspiro.

— O que quer saber? — indago.

— Você tem um nome muito bonito, Evangeline. Por que não gosta dele?

Viro-me de bruços, ponho ambas as mãos em seu peito e apoio meu queixo. Benjamin coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e nos encaramos.

— Evangeline é o nome da minha avó materna — conto e ele me olha surpreso. Eu sorrio sem vontade. — Eu não gostava muito dela, mesmo após sua morte não consigo ver nada de bom naquela mulher.

— Ele te fez alguma coisa? — pergunta intrigado.

Eu rolo os olhos.

— Não para mim — respondo e faço uma careta. — Acontece que minha mãe foi adotada, mas nunca foi tratada como filha por meus avós. Eles a fizeram de empregada. Minha mãe desde cedo foi privada de muitas coisas, apenas para ficar trabalhando para eles e servindo seus filhos biológicos.

Benjamin franze a testa.

— A sua mãe contou isso? E mesmo assim pôs a homenageou nomeando um dos filhos?

Eu rio com secura.

— Minha mãe jamais contaria isso. Quando crianças, ouvimos muitas conversas, uma delas foi quando minha tia, a única que considerava minha mãe como irmã, conversava com meu pai e eles discutiam sobre o assunto. Ela revelou que minha avó tratava minha mãe como empregada por ela ser negra, e que devia era ser grata, pois tinha o que comer, o que vestir e onde dormir — desabafo com amargura.

— Que mulher cruel — comenta Benjamin inconformado.

— Sim, no decorrer dos anos fomos descobrindo coisas horríveis e para piorar a situação, meus avós chegaram a escorraçar minha mãe quando esta se envolveu com o primo, no caso meu pai — declaro.

— História interessante. Então seus pais são primos?

Eu balanço os ombros.

— Sim e não. Afinal mamãe, por ser adotada, não carrega o mesmo sangue da família.

Benjamin me observa curioso.

— Por tudo que sua mãe sofreu, por que colocou seu nome de Evangeline? — A mesma pergunta que me faço constantemente.

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