Capítulo 9

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Maia

Assustada levanto e sento na cama.

Parece que a chuva só se intensificou mais, é relâmpago daí, é relâmpago daqui. Eu fico com medo disso, sei lá, parece que o céu vai cair, nem sei se isso é possível.

Greco não estava na cama, provavelmente está no escritório dele. Desde que voltou daquela viagem à Budapeste, está mais estranho que o normal.

Também não comentou nada, mas pelo que ouvi, um tal de Paul O'Brien, lixou o negócio deles.

—Ai!_ grito assim que o vidro quebra e vejo uma coisa enorme no chão. - Greco!

Era um animal, uma coruja.

— Greco!_ chamo mais uma vez saltando da cama.

Saio correndo e ao abrir a porta, meu corpo bate no outro e ambos caímos.

— Porra._ ele geme de dor e coloca a mão no nariz.

— Você está a sangrar._ digo levantando meu tronco. Após notar a posição em que a gente estava, saio rápido de cima dele e o ajudo levantar.

— Quase partiu o meu nariz._ ele diz.

Suas mãos estavam sujas de sangue.

— Não coloque a cabeça para trás._ mando e ele assim o faz. Pego na sua mão e o ajudo a entrar no quarto.

Procurei o bicho mas ele já não estava.

—O que foi?_ ele diz ao notar que eu procurava algo.

— Entrou uma ave aqui, não sei se foi pra onde.

Fomos para o banheiro e o fiz sentar.

— Deve estar a fugir da chuva.

— Tira-o daqui._ digo pegando na kit dos primeiros-socorros. - Porra, eu disse para não inclinar a cabeça para trás.

— O que eu faço?

— Inclina levemente a cabeça para frente. Respira pela boca.

Pego nalguns pensos e dou para ele.

— Não podemos pô-lo lá fora, com esse vento não conseguirá voar e além do mais deve ter uma asa partida.

Não comento. Com um algodão,  passo lentamente no seu rosto limpando o sangue, enquanto uma de minhas mãos segurava o a sua mandíbula bem definida..

O clima estava húmido, mas nós estávamos quentes. Eu estava quente ele estava quente.

Meu peito subia e descia rápido, posso jurar que meus dedos tremiam.

Seu lábio avermelhados que mais estava para rosa me prendia insanamente.

—O que foi? _ digo assim que ele ri.

— Nada.

Acho que percebeu que eu olhava para os seus lábios. O ignorei e fiz o quê tinha a fazer.

—Acho que está._ afasto-me dele. — Fique assim durante dez minutos e faça uma leve pressão, irá parar.

—É formada em medicina ou algo assim?_ ele diz olhando para mim com um certo mistério.

— Um simples obrigado seu, bastava.

—Só perguntei para saber, não é nada de mais.

— Não me formei em Medicina.

— O que fez?

—Não lhe interessa.

— E voltamos ao mesmo._ ele suspira aborrecido.

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