Cap. 2

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Maia

- Ainda não mexeu na comida, você ama isso. __ Greco diz.

- Estou sem fome. Quando é que ele chega? Estou cansada.

Ele olha para o relógio. Era um jantar com um amigo dele, todos os amigos dele são como ele, horríveis, frios e cruéis. Às vezes até chego a concordar com a Polícia, talvez fossem mesmo membros de alguma facção criminosa.

- Porquê a demora, princesa? __ Greco fala para o homem que se sentara à nossa mesa. Estava acompanhado.

- Imprevisto, perdoem-me. __ ele diz olhando especificamente para mim.

- Olá, Maia. __ Giselle, sua mulher diz.

- Olá. __ respondo sorrindo sem muita vontade.

Chamaram o garçom e fizeram os seus pedidos.

A conversa era sobre negócios, como sempre.

- E a empresa que está em Budapeste? __ Russo diz.

- Tenho que ir lá próxima semana, houve um problema e tenho que ir.

- A Maia vai? __ Giselle diz.

- Eu mal sabia que ele iria para lá.

- Ia contar.

- Claro que sim, licença.

Levanto da mesa e vou em direção ao banheiro.

Senti-me observada, não pelo Greco ou pelas outras pessoas que lá estavam, mas sim por ele.

Uma parte de mim quer se desculpar pela forma como o tratei, a outra simplesmente não dizer nada.

Quase apanhei um AVC quando vi um reflexo no espelho.

- Vim ver se está bem. __ ele diz de forma descontraída com as mãos no bolso.

- Saia daqui e me deixe em paz.

- Vejo que está ótima e que eu não estava errado.

Me viro para encará-lo.

- Errado sobre o quê?

- Sobre a sua personalidade. Vim me desculpar pelo que disse a pouco, mas ainda bem que não o fiz.

- Quem você pensa que é? Qual é o teu problema? Não sou obrigada a rir consigo, você trabalha para mim!

- Pois e você é uma cabra. __ ele diz cruzando os braços.

- O que disse?

- Você ouviu o que disse.

Admito que não pensei, a primeira coisa que eu vi foi a que eu atirei nele.

Era o meu salto.

Pena que falhei miseravelmente.

- Você quer me matar? __ ele fala pegando o salto.

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