Capítulo 24

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ATENÇÃO❗

Este capítulo, retrata cenas  sobre abuso infantil e suicídio. Se não se sente confortável, melhor pular.

Att: Eu, repudio todo tipo de agressão e abuso, violência e maus tratos.

Quanto ao suicídio, se estiver passando por algum momento difícil, procure ajuda.

Você importa!

Diga NÃO ao Suicídio!


Maia Benson →

Você me chamou?_ paro e vejo um grande homem jogado no sofá enquanto assistia alguma coisa na TV.

Mesmo sendo criança, sei que é algo sujo, que minha mãe não me deixa ver.

Chamei... _ tremo quando a sua voz entra no meu cérebro. — O que está fazendo?

— Brincando com a minha boneca.

Vem._recusei. — Eu disse para vir!_ ele grita e eu tremendo me aproximo dele. — Isso, essa é a minha menina. Sempre tão submissa..._ ele acaricia meus ombros.

Papai..._tento me afastar.

Faz companhia no papai. _ ele me levanta e me faz sentar no colo dele.

Eu quero ir brincar com a minha boneca...

Xiu... Brinque com o papai._ ele fala e passa sua mão na minha perna. — E não conte nada para a mamãe.

Ele calou e ficou a olhar para mim de um jeito estranho.

—  Você é tão bonita..._ beijou o meu rosto.

Pare, papai..._ tento tirar sua mão do meu peito.

Uma pena que ainda não tem nada nesse peito... _ ele diz abanando a cabeça e olha para TV.

Olhei para os meus dedos que tremiam.

Um barulho estranho que saiu da TV me chamou a atenção, olhei e vi uma mulher nua e um homem nu, eles estavam fazendo coisas.

Tá gostando do que vê?_ desvio o meu olhar. — Vem..._ ele começa a tirar o seu cinto.

— Não! Não!_ desperto e salto da cama.

— Ei..._ouvi uma voz.

— Não, afasta-te de mim, afasta-te de mim!_me arrasto no chão até pegar a arma.

Sem pensar faço um disparo.

— Maia!_ ele grita e faço outro. — Sou eu, o Greco!_ não sei como, ele tira a arma das minhas mãos. — Calma, porra!_ ele me abraça.

Não tive outra escolha, escondi o meu rosto no seu peito.

— Está tudo bem._ele repetia.

Eu tinha esses pesadelos, mas durante um bom tempo, havia cessado.

Greco sabe e por isso, não perguntou o que foi.

Ele sabe do meu pior medo e eu tenho medo que ele um dia use isso contra mim.

O abracei com mais força.

( ... )

Dois dias depois daquela noite, eu tinha medo de dormir. De fechar os olhos e ver àquele homem novamente.

Recusava-me sair do quarto.

Recusava-me ficar sozinha, mas o Greco me deixava, por isso trancava tudo.

Não recebia a Mila quando trazia a comida, a voz dela parecia do Peter gritando atrás dela.

Estava sentada no chão a olhar para as paredes...

Cansei-me de procurar a arma do Greco.

Eram muitas as vozes que estavam na minha cabeça e que eu quis acabar com elas.

Abri uma gaveta específica, onde eu guardava os medicamentos que usava.

Peguei neles e fiquei olhando para eles.

Qual é o sentido de eu adiar isso?

Todo mundo vai morrer um dia.

Abri dois fracos e coloco uma dúzia do deles na mão.

— Maia._ alguém chama por mim, mas não soava como o Peter ou o Greco. — Maia?_ele bate na porta.

O ignorei e coloquei na boca todos eles.

Peguei no copo com água e bebi todos.

— Você não me atormentará mais._ deitei o meu corpo no chão.

Por uns instantes vi a minha versão mais jovem correndo no jardim.

Eu lembro desse dia... Estava tão feliz porque minha mãe conseguiu me dar um cachorro como prenda do meu aniversário.

Maia... Maia...

Senti o meu corpo mais leve para puder flutuar.

Maia...

Eu estava indo para casa, para a minha mãe.

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