Capítulo 12

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Noah

Quando aceitei esse caso, em momento algum me passou pela cabeça que seria assim tão difícil.

Querem a Maia morta, por causa do Greco. Alguém odeia ele e deve ser por algum motivo.

Após ver àquelas todas vidas serem perdidas, percebi que isso é sério, e muito sério.

E desde àquele dia, Maia está diferente. Faz dias que não temos uma conversa, sei que Mila leva-lhe o pequeno-almoço, almoço, lanches e jantares e  na maioria das vezes as bandejas voltavam como haviam ido.

São poucas as vezes que a vejo. Às vezes ela está na varanda do quarto, outras vezes no jardim.

Quanto ao Greco, não sei ao certo o que anda a tramar, o que é certo é quem tem entrado sempre um mesmo homem todas as noites.

Aparece sempre no mesmo horário, consigo traz sempre um ficheiro. Ficheiros esses que pretendo saber do que se tratam.

Só sei que hoje, o Greco saiu com ele. Era suspeito demais, porém, escolhi ficar aqui a ver se consigo colocar escutas no seu escritório.

De todas as vezes que tentei, estava sempre trancado. Só é aberto quando ele entra, ou quando a Sandy, uma das mulheres que aqui trabalha, vai fazer a limpeza.

Todas as terças e sextas-feiras ela o limpa, e hoje não será diferente, só estou a espera que ela suba.

Enquanto isso tenho que saber como está a Maia.

Após observar o terreno avanço, fecho a porta atrás de mim e olho para ela que estava apenas de robe preto.

Havia acabado de sair do banho.


—Se o Greco te encontrar aqui, mata-te. _  passa uma toalha no cabelo.

—Assumo esse risco... Há dias que você não sai daqui, fiquei preocupado. E com um pouco de saudades.

Ela ri como se eu tivesse dito alguma mentira.

— E eu prefiro estar sozinha.

—Acho que já ficou o bastante. Detesto vê-la desse jeito, prefiro quando é rude para mim.

Ela para de fazer o que fazia, apoia-se na grande cómoda onde estava um tanto de cosméticos e olha para mim.

Sei que não é a melhor altura, mas só conseguia imaginar o que estava debaixo daquele robe.

—Sei que está assim devido o ocorrido, mas olha...

—Por favor, não me diga que a culpa não é minha. Não preciso disso.

—A culpa não é sua. _ela suspira. — Você não teve culpa pelo que aconteceu.

—Como não?

—Não foi você quem disparou contra elas, não te tortures. Foi trágico e horrível, porém, nada do que aconteceu foi culpa sua, nada.

— Se eu não tivesse saído de casa nada disso teria acontecido. O que é suposto eu fazer? Deixei um criança órfã, Noah! Como é suposto eu viver com isso?

—Vai ficar tudo bem. Você é boa pessoa, eu sei que se soubesse que isso viria a acontecer, você teria evitado.

— Não sei se consigo viver com isso.

— Eu sei, é difícil, mas você vai conseguir e eu estarei aqui para ajudá-la. E esses homens serão pegos e punidos pelo que fizeram, a Polícia está a tratar disso.

— Não se o Greco os encontrar primeiro. _ afasta-se de mim e vai pegar uma toalha.

—Como assim?

—Se o Greco pegar eles primeiro, ele vai matá-los.

— Pelo menos pagarão o que fizeram, não?

— Não é a mesma coisa._ fica de costas para mim. Fiquei parado a observar o jeito delicado que penteava seus cabelos.

— Ei..._ pego na sua mão e viro o seu corpo para mim. Seus olhos estavam inchados e seu narizinho avermelhado. — Já disse e volto a repetir, não tem culpa.

—É difícil.

—Eu sei, mas tudo vai ficar bem._ ainda com a razão a impedir-me, levo minha mão até o seu rosto.

Tiro quando notei que isso só ia dar merda.

— Mas e então, o que quer fazer?

— Não quero fazer nada._ela se afasta e abre o seu roupeiro.

Nunca vi tanta roupa em toda minha vida.

— Eu dou a ideia e você o dinheiro. _ ela ri. — De certeza que tem muito dinheiro para gastar.

— Não para gastar de forma desnecessária.

— Não será de forma desnecessária, ei!_ela assusta e se vira. — Àquele é o meu casaco?

— Não é._não olha para ele.

— Definitivamente é.

— Não é seu casaco. Acha que eu roubaria uma roupa?

— Neste momento está parecendo que sim.

— Não roubei, comprei.

— Esse casaco é de homem e fica enorme em você.

— Não fica, eu comprei porque gosto do jeito que me fica.

— Quero ver você vestindo agora. Que vergonha, senhorita, roubando roupas alheias.

— Já disse que é meu._fica com as pontas do pé para alcançar o cabide que o prendia.

Ela pega e coloca por cima da toalha.

— Definitivamente é o meu casaco._ficou parecendo um vestido nela.

Quanto ela mede? 1.40?

— Credo, não é._ela nega olhando bem nos meus olhos.

Aproximo-me e vi o seu corpo ficar arrepiado após eu baixar para alcançar o seu pescoço.

— Definitivamente é meu._ ainda mantendo a posição em que estava digo e levanto apenas o olhar.

— Como sabe?_ela diz com o olhar preso em mim e algumas vezes iam para o meu lábio.

— Está a cheirar a mim. Roubou, deveria ter lavado pelo menos.

— Gostei do cheiro._ não estava a esperava disso.

Ficámos apenas nos encarando.

Sei que ela quer, só não vai tomar a iniciativa.

Mulheres.

Dou um selinho nela e me afasto para encarar sua reação.

Beijou de volta.

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