Capítulo 38

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Noah Roberts

Uma semana depois...

Eu estava com raiva, com raiva da Maia por ter tomado uma decisão tão estúpida.

Estava em frente ao aeroporto, esperando por eles. O último dia que a gente esteve junto, não mencionou que iria para fora do país com esse traste.

E pior, ainda não deu nenhuma resposta quanto ao colaborar com a Polícia para ficar com o Ethan.

A minha frustração nestes miseráveis dias não foram porque ela ainda não deu nenhuma resposta, foi porque ela foi com ele.

Por que raios foi?

Não consigo entender como ela age o que está fazendo. Numa hora odeia o marido e noutra, parece que o ama mais que tudo.

Talvez Annie tenha razão, talvez esteja me manipulando.

Talvez tenham descoberto a minha identidade e por isso esse trabalho todo.

Meu coração traiu-me após ver ela, porém fiquei enfurecido após lhes ver de mãos dadas.

Pareciam o casal perfeito. Admira-me como a Maia consegue esquecer as coisas más que as pessoas lhe fazem.

Não sei se ela está a atuar ou se realmente quer continuar com essa vida maldita

- Sejam bem-vindos. __ digo e em seguida abro a porta. Com uma certa força fecho a porta e dou a volta.


- O que houve na minha ausência? __ Greco questiona.

- Nada de mais. Uma vez que o meu trabalho é proteger a sua mulher, fiquei em casa. As vossas férias foram as minhas.

- Em nenhum momento foi para casa?

- Fui umas duas vezes, a dona Amanda precisava de ajuda para concertar uns móveis.

Ele não disse mais nada, apenas fomos em silêncio.

Às vezes olhava para Maia que permanecia em silêncio com a cabeça apoiada no ombro do Greco. Não sei o que houve nessa viagem, mas parece que ela quer me torturar.

( ... )

Ela estava arrumada, mas não era para mim.

A observava de longe enquanto sorria com os homens que Greco lhe apresentava.

Estavam num restaurante, com mais três homens com suas acompanhantes.

Se ela tivesse aceitado o acordo, Sargento teria me dito.

Então porquê raios ela tem agido dessa forma?

Talvez eu não tenha a conhecido bem, talvez ela prefira ser saco de pancada do Greco por causa da vida de luxo lhe proporciona. Talvez saiba do que o marido tem feito e esteja a jogar connosco, ou comigo principalmente.

Já não sei o que pensar na verdade.

Por um instante nossos olhares cruzam-se mas tão rápido eu desvio.

Não estou com paciência para jogos.

Não trocamos nenhuma palavra desde que chegou, eu sei que ela tentou. Mas eu evitei a todo custo, não estava com paciência de aturá-la ou ouvir o que ela tem a dizer.

Partindo do pressuposto de que ela não aceitou, tenho que trabalhar melhor agora e tentar esquecer lance que temos.

- Sargento. __ Digo assim que a vejo para com a Vanessa, mulher dele. O que eles fazem aqui?

Os preços das comidas daqui é a renda mínima de gente pobre. O que ele faz aqui? Embora admita que ele ganhe muito bem.

Presumo que ele não saiba que o Greco também está aqui.

Meu olhar cruza-se com os da Vanessa
Ela desvia rápido e eu agradeci mentalmente.

Olho o Greco olhar para ele e dá um sorriso. Não sei o que se passa na cabeça dele, só espero que não comecem os disparos.

Eles dois daqui é uma bomba, não resulta, simplesmente não.

Primeiro que eles querem matar-se e segundo que há terceiros querendo matar os dois.

( ... )

Maia e eu, como duas crianças, esperávamos o Greco enquanto falava não sei o quê para o Sargento.

Pelas expressões dele, parecia assustado e eu também fiquei assustado, quer dizer, tudo me afeta também.

Desde que não tenha descoberto minha identidade, tudo bem para mim.

—Não vai nem olhar para mim?_ tiro minha atenção da janela e olho para a mulher do banco de trás.

— Temos alguma coisa para falar, Mrs. De Luca?

Ela não responde.

Por fim Greco entra e arranco com o carro.

— Saiu com a Bruna?_ De Luca pergunta.

— Não.

— Porquê?

—Uma vez bastou. Não é uma prostituta que vou apresentar para minha mãe como minha namorada.

Ele ri.

— Se querem falar mal de mulher aguardem até que eu saia._ Maia diz.

— Que foi, Amorzinho?_ Greco diz olhando para ela de uma forma tão... Porra!

— O facto de ser prostituta não a faz menos mulher.

Sei que ela diz isso por causa da Tessa, e se ela diz isso por causa dela, é porque tem pensado nela e se tem pensado nela é porque tem pensado no Ethan e se tem pensado no Ethan é porque tem pensado no acordo.

— Eu não disse que a torna menos mulher. Apenas não é tipo de pessoa que eu apresentaria para minha mãe como minha mulher.

—Porquê?

— É prostituta.

Ela parece indignida com a minha resposta.

— Cada um é livre de fazer suas escolhas. Assim como ela escolheu ser prostituta, eu também tenho a escolha de quer ou não ficar com ela.

Greco diz e eu não acredito que concordo com ele.

—Concordo. _ digo.

— Vocês os dois se merecem._ Maia diz aborrecida e se afasta do Greco.

O resto do caminho foi silencioso, até que Greco atende uma ligação, uma ligação que parecia importante porque do nada começou a falar italiano.

Maldita hora que não escolhi o italiano como língua opcional.

Me perguntava se Maia entendia.

De tudo que ele disse, só consegui perceber  um Paul  O'Brien.

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