← Maia Benson →
—Por que mudou tanto?_ lentamente meu dedo deslizava na nossa foto.
Peguei numa outra foto e suspirei. Estava linda naquele dia, o jeito que ele olhava para mim...Como se eu fosse a coisa mais importante para ele, bom, naquela altura era.
Os seus braços em torno da minha cintura, o sorriso leve, quase humano. Um homem que parecia real. Um homem que talvez nunca tenha existido.
Talvez tenha sido apenas uma farsa para conseguir o que queria.
Passei os dedos sobre a imagem como se pudesse revivê-la. Ou talvez confirmar o que sempre soube: aquele Greco morreu, e em seu lugar ficou uma sombra elegante e fria demais para amar.
— Entre. _ alguém bateu à porta.
— Mrs. De Luca, o pequeno almoço está servido.
—Vou tomar o pequeno almoço aqui.
— O Mr. De Luca quer a senhora lá em baixo.
— Tudo bem, daqui a pouco desço.
Ela se retirou.
Sem guardar as fotos, saí da cama e fui até ao espelho, dei uma ajeitada no meu cabelo bagunçado. O prendi de forma desleixada, porém, sexy.
Ainda na escada, observei todo império que eu chamava de casa. A sala estava um silêncio total, único som que se ouvia vinha das mulheres na cozinha que trabalham aqui.
Greco estava à mesa.
Camisa branca alinhada, punhos dobrados com precisão cirúrgica. O cabelo castanho, penteado para trás. Os olhos, de um castanho escuro quase negro, eram profundos demais para serem lidos e penetrantes o suficiente para desnudar qualquer alma que ousasse encará-los.
Olhar de predador, fixo, calculado.
Mas eu não tinha medo dele.
Depois de tantos anos, aprendi a encarar os seus olhos e não temer.
—Onde você passou a noite? _ questionei após sentar.
—Negócios._ tirou o charuto da boca e colocou no cinzeiro.
—Um aviso prévio da tua parte teria sido bom.
Servi-me e tranquilamente comecei a comer. Senti seus olhos sobre mim, noutra altura e momento, já amei a forma como ele olhava para mim.
Olhei de volta e fiquei assim, esperando que ele dissesse logo o que queria.
—Eram negócios, você sabe que a fidelidade e lealdade é algo que eu prezo muito._ largou o jornal. — Amorino? _ ele chama.
—Eu não disse que você saiu para me trair, apenas esperei que me avisasse.
—Vou sair agora. Mais logo o motorista leva-te, iremos jantar.
Levantou-se e veio até ao meu encontro. Depositou um beijo na minha testa e depois beijou os meus lábios.
Larguei o talher e com mais firmeza segurei o seu rosto. Depois de minutos se beijando, me soltou e beijou meu nariz de uma forma...Fofa.

VOCÊ ESTÁ LENDO
INFILTRADO
RomanceNolan é um policial determinado a desmascarar um poderoso empresário, mas para isso precisa se infiltrar como guarda-costas da esposa dele, Maia - uma mulher misteriosa e cheia de segredos. Conforme a missão avança, a linha entre o dever e o sentime...