Capítulo 4

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← Maia →

Acordei estranha.

Com a cabeça parecendo que explodiria a qualquer momento, como se tivera bebido.

O que é estranho, porque álcool para mim, só se for na ferida.

Ainda estou sentada na cama tentando lembrar o que aconteceu ontem, mas as lembranças vinham  fragmentadas.

O meu vestido está manchado, e estou a usar um casaco que definitivamente não me pertence.

Mas seja lá de quem for, tem bom gosto e por isso vai ficar comigo. Apesar de ficar enorme em mim.

Levanto e quase assusto com minha própria aparência, estou um caos.

Meus cabelos pretos estão bagunçados, os meus olhos verdes estavam um pouco avermelhados, não sei porquê.

Minha cara está inchada, depois volta ao normal.

Tiro o casaco, depois o vestido.

Obervo o meu corpo nu.

Não sei se é benção ou maldição, mas os meus seios são grandes, as costas doem-me.

A minha bunda também é grande, é chato porque os homens olham bastante.

Sou baixinha, tenho 1.65, nem com salto eu passo o meu marido.

Falando nele, ele entra e me observa da cabeça aos pés.

— Como está?_abraça-me por trás.

— Estou com dor de cabeça. Não lembro do que aconteceu ontem.

— Espero que não tenha feito nenhum estupidez.

— Eu também.

Ele beija meu pescoço.

— Não estou com disposição para isso, Greco.

Greco e eu somos casados há uns 8 anos, estamos caminhando para 9.

Sou muito mais jovem em relação à ele, conhecemo-nos numa festa onde fui obrigada a ir por uma amiga da faculdade.

Apesar dele mais velho, eu casei com ele, não pelo dinheiro, mas porque naquela altura eu apaixonei-me.

Era empresário que vinha da Itália em visita de trabalho, quando dei por mim, um ano depois, estávamos trocando votos.

Mas o que eu acha que seria um mar de rosas, tornou-se num mar de traumas, abusos, ameaças de mortes e tudo o que é ruim.

Fui descobrindo coisas que ele nunca demonstrou enquanto namorávamos.

Ou talvez tenha demonstrado, eu e que não notei.

Não me separo dele, não é pelo seu dinheiro, mas pela minha irmã.

— Greco..._ele abre seus olhos e me encara pelo espelho.

— O que foi?

— O que você fez com o Andrew?

— O que tinha de ser feito.

— O quê?_não responde. — Greco, você matou ele?

— Eu fui claro quanto aos limites que ele não deve ultrapassar.

Me afasto assustada.

— Greco..._as lágrimas molham o meu rosto. — Por que raios fez isso?

— Se ele não tivesse...

— Ele não fez nada! Ele não era meu amante, era apenas um amigo. Mas você não entende isso porque é um homem mau e hipócrita.

— Eu avisei, caralho. Se tivesse me ouvido nada disso teria acontecido.

— Porra, Greco! Estou dizendo, ele não era meu amante. A relação que a gente tinha era como se fôssemos irmãos.

— Foda-se.

— Eu te odeio. _entro no box e tranco.

Ele sai e pus-me a chorar.

Me perdoe, Andrew.

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