Capítulo 9

185 15 16
                                    


DIAS DEPOIS

José Miguel já trabalhava na fazenda há alguns dias e ao contrário do que pensou, estava se adaptando bem. Só precisou que alguém o substituísse por alguns dias no tráfico e conseguiu que Ronaldo ficasse em seu lugar, apesar de morar longe, ele cumpria suas missões com maestria. Com Valentina, ela aproveitou o mês de férias do cursinho para ir à fazenda. Ela esperava mesmo que aquilo funcionasse para decidir de vez a sua vida. Assim que chegou, a moça só foi ao quarto guardar suas coisas e tomar um banho, pois estava eufórica demais para descansar naquele momento.

− Mamãe, papai, eu vou ver o Altaneiro. – Valentina falou animada descendo a escada e indo para a sala onde estavam Rogério e Cecília.

Altaneiro era um cavalo que Valentina tinha desde criança e todas as vezes que ela estava na fazenda, eles eram inseparáveis.

− Tudo bem, minha filha, pode ir. Acho que o capataz novo está por aí e pode te ajudar. – Rogério respondeu.

− O que aconteceu com o Sabino? – Valentina perguntou confusa.

− Nada, ele só se aposentou, mas continua na casinha dele. – Rogério sorriu.

− Então eu vou dar uma passadinha lá para cumprimentá-lo, mas prometo que volto antes de anoitecer. – Valentina sorriu. – Beijos, amo vocês.

− Também te amamos, filhinha. – Rogério respondeu.

− Vai com Deus, filha! – Cecília falou alto para que Valentina escutasse, pois ela já saía de casa.

− Amém! – Valentina respondeu no mesmo tom e bateu a porta, saindo.

Valentina caminhou até o estábulo, sorridente. Aquele era o seu lugar preferido da fazenda, pois amava os bichos, especialmente os cavalos. Chegando lá, ela acariciou os cavalos que via pela frente até encontrar a cocheira de Altaneiro e perceber um homem de costas na cocheira do lado. Com certeza deveria ser o novo capataz, pensou ela.

− Oi. Sou Valentina Villalba, filha dos donos dessa fazenda, muito prazer. Eu vim buscar o meu cavalo para dar uma volta com ele, tudo bem? – Valentina falou tudo de uma vez.

José Miguel ouviu a voz de Valentina e se virou com um sorrisinho safado no rosto. Ela abriu a boca, sentindo seu coração acelerar e suas pernas bambearem. Não era possível que um dos homens, o principal deles, que ela estava fugindo, estivesse ali na sua fazenda, onde ela planejou que seria seu refúgio.

− Saudades de mim, Valentina? – José Miguel perguntou irônico.

− Você... Como... O que está fazendo aqui? – Valentina gaguejou.

− Eu trabalho aqui. – José Miguel falou ainda com um sorriso cínico no rosto.

− Então você é o novo capataz? Como soube que eu viria para cá? – Valentina começou a andar de um lado para o outro.

− Ei, espera aí, eu nem sabia que essa fazenda era da sua família, só precisava do emprego. – José Miguel mentiu com a expressão ofendida. – Mas já que estamos aqui, não é?

Em um rompante, José Miguel agarrou Valentina e a prendeu na parede.

− E então, você já se decidiu? – José Miguel perguntou baixo encarando a boca de Valentina que também direcionou o olhar para a dele.

− Não, eu vim para cá justamente para isso.

− Então eu posso te dar uma forcinha. – José Miguel sorriu e atacou a boca de Valentina em um beijo selvagem.

Adicta A TiOnde histórias criam vida. Descubra agora