Capítulo 58

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Valentina logo voltou para casa depois de ter conversado com Jerônimo sobre o divórcio, ela não queria desgrudar de João Miguel enquanto pudesse e ficar com o filho a distraía para não pensar que em breve estaria separada, sendo mãe solteira em outro país e longe do grande amor da sua vida, já que Jerônimo tinha lhe dito que os papéis saíriam naquele mesmo dia, pois as leis tinham mudado. Ela estava no jardim quando seu celular tocou e ela atendeu com dificuldade por estar segurando o bebê.

INÍCIO DA LIGAÇÃO

− Alô?

− Valentina, é o Jerônimo. Estou ligando para avisar que o José Miguel se recusou a assinar os papéis do divórcio.

− Eu imaginei que isso aconteceria mesmo. – Valentina suspirou, colocando João Miguel no carrinho, o entregando a chupeta e um brinquedinho. – Mas você não tentou conversar com ele?

− Com ele, não teve muito papo, mas de qualquer forma, ele ficou com os papéis. – Jerônimo suspirou. – Eu sinto muito.

− Não se preocupe, não foi sua culpa, o José Miguel é assim mesmo. – Valentina falou, balançando o carrinho de João Miguel com o pé, pois ele choramingava. – De qualquer forma ele ter ficado com os papéis é um bom sinal, vou falar com ele.

− Se você quiser, eu posso dar entrada no litigioso, é mais demorado, mas eu dou um jeito para ser o mais rápido possível.

− Não, eu vou tentar convencê-lo antes, não me interessa uma briga judicial no momento. Qualquer coisa eu volto a te ligar, obrigada.

− Estou à disposição para o que você decidir. Até logo, um abraço.

− Muito obrigada. Até.

FIM DA LIGAÇÃO

Valentina ficou balançando o celular no queixo, pensativa. Ela realmente achou que José Miguel lhe traria problemas para assinar o divórcio e seria pior ainda quando ele soubesse que ela iria embora do país com João Miguel. O jeito seria fazê-lo entender que era o melhor para os três porque apesar de tudo, ainda o amava e pensava com esperança em que no tempo que ficasse longe, servisse para cada um colocar a cabeça no lugar e recomeçarem da maneira correta, como deveria ter sido desde o início. Sua atenção foi voltada para o bebê que choramingou novamente.

− Mamã. – João Miguel estendeu os braços.

João Miguel já aprendia pequenas palavras para o orgulho e felicidade de Valentina.

− Oi, minha vida. – Valentina guardou o celular e pegou João Miguel no colo.

Valentina se sentou no batente da porta de casa enquanto João Miguel brincava com os colares em seu pescoço. Seu filho era muito apegado a ela e teria que escolher uma babá muito boa para que ele se acostumasse e ela pudesse estudar. Ela queria ser conhecida como a melhor pediatra do país, pois já adorava crianças e depois que foi mãe, seu desejo profissional só aumentou. A mulher beijou a testa do filho e nem viu quando Alonso se aproximou, já que resolveu lhe fazer uma visita naquele dia.

− Oi, Valentina, como vai?

− Alonso, o que faz aqui? – Valentina perguntou surpresa.

− Eu vim ver você e o bebê. Posso me sentar?

− Fique à vontade. – Valentina suspirou, acariciando o cabelo de João Miguel.

Alonso se sentou no chão mesmo ao lado de Valentina que ainda fazia carinho em João Miguel. Ele aguardou alguns minutos até começar outro assunto.

− Você está bem?

− Sim. – Valentina mexeu um dos lados dos lábios na tentativa falha de sorrir.

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