Epílogo - Parte 2

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MESES DEPOIS

A gravidez de Valentina estava na reta final, o que a deixava ansiosa, nervosa e tensa por existirem casos de que mesmo o bebê sendo filho dos mesmo pais não ser compatível com o irmão para doar a medula. Se isso acontecesse, ela não tinha ideia do que faria para curar João Miguel da talassemia, mas José Miguel buscava lhe apoiar e se mantinha confiante de que tudo daria certo e seus dois filhos seriam crianças completamente saudáveis. Já era tarde da noite e todos já dormiam quando Valentina se acordou com um desconforto na barriga e sentiu que estava molhada, pegando no líquido no meio das pernas e percebendo que estava entrando em trabalho de parto.

− José Miguel, José Miguel. – Valentina cutucou José Miguel que se acordou levemente desnorteado. – A nossa filha vai nascer.

− Vai, é? – José Miguel despertou completamente e se levantou, acendendo a luz. – E o que a gente faz? – ele coçou a cabeça, fazendo careta.

Apesar de não ser pai de primeira viagem, José Miguel não acompanhou quase nada da primeira gravidez de Valentina e por isso não sabia como agir.

− Calma. Pega a minha bolsa e a da Alana no closet. – Valentina respirou fundo e se levantou devagar.

− Está doendo muito, amor? – José Miguel olhou para Valentina, preocupado, fazendo o que ela pediu.

− Até que não. Eu vou tomar um banho e enquanto isso, você vai guardando as bolsas no carro e avisando para a Celina ficar de olho no João. – Valentina deu instruções, vendo José Miguel agir rápido de acordo com o que ela pedia.

Após a pandemia, Celina quis voltar a tentar a vida em outro país e como Valentina não estava mais nos Estados Unidos e nem pretendia voltar, ela decidiu dar suporte para a moça estudar no México mesmo e por isso tudo estava como antes, Celina vivia em sua casa e a ajudava com João Miguel. Valentina terminou o banho e partiu para o hospital com o marido, avisando a Bruno que as contrações já começavam aos poucos. Ao chegarem ao hospital, tudo já estava preparado para o parto, menos as contrações que mesmo depois de minutos, nem sequer incomodavam.

− Valentina, eu acho melhor a gente já ir pensando em uma cesariana. – Bruno avisou, descartando as luvas depois de ter checado mais uma vez a dilatação de Valentina e ver que não aumentou.

− É mesmo, Bruno? Mas não é perigoso para a minha filha? – Valentina mordeu o lábio, preocupada.

− Não. Tanto você quanto a bebê estão em perfeito estado de saúde, mas a bolsa já rompeu e ela não dá nem sinal de que quer vir, é melhor tentarmos logo.

− Então tudo bem, se é para o bem dela, podemos ir quando você quiser. – Valentina falou nervosa, encarando José Miguel que estava ao seu lado segurando sua mão e ele assentiu, a encorajando.

− Ótima escolha. Preparem a sala de cirurgia, rápido. – Bruno pediu às enfermeiras.

Poucos minutos depois, tudo já estava pronto e Valentina já não sentia seu corpo do pescoço para baixo por conta da anestesia, mas estava acordada, esperando Alana chegar.

− Vamos começar, Valentina. Qualquer coisa que sentir, pode apertar a mão do seu marido. – Bruno falou.

Valentina passou apenas alguns minutos sentindo seu corpo ser balançado de um lado para o outro até Bruno se manifestar novamente.

− Já vamos tirar. Quer acompanhar, papai?

José Miguel buscou autorização de Valentina com o olhar, pois ela poderia não querer ficar sozinha, mas ela sorriu e ele retribuiu, atravessando o pano que separava o rosto da mulher do corpo. Era um pouco chocante vê-la toda aberta, mas ele já podia ver a cabecinha de Alana apontando e Bruno se preparou para puxá-la pelas pernas. Assim que isso aconteceu, uma das enfermeiras limpou o nariz da bebê que começou um chorinho fino e alto, fazendo com que os corações dos pais dessem um salto.

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