NO OUTRO DIA
Depois de ter deixado Valentina, que ainda estava um pouco arredia, no curso, José Miguel foi para o escritório de Alberto, onde o encontrou já na presença de Ronaldo que deu um risinho debochado ao vê-lo.
− Se vai me dar bronca na frente desse aí é melhor nem começar, Alberto.
− Eu chamei você aqui porque quero saber o que realmente aconteceu e como o José Miguel está diretamente envolvido na história, eu o quis presente, portanto pode começar a falar.
− Na verdade, eu não tenho nada para falar, só estou cumprindo a minha promessa de tornar a vida desse traidor um inferno. – Ronaldo deu de ombros ainda com um sorriso irônico no rosto.
− Mas você está deixando seus problemas pessoais intervirem no meu negócio e isso eu não posso permitir.
− Cara, qual o seu problema comigo? Nós éramos muito unidos e de repente você toma as dores do seu irmão sendo que nem ele mais pensa nisso. – José Miguel se manifestou.
− Como você sabe, José Miguel?! Não é você que o viu chorar pela primeira vez e cogitar ir embora do país. Eu ia perdendo o meu irmão por sua culpa e da sua mulherzinha!
− Sim, Ronaldo, eu nunca digo que não erramos, mas o Alonso entendeu tudo, a prova disso é que ele nunca veio atrás da gente para nos rebater.
− Bom, já que eu estou vendo que aqui está longe de ocorrer um entendimento, o que eu quero saber é se você está disposto a deixar seus problemas pessoais de lado para trabalhar direito, Ronaldo. – Alberto encarou Ronaldo.
− Desde que eu não precise trabalhar com esse cara. – Ronaldo encarou José Miguel, com nojo.
Alberto encarou José Miguel que bufou cansado. Realmente estava difícil chegar a um acordo com Ronaldo e infelizmente não dava mais para ser imparcial.
− Então aí você me coloca em uma situação difícil porque somos uma equipe e para trabalharmos bem, temos que estar unidos. – Alberto suspirou. – Infelizmente, Ronaldo, nós não vamos mais precisar dos seus serviços. Você está proibido de entrar no morro Mazatán.
Ronaldo arregalou os olhos, incrédulo. Ele não acreditava que estava perdendo mais uma pessoa por culpa de José Miguel, pois Alberto também era praticamente seu irmão, como para todos ali, apesar das coisas erradas que fazia, ele era o mais centrado e sempre aconselhava os amigos para o bem.
− Você não pode fazer isso comigo.
− Eu não vejo outra alternativa. Você sabe que a principal regra daqui é trabalhar em conjunto para que não tenhamos problemas.
− Você viu o que você fez?! – Ronaldo avançou em José Miguel.
− Eu não fiz nada, cara. Reconheça que é você que não quer fazer um acordo para continuar aqui. – José Miguel se esquivou da briga.
− Vamos ver se morto você ainda vai dar um de certinho. – Ronaldo puxou a arma e apontou para José Miguel.
Alberto e José Miguel se assustaram. Em outros tempos, eles sabiam que Ronaldo não era capaz de machucar ninguém, mas ele estava tão diferente que realmente não queriam correr o risco de acontecer uma tragédia.
− Larga essa arma, Ronaldo, você pode fazer uma besteira. – Alberto se colocou entre José Miguel e Alberto.
− Não! Se ele morrer, todos os meus problemas estarão resolvidos. – Ronaldo falou transtornado.
Tudo aconteceu muito rápido. Alberto pulou em cima de Ronaldo para impedi-lo de atirar e José Miguel correu para ajudar o amigo, mas com o susto, Ronaldo terminou disparando a arma. O tempo parou e Alberto se soltou lentamente de Ronaldo, caindo no chão sendo amparado por José Miguel.
− Alberto, pelo amor de Deus! – José Miguel falou desesperado ao ver Alberto caído com o peito sangrando e encarou Ronaldo que olhava tudo, atônito. – O que você fez?! – ele gritou.
− Eu não o matei, eu não o matei! – Ronaldo gritou, jogando a arma no chão e correndo para fora.
José Miguel ficou entre correr atrás de Ronaldo ou ficar para socorrer Alberto e optou pela segunda opção. O outro teria tempo para ser encontrado depois.
− Calma, Alberto, eu já vou chamar o socorro. – José Miguel pegou o celular com dificuldade com uma mão só, pois com a outra segurava a cabeça de Alberto, e discou para a ambulância. – Oi. Eu preciso de uma ambulância aqui para o morro Mazatán, rápido! O meu amigo foi ferido com um tiro. – ele desligou a chamada e largou o celular no chão mesmo.
Alberto agarrou a camisa de José Miguel e tentou falar, mas não conseguiu de tanta dor que sentia no peito. Ele sentia que estava morrendo.
− Não fala nada, Alberto, você vai ficar bem, eu prometo.
Alberto começou a fechar os olhos, perdendo as forças, e José Miguel se desesperou mais.
− Não, não dorme, mano, por favor! Você não pode desistir assim, você tem a Sandra, cara, os dois vão se casar e ser padrinhos do meu moleque, então lute como o homem forte que sempre foi!
Alberto perdeu os sentidos na mesma hora que a ambulância e a polícia chegaram, pois como era caso de uma possível tentativa de homicídio, o próprio socorro poderia chamar a polícia.
− Graças a Deus vocês chegaram. – José Miguel se levantou e deu espaço para os médicos se aproximarem.
− Por favor, você pode nos acompanhar? – um policial se aproximou de José Miguel, sério.
− Por quê? – José Miguel encarou o policial estranhamente.
− Você é o único que estava na cena do crime, meu rapaz, o que o torna o principal suspeito. – o policial algemou José Miguel.
− O quê?! Mas eu sou o melhor amigo dele, seria incapaz de fazer mal a ele! – José Miguel falou nervoso. – Além do mais, eu sei quem atirou... – ele foi interrompido.
− Isso você vai nos dizer na delegacia. – o policial puxou José Miguel sem nenhuma delicadeza e encarou os paramédicos. – Nosso trabalho por aqui acabou, agora é com vocês.− ele saiu levando José Miguel e acompanhado pelos outros policiais.
José Miguel ia descendo pelo morro, acompanhado pelos policiais, e os curiosos já saíam de suas casas comentando o ocorrido, até que Sandra apareceu correndo.
− José Miguel, o que aconteceu?! – Sandra gritou.
− O Alberto está precisando de você lá no escritório. – José Miguel falou com a voz embargada.
José Miguel só teve tempo de ver Sandra o encarar com os olhos marejados e correr em direção ao escritório de Alberto antes de ser empurrado para dentro da viatura. Na delegacia, José Miguel prestou depoimento, mas ficou detido até a sua versão da história se comprovar, o que seria um pouco difícil, já que Ronaldo estava desaparecido. Depois de tudo, ele se lembrou de que tinha direito a um telefonema e ligou para Valentina que foi a primeira pessoa que lhe veio à cabeça obviamente.
~ * ~
Deu MUITO ruim para o José Miguel. E agora, o que será que vai acontecer? :S
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Adicta A Ti
FanfictionValentina Villalba era uma moça muito bonita, inteligente e boa. Filha única de família tradicional, ela foi prometida em casamento ao filho de um casal de amigos dos seus pais, Alonso Peñalvert, que vinha a ser seu melhor amigo e o homem a quem ela...