DIAS DEPOIS
Valentina tomou a decisão de voltar para sua casa mesmo contrariando seus pais que queriam que ela ficasse na casa deles até José Miguel sair da cadeia, mas ela queria continuar sendo independente e cuidar do próprio lar. Era de manhã cedo, ela saía apressada para ir ao curso e logo em seguida visitar o marido. Quando ela se aproximou da longa escadaria para descer, ela se sentiu observada e olhou para trás, mas não viu nada, por isso deu de ombros e se preparou para descer, até que ouviu um barulho de moto saindo de um beco pequeno ao lado da casa dela e acelerando em cima dela. Só deu tempo dela gritar e tentar se afastar, mas terminou escorregando e rolando escada a baixo.
− Valentina! – Sandra, que ia saindo de casa e presenciou a cena, gritou e correu até Valentina.
A moto passou rápido por Sandra, mas ela reconheceu o cabelo espetado da pessoa que pilotava, afinal como os outros, era acostumada a ver Ronaldo por ali.
− Ronaldo. – Sandra sussurrou.
Mas nem se tentasse, Sandra conseguiria alcançar Ronaldo, por isso preferiu socorrer Valentina que era mais importante.
− Valentina, pelo amor de Deus, amiga. – Sandra se abaixou querendo chorar e colocou a mão em Valentina, vendo que ela respirava, mas se assustou ao ver que saía um pouco de sangue das suas pernas.
Juntos com os curiosos, chegou uma ambulância e todo mundo deu espaço para que os paramédicos se aproximassem.
− Você é parente dessa moça? – um dos paramédicos perguntou, checando o pulso de Valentina.
− Não, sou só amiga. Na verdade, no momento ela está sozinha aqui porque o marido dela não se encontra. – Sandra fungou, enxugando as lágrimas.
− Você sabe com quanto tempo de gravidez ela está? – o paramédico perguntou a Sandra, escrevendo em um bloquinho.
− Seis meses completos.
O paramédico assentiu, guardando o bloquinho no bolso do jaleco.
− Vamos levá-la. Você vai acompanhar? – o paramédico perguntou.
Sandra assentiu. Valentina não tinha ninguém por ela naquele momento, ela jamais deixaria a amiga sozinha quando ela mais precisava.
− Claro.
Sandra subiu pela porta de trás assim que acomodaram a maca com Valentina ainda desacordada. Antes do paramédico fechar, ela se lembrou de algo.
− Por favor, pode nos levar ao hospital Cruz Roja? Os pais dela são os donos de lá.
− Claro.
Sandra agradeceu e o paramédico fechou as portas da ambulância. Só deu tempo ela o ouvir dizer para onde iriam e logo ligaram a sirene, saindo em direção ao hospital Cruz Roja. Em poucos minutos chegaram e desceram, entrando apressados, mas uma mulher alta e loira de jaleco os parou, assustada.
− Minha filha! O que aconteceu com minha filha?! – Cecília perguntou nervosa.
− Nós precisamos levá-la, senhora. – um dos paramédicos falou.
− Eu preciso de um obstetra para atendê-la, rápido! – Cecília falou.
Os paramédicos assentiram e empurraram Valentina para dentro, só então Cecília encarou Sandra que estava igualmente aflita.
− Foi você que a trouxe? De onde a conhece?
− Sim, dona Cecília, eu sou Sandra, vizinha e amiga de Valentina.
− Obrigada por tê-la trazido, Sandra. Como isso foi acontecer? – Cecília perguntou com os olhos marejados.
− Por incrível que pareça, foi no segundo em que eu saí de casa, então não vi muita coisa, mas provavelmente foi uma moto que a atropelou porque eu a vi passando em alta velocidade.
− Quem foi capaz de fazer uma monstruosidade dessas? – Cecília perguntou com a voz embargada.
Sandra hesitou em responder, mas sabia como a família de Valentina e a própria estavam procurando Ronaldo para livrar José Miguel da cadeia, então tinha que falar e depois eles que decidissem o que fariam com a informação.
− Como eu disse, eu não consegui ver muita coisa, mas a moto passou por mim e eu tenho quase certeza que foi o Ronaldo.
Cecília arregalou os olhos, surpresa. Então Ronaldo, o menino que ela viu crescer, estava mesmo fazendo qualquer coisa para prejudicar José Miguel e Valentina. Sua menina não podia mais ficar sozinha nem um minuto sequer até ele ser encontrado, do contrário alguma de suas tentativas daria certo e ela nem era capaz de imaginar.
− Você pode contar tudo o que sabe para a polícia? – Cecília perguntou.
− Claro. Eu faria qualquer coisa para ajudar a Valentina e o José Miguel. – Sandra sorriu.
− Eu fico feliz que eles tenham uma amiga tão boa quanto você. – Cecília sorriu de leve. – Eu vou pedir que o advogado que está cuidando do caso venha aqui e junto com você, ele decide o que fazer.
Sandra assentiu e Cecília se virou de frente para o balcão, pedindo a uma das recepcionistas que ligasse para Jerônimo e dissesse que ela precisava falar com ele com urgência, o pedindo para ir ao hospital. Assim que a mulher fez o que a patroa disse, Cecília voltou-se para Sandra.
− Pronto. Você pode esperá-lo aqui se preferir ou depois eu te ligo.
− Não, eu prefiro ficar. Não saio daqui sem notícias da Valentina.
− Então tudo bem, assim que tiver alguma informação, eu mesma venho pessoalmente te avisar. – Cecília sorriu. – Fique à vontade.
Sandra agradeceu e Cecília entrou por uma porta, em busca da sala para onde levaram Valentina, mas antes passou no consultório de Rogério que com certeza também ia querer acompanhar a filha.
~ * ~
Ronaldo aprontou mais uma e dessa vez foi pior. O que vai acontecer com Valentina e o bebê? :(
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Adicta A Ti
FanfictionValentina Villalba era uma moça muito bonita, inteligente e boa. Filha única de família tradicional, ela foi prometida em casamento ao filho de um casal de amigos dos seus pais, Alonso Peñalvert, que vinha a ser seu melhor amigo e o homem a quem ela...