Adicta A Ti

Capítulo 15

NO OUTRO DIA

Apesar de José Miguel não ter respondido sua mensagem, Valentina foi aguardá-lo no local desejado, esperava que ele fosse, do contrário precisaria contar da sua gravidez por telefone mesmo, mas de algum jeito ele teria que saber. Ela tomava uma água e lia o cardápio para passar o tempo, até sentir alguém se aproximar e levantar a cabeça lentamente, parando nos olhos de José Miguel. Os dois sentiram o coração disparar, eles sentiam tantas saudades um do outro.

− Me chamou?

− Sim, obrigada por ter vindo, sente-se. – Valentina falou rápido e José Miguel se sentou em frente a ela. – Quer pedir alguma coisa?

− Não, obrigado. Quero que vá direto ao ponto. – José Miguel colocou as mãos em cima da mesa e brincou com os próprios dedos.

− Tudo bem. – Valentina respirou fundo, deixando o cardápio de lado. – Ontem eu fui parar no hospital. – ela começou aos poucos.

− Por quê? Você está doente? – José Miguel perguntou preocupado e segurou as mãos de Valentina.

Valentina encarou as mãos unidas e entrelaçou seus dedos com uma confiança que não existia antes. José Miguel não rejeitaria nem a ela e nem ao bebê, ela tinha certeza.

− Eu passei muito mal esses dias com muitos enjoos e tonturas e achava que era por ter comido algo estragado, até que ontem eu desmaiei e fui levada ao hospital. – Valentina se soltou de José Miguel e balançou a mão nervosamente, vendo a expressão dele ficar cada vez mais preocupada. – Lá eu descobri que o que eu tenho é bem diferente de doença. – ela sorriu com os olhos marejados. – Você se lembra quando nos reencontramos na fazenda e fizemos amor sem proteção? – Valentina perguntou e José Miguel assentiu rápido. – Eu fiquei de tomar a pílula depois, mas com o que aconteceu com minha mãe, eu acabei me esquecendo. – ela desviou o olhar.

José Miguel encarou Valentina por um tempo e ela o aguardou processar a informação. Ele sabia muito bem o que aqueles sintomas significavam.

− Espera, você está querendo me dizer que está... – José Miguel apontou um dedo para a barriga de Valentina, boquiaberto.

− Exatamente, eu estou grávida de um filho seu. – Valentina assentiu já derramando lágrimas e como José Miguel ficou calado, ela continuou. – Eu sei que não veio em um bom momento, logo agora que percebemos que a gente nunca daria certo, mas eu precisava te contar antes de qualquer decisão. E se você não quiser saber do bebê, tudo bem também, eu posso cuidar dele sozinha.

José Miguel jamais abandonaria seu filho. Não estava em seus planos ser pai nem tão cedo, mas já que aconteceu, ele assumiria a responsabilidade de ser tudo que seu pai não foi para ele, além de também achar que aquela era uma nova oportunidade que o destino lhe deu para enxergar que ele e Valentina não tinham que estar separados se o que sentiam era muito mais do que atração ou simples gostar, a prova disso era aquele vínculo eterno que eles criaram há poucos meses.

− Valentina, não! Eu jamais abandonaria você e muito menos o meu filho. – José Miguel voltou a segurar as mãos de Valentina.

− É que você disse... – Valentina falava sem graça, mas José Miguel a interrompeu.

− Esqueça, esqueça tudo. Eu estava nervoso por você ter descoberto tudo daquele jeito e também não me achava digno de uma mulher como você, mas eu juro que vou ser para você e esse bebê tudo que meu pai não foi para mim e para minha mãe. Eu sou apaixonado por você, Valentina.

Valentina sorriu emocionada vendo José Miguel beijar suas duas mãos. Ela não imaginava que ele ficaria tão feliz.

− Eu também sou muito apaixonada por você, José Miguel.

José Miguel sorriu e se levantou com Valentina, onde trocaram um beijo carinhoso que terminou com vários selinhos.

− E os seus pais? – José Miguel voltou a se sentar vendo Valentina fazer o mesmo.

− Bom, meu pai está sabendo da gravidez porque foi ele que me atendeu no hospital. – Valentina falou como se fosse óbvio e José Miguel assentiu. – Mas conhecendo como eu o conheço, ele vai me esperar para contar a minha mãe e eu acho melhor que eles também conheçam você logo.

José Miguel ficou tenso. Como seus futuros sogros reagiriam ao conhecê-lo? Ele sabia que eles eram pessoas muito ricas, mas pela forma que Valentina falava neles, pareciam ser muito compreensivos e boas pessoas. Se vissem que tudo que ele mais queria na vida era fazer da filha deles feliz, com certeza o receberiam bem.

− Você tem razão, pode marcar. – José Miguel sorriu.

Valentina assentiu retribuindo o sorriso e engatou um papo animado com José Miguel sobre o bebê e o futuro dos três, até que o homem parou e encarou a barriga dela.

− Amor, posso tocar?

− Claro, o filho é seu também. – Valentina riu feliz.

José Miguel se levantou e arrodeou a mesa que os separava, fazendo Valentina afastar a cadeira mesmo continuando sentada. Ele se ajoelhou, olhando a barriga dela com adoração e colocou a mão por cima, se emocionando junto com a mulher.

− Oi, bebê, eu sou seu papai e como prometi a sua mãe, vou prometer a você que serei o melhor homem do mundo para que vocês só se orgulhem de mim.

Valentina sorriu emocionada e levantou o rosto de José Miguel, fazendo carinho.

− Só em você estar disposto a mudar, nós já sentimos muito orgulho.

José Miguel retribuiu o sorriso de Valentina e encostou o ouvido na barriga dela, fazendo com que ela risse, acariciando seu cabelo.

− Já dá para ouvir, amor? – José Miguel perguntou empolgado.

− Não sei, acho que ainda é muito pequenininho para sentir assim. – Valentina deu de ombros, sorrindo. – Mas você está convidado para a próxima consulta.

− Com certeza eu irei, nessa e em todas as outras. – José Miguel sorriu para Valentina, deixou um beijo na barriga dela, um selinho demorado em sua boca e se levantou.

− Você vai para casa agora?

− Vou sim. Quero dormir um pouco. – Valentina se levantou, ajeitando a bolsa no ombro.

− Então eu vou te deixar.

− Não precisa, estou de carro. Obrigada. – Valentina sorriu.

− O quê? Mas e o bebê? – José Miguel perguntou preocupado.

− O bebê vai ficar aqui guardadinho. – Valentina acariciou a barriga, rindo. – Amor, gravidez não é doença. Enquanto a barriga estiver pequenininha, eu consigo dirigir.

− Tudo bem, mas assim que chegar me liga para avisar.

− Ligo para avisar e dizer o dia em que você pode ir lá em casa. – Valentina sorriu e beijou José Miguel.

− Combinado. – José Miguel retribuiu o sorriso e o beijo.

José Miguel e Valentina saíram de mãos dadas do restaurante e se despediram com mais beijos. Ambos estavam felizes e dispostos a fazerem dar certo a relação, principalmente pela criança que estava a caminho, ela merecia um lar feliz.

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Eu não falei que ia dar tudo certo??? Aproveitem, só digo isso KKKKKKK <3