Capítulo 30

100 11 1
                                    

Ao chegarem à delegacia, Valentina desceu do carro antes mesmo de estacionar e Rogério foi atrás dela rapidamente.

− Cadê o meu marido?! Eu quero vê-lo! – Valentina gritou entrando na delegacia.

− Shhh, calma, filha. – Rogério abraçou Valentina por trás e beijou sua cabeça.

O advogado contratado por Rogério, doutor Jerônimo, logo se aproximou.

− Boa tarde. É um prazer revê-lo, Rogério.

− Igualmente. É uma pena ser nessas circunstâncias. – Rogério suspirou.

− Eu vou entrar para acompanhar o depoimento. – Jerônimo informou.

− Eu também quero acompanhar. – Valentina pediu.

− Nesse caso eles não deixam entrar, senhora, somente o advogado. Após o depoimento, eu vou conseguir uma ordem para que você veja seu marido mesmo que seja por poucos minutos.

− É, enquanto isso você fica aqui comigo para se acalmar, filha. – Rogério se sentou ao lado de Valentina e a abraçou pelos ombros.

− Eu já volto. – Jerônimo cumprimentou Rogério com a cabeça e foi em direção ao balcão de informações, mas logo saiu para a sala do delegado que era onde José Miguel estava o esperando.

Lá dentro, o advogado só estava esperando chegar um advogado para José Miguel começar a falar. Ele precisou falar sobre toda a sua infância ao lado de Alberto, a chegada dos outros amigos, incluindo Ronaldo, na vida deles, e por fim como e o motivo pelo qual aconteceu tudo. Depois de colocar o suspeito para assinar o depoimento, o delegado resolveu falar qual seria o próximo passo.

− Bom, eu vou ter que te deixar detido até encontrarmos esse outro suspeito que me foi revelado agora.

José Miguel olhou para Jerônimo, assustado. Ele precisava cuidar de Valentina e do seu filho, ela ficaria decepcionada se soubesse e não a queria levando o nome de mulher de assassino.

− Mas eu vou entrar com um pedido de habeas corpus. – Jerônimo falou encarando o delegado.

− Você pode tentar, mas eu acho difícil conseguir até provar a possível inocência dele. – o delegado suspirou e encarou José Miguel. – Bom, rapaz, se você se lembrar de mais alguma coisa e quiser acrescentar no depoimento, pode me chamar a qualquer hora. – ele olhou para os policiais que acompanhavam a conversa. – Rapazes, podem levá-lo.

José Miguel foi levantado pelos policiais sem nenhuma delicadeza e encarou Jerônimo.

− Doutor, por favor, diga a Valentina que eu a amo e para ela não se preocupar que eu vou ficar bem.

− Não se preocupe, rapaz, sua esposa está aí fora e eu gostaria que o senhor, seu delegado, concedesse alguns minutos a ela para conversar com o esposo. Ela está grávida e o pai dela, Rogério Villalba, acha que ver José Miguel pode ajudá-la a se acalmar. – Jerônimo terminou de falar encarando o delegado e enfatizando o sobrenome da família de Valentina, pois sabia o quanto ele tinha prestígio na cidade.

− Claro, podem levá-lo à sala de visitas e o doutor pode chamar a moça.

− Obrigado. – Jerônimo respondeu.

José Miguel foi levado por uma porta que havia dentro da sala do delegado e Jerônimo saiu pelo outro lado, encontrando Valentina ainda abraçada a Rogério. Ela tinha recebido uma ligação que tinha piorado o seu estado.

− E como foi, meu marido já vai sair? – Valentina se levantou em um pulo ao ver Jerônimo se aproximando.

− Infelizmente vai ser um pouco mais complicado do que imaginávamos. – Jerônimo coçou a testa sem encarar Valentina. – O delegado falou que acha difícil que o juiz nos conceda um habeas corpus porque foi um caso de tentativa de homicídio. A boa notícia é que você já pode vê-lo. – ele finalmente encarou a moça.

Adicta A TiOnde histórias criam vida. Descubra agora