Capítulo 51

72 6 7
                                    

José Miguel como sempre virou a noite em uma festa no morro. Se ele já não parava em casa estando casado, depois que Valentina o largou, era que ele não ficava mesmo. Não que ela não estivesse com a razão, pois até ele reconhecia que havia exagerado, mas isso não o impedia de sentir falta dela e de ver João Miguel crescendo, mesmo o vendo todos os dias não era a mesma coisa que conviver com seu filho o tempo todo. Assim que chegou em casa, ele ligou o celular e se preocupou com as inúmeras chamadas e mensagens de Valentina e apertou para ouvir o recado imediatamente.

− José Miguel, estou ligando para avisar que vou levar o João ao hospital, ele está com trinta e nove graus de febre e não abaixa por nada nesse mundo, então se você quiser nos encontrar lá, pode ir, mas talvez quando você ouvir isso já vamos ter voltado porque você não é mais de atender telefone mesmo. – Valentina suspirou e encerrou a chamada.

José Miguel ficou louco de preocupação e tentou ligar para Valentina, mas chamou até cair, o fazendo ligar para a residência dos Villalba que teve o mesmo resultado, já que todos os funcionários estavam de folga, exceto os seguranças da entrada da propriedade. Então ele não viu outro jeito a não ser ir até lá e ver com seus próprios olhos como João Miguel estava. Ele somente pegou o caminho de volta e subiu na moto, indo rapidamente até a casa da sua mulher e só parou quando parou lá em frente, revirando os olhos ao ver os dois seguranças parados como dois postes no portão. O homem achava um exagero ter guardas na porta, quem seria louco de atacar àquela família tão renomada?

− Oi, pode abrir para mim, por favor, amigo? – José Miguel pediu sem tirar o capacete e desligar a moto.

− E qual o seu nome? – o homem mais alto perguntou, sério.

− José Miguel Montesinos, marido de Valentina e pai do filho dela. – José Miguel respondeu desafiante.

− Com licença. Você pode tirar esse capacete para que a gente reconheça? – o outro segurança também se aproximou.

José Miguel bufou sem paciência, mas fez o que lhe foi pedido e rapidamente foi reconhecido.

− Claro, senhor, pode entrar e nos desculpe o transtorno, são ordens do dono da casa. – um dos seguranças falou enquanto o outro abria o portão.

− Obrigado. – José Miguel respondeu carrancudo pela educação repentina dos dois seguranças ao saberem que ele era praticamente da família.

José Miguel voltou a acelerar a moto e só parou no jardim, onde a estacionou. Antes de tocar a campainha, ele tentou abrir a porta e viu que estava destrancada, o fazendo estranhar, já que sempre até atendiam do interfone para saber quem tinha chegado. Mas mesmo assim ele entrou e apesar do completo silêncio em que a casa estava, ele subiu e foi direto ao quarto de João Miguel, sorrindo ao vê-lo dormindo lindamente. Ele sorriu e deu um cheirinho no menino, indo logo procurar Valentina no quarto dela. Ao chegar, ele abriu a porta devagar, pois com certeza ela também dormia exausta da noite anterior, mas o susto foi tão grande que ele caminhou para trás ao ver sua mulher dividindo a cama com Alonso. Ele fechou as mãos em punho e segurou sua vontade de entrar ali e enforcar o rival até a morte por não ter perdido tempo em esperar qualquer vacilo dele para atacar, mas também teve ódio de Valentina por na primeira oportunidade tê-lo traído, se dizia tão magoada com ele que não pensou duas vezes em se jogar nos braços de outro e o pior, com seu filho em casa. Mas eles iriam lhe pagar caro e com juros, especialmente Valentina que era quem lhe devia respeito. Ele voltou a fechar a porta com cuidado e foi até o quarto de João novamente, onde o tirou do berço devagar para não acordá-lo. Nunca que ele deixaria seu filho chamar outro de pai.

− Vamos ver quem sua mãe vai escolher, campeão, ele ou você. – José Miguel falou baixo e beijou a testa de João Miguel.

José Miguel desceu a escada em silêncio e pegou a chave do carro de Valentina na mesinha de centro da sala, onde ela costumava deixar. Sem chance de sair com João Miguel de moto, nem se fosse seguro, ele conseguiria pilotar e segurar o filho ao mesmo tempo. No carro, ele ajeitou o bebê com cuidado na cadeirinha própria e assumiu o banco do motorista, dando partida e saindo da propriedade sem esforço depois de buzinar para os seguranças que acharam que a patroa tinha mandado o marido sair em seu carro. Valentina iria pagar muito caro aquela traição.

                                                                            ~ * ~

José Miguel aprontou outra que com certeza ninguém esperava. O que acharam???

Adicta A TiOnde histórias criam vida. Descubra agora