Epílogo - Parte 1

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MESES DEPOIS

Valentina e José Miguel já estavam casados novamente tanto na igreja como no civil e como sonhava, ela foi entregue no altar por Rogério que depois de longas conversas, fez as pazes com o genro e passaram a ter uma relação de amizade, não era mais por cordialidade e somente por causa de Valentina, Rogério reconheceu que o marido da sua filha era realmente esforçado e admirava pessoas assim. Sobre a gravidez, tudo ia muito bem e Valentina já tinha procurado fazer a doação de medula do bebê ainda na barriga, mas como era um processo delicado, ela precisou esperar o nascimento e enquanto isso continuava cuidando de João Miguel da mesma forma de antes com medicações e transfusões de sangue. Por falar no menino, ele também estava muito feliz por ter um irmãozinho para brincar, seus pais sempre lhe davam muita atenção, mas não era a mesma coisa que brincar com alguém da sua idade mesmo que ainda fosse demorar um tempo por ele ainda estar na barriga da mamãe. Sobre José Miguel, depois de um tempo de casado, ele decidiu parar de trabalhar no hospital para terminar os estudos e fez o supletivo, que era todo o ensino médio em pouco tempo, para poder ingressar na faculdade de Psicologia, já que queria tratar de pessoas viciadas em drogas e bebidas, e era o melhor aluno da turma, pois tinha o apoio de Valentina que se sentia feliz e orgulhosa pelo marido querer se sobressair mais a cada dia. Finalmente tinha chegado o dia de descobrir o sexo do bebê e como estava de plantão, Valentina estava apenas esperando José Miguel chegar para participar da consulta, mas ele já estava atrasado e não atendia o telefone, fazendo ela se preocupar, pois apesar de já ser segura em relação a mudança dele, ela não podia evitar de se lembrar das vezes que ele nunca chegava na hora das consultas de João Miguel.

− Vamos, doutora? Estamos atrasados há quinze minutos e eu tenho outro paciente. – Bruno, o obstetra, foi chamar Valentina lá na calçada do hospital, onde ela andava de um lado para o outro.

Valentina suspirou, engolindo o nó que se formou em sua garganta. Seria bom que José Miguel tivesse uma boa explicação para o sumiço em um dos momentos mais importantes para eles.

− Vamos. – Valentina respondeu com a voz falha, mas pigarreou e seguiu Bruno.

Ao entrarem e se acomodarem no escritório, Bruno fez todas as perguntas de praxe e viu que estava tudo bem, para o alívio de Valentina.

− Agora eu vou pedir que você se troque para vermos esse bebêzinho. Você já é expert nisso, não? – Bruno sorriu.

Valentina assentiu de cabeça baixa e ia se levantando, mas Bruno percebeu que algo estava errado e a segurou. Ela costumava a ser sempre animada nas consultas, não parava de falar sobre os desejos e sua primeira gravidez, e ele se preocupava com ela por ser seu dever se importar com o bem estar físico e emocional das suas pacientes, sobretudo de Valentina que gerou uma criança com doença genética e tinha sofrido um aborto há um tempo atrás, além daquele bebê precisar estar em perfeitas condições para doar a medula e levar a cura a João Miguel.

− Está tudo bem, Valentina? Você me parece triste. – Bruno falou com o cenho franzido.

− Eu...

Mas antes que ela pudesse falar, a porta se abriu e José Miguel entrou afobado. Nem ele se perdoaria caso perdesse um momento especial do seu bebê, já tinha errado muito com João Miguel e não pretendia fazer de novo com outro filho.

− Amor, desculpa. – José Miguel deu um selinho rápido em Valentina e se sentou ao lado dela. – Eu me atrasei na faculdade, peguei um trânsito infernal e meu celular descarregou. Como vai, Bruno? – ele cumprimentou Bruno com um aperto de mãos e o médico respondeu educadamente. – O que eu perdi? Não me digam que eu perdi a ultrassom, por favor.

Valentina se sentia até aliviada por José Miguel ter falado a verdade porque ela o conhecia muito bem e sabia que ele não era capaz de colocar tudo a perder mais uma vez com mentiras.

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