Capítulo 4

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Valentina chegou em casa e entrou depois de pagar a corrida e agradecer. Tudo estava escuro, afinal já era tarde e todos deveriam estar dormindo. Ela voltou a trancar a porta e subiu sem fazer barulho direto para o próprio quarto, parando de frente ao espelho e tirando toda a roupa. Ela respirou fundo olhando todo o seu corpo, pelo menos o rapaz cumpriu sua vontade e não a deixou marcada, já na alma, ela não podia dizer o mesmo, pois a culpa de ter traído Alonso e gostado disso jamais passaria. Valentina suspirou e amarrou o cabelo, pegando um roupão e indo para o banheiro, onde ligou a água da banheira, esperou encher e jogou espulma e alguns sais. Depois que seu banho estava pronto, ela entrou devagar e deu um suspiro de satisfação ao sentir a água quente entrando em contato com sua pele fria. Enquanto ela se ensaboava, sem querer seu pensamento caiu naqueles momentos de mais cedo novamente. Se ela fosse solteira, com certeza repetiria muitas outras vezes, pois apesar de ser petulante, aquele homem sabia de verdade o que e como fazer para satisfazer uma mulher. Valentina passou as mãos pelas bordas da banheira, imaginando como seria fazer amor com aquele homem ali e sem que pudesse se conter, abriu as pernas escorregando uma das suas mãos para dentro delas. Ela começou a fazer movimentos circulares na própria intimidade com os dedos soltando gemidos contidos, afinal estava dentro de casa e não em uma boate onde podia gritar à vontade. Com sua outra mão, Valentina cobriu um dos seios, começando a massageá-lo enquanto se lembrava dos deliciosos lábios daquele homem subindo e descendo a língua pela auréola do seu seio. Ela pensava em todas as sensações que sentiu horas atrás até se derreter em seus próprios dedos. Valentina negou com a cabeça, como era capaz de se lambuzar nas lembranças de um desconhecido no mesmo lugar onde tantas vezes se entregou ao seu noivo? Ela se lavou e terminou o banho, caindo direto na cama. Alonso não merecia ser passado para trás, sempre foi tão bom, carinhoso e apaixonado por ela. Estava decidido, ela contaria tudo o que aconteceu naquela boate assim que o visse no dia seguinte e aceitaria seja lá qual fosse a decisão dele, mesmo que isso custasse o fim do seu noivado.

~ ♥ ~

NO OUTRO DIA

Valentina se acordou quase na hora do almoço, tomou um banho, fez as higienes e se arrumou colocando um vestido roxo com alguns colares grandes no pescoço. Ela deixou o cabelo meio amarrado e meio solto e sorriu, gostando do que via. Antes de descer, pegou o celular e viu a hora. Alonso já deveria estar para chegar.

− Bom dia. – Valentina pegou no ombro de Cecília.

− Bom dia, querida. – Rogério sorriu ao ver Valentina soltar um beijo para ele do outro lado da mesa.

− Bom dia, meu amor. – Cecília beijou a mão de Valentina. – Tem uma surpresa para você lá na sala.

− Ah, é? O que é? – Valentina encarou Cecília, sorrindo.

− Vai lá ver. – Cecília respondeu.

Valentina beijou o rosto de Cecília e foi à sala de visitas, se deparando com um enorme buquê de flores brancas na mesa de centro. Só uma pessoa poderia ter mandado aquilo, Alonso. Seus olhos marejaram, seu noivo era tão fofo enquanto ela o traía em ato e em pensamento. A moça percebeu um bilhete entre as flores e o pegou, abrindo em seguida.

"Para a mulher mais linda do mundo, a flor mais linda do meu jardim! Estou te esperando no jardim da sua casa para almoçarmos juntos, meu amor. Vem logo, já estou com saudades. Eu te amo. Do seu Alonso."

Valentina sorriu emocionada e guardou o bilhete cuidadosamente, deixando ao lado das flores e correndo para o jardim. Ao longe, ela viu Alonso sentado de costas na mesa com cobertura próxima a piscina.

− Amor! – Valentina gritou correndo até Alonso que já estava de pé, sorrindo para ela.

Valentina abraçou Alonso que a apertou, mas o abraço só durou alguns segundos, pois ela logo o soltou o suficiente para beijá-lo apaixonadamente aproveitando os minutos que poderiam ser os últimos do seu relacionamento.

− Eu te fiz esperar muito? – Valentina se sentou na cadeira que Alonso puxou para ela.

− Não, cheguei agora. Como sei a hora que você se acorda, ficou fácil e por você, eu esperaria uma eternidade. – Alonso beijou a mão de Valentina depois de se sentar ao lado dela.

Valentina e Alonso comeram conversando coisas normais, até que depois da mesa ter sido tirada, ele tocou no assunto da festa da noite anterior.

− Ah, amor, você nem me contou. Como foi a festa ontem? – Alonso perguntou olhando com atenção para Valentina.

O sorriso de Valentina vacilou e se tornou forçado. Havia chegado a hora tão temida.

− Foi legal. – Valentina falou desanimada.

− É? Mas eu não acredito, você falou de um jeito. – Alonso ergueu a sobrancelha.

Valentina desviou o olhar já querendo chorar. Ela estava arrependida de verdade por ter traído Alonso.

− Amor, aconteceu uma coisa. – Valentina começou a chorar segurando as mãos de Alonso por cima da mesa.

− O quê? Você está me preocupando. – Alonso falou.

− Eu estava na festa, daí comecei a dançar e um rapaz se aproximou de mim... – Valentina parou de falar e abaixou a cabeça, chorando.

Alonso fez um ruído alto na cadeira ao afastá-la para se levantar e ficou de costas para Valentina. Ele tinha certeza de que não gostaria do rumo da conversa.

− Não quero mais ouvir, Valentina. – Alonso falou entredentes.

− Me desculpa, mas eu preciso falar. – Valentina engoliu o seco e também se levantou, ficando atrás de Alonso, mas não se aproximou. – Ele me levou até um lugar e... – ela foi interrompida por ele.

− Ele te violentou?! – Alonso se virou de vez para encarar Valentina.

− Não, aconteceu porque eu quis. – Valentina abaixou a cabeça. – Eu acho que tinha bebido demais e acabou que terminei ficando com ele. Sabe, você foi o único homem na minha vida até então e de repente me deu uma vontade de provar algo diferente, mas tudo isso só serviu para que eu soubesse que é você que eu amo. Eu sei, eu reconheço meu erro e posso ter te perdido para sempre, mas mesmo assim eu te peço perdão. – ela encarou Alonso com o rosto banhado de lágrimas.

Alonso encarou Valentina por algum tempo, mas voltou a se virar de costas, passando a mão no cabelo. Ele foi traído sim, mas também sabia que foi coisa de uma noite. O homem e Valentina estavam juntos há uma vida, se casariam dali há uns dias e nada mais atrapalharia a felicidade dos dois. Talvez fosse como ela disse, isso tudo só fez com que ela tivesse certeza de que ele era o único homem certo para ela, assim como ele sabia que ela era a única a quem ele amava.

− Está tudo bem, amor. Venha aqui. – Alonso foi até Valentina e a abraçou vendo ela chorar. – Não aconteceu nada. Olha para mim. – ele puxou o rosto dela do seu peito e a olhou nos olhos sem soltá-la. – Eu prometo que nada vai mudar entre a gente, eu conheço o seu caráter e principalmente o seu amor por mim, não vai ser uma noite qualquer que vai atrapalhar nossos planos.

− É mesmo? Você me perdoa? – Valentina falou com a voz embargada.

− Sim, porque você foi muito justa ao me contar e se tivesse algo a esconder nunca me falaria e eu jamais saberia. – Alonso sorriu e deu um selinho demorado em Valentina.

− Obrigada. – Valentina sorriu aliviada. – Você é o melhor noivo do mundo.

− E você a melhor noiva. – Alonso beijou a ponta do nariz de Valentina e a soltou. – E agora, você tem planos para hoje à tarde?

− Hum, tenho que buscar meu carro na casa da Gaby e depois não, não tenho nada. – Valentina deu de ombros.

− Podemos buscar o carro na Gaby e depois irmos ao cinema, o que acha?

− Perfeito. Deixa eu só pegar minha bolsa. – Valentina beijou Alonso e entrou na casa.

Valentina se despediu de Cecília e Rogério, depois pegou sua bolsa que ficava na sala mesmo e logo voltou a encontrar Alonso lá fora, onde entrelaçaram as mãos e saíram felizes. Parecia que o incidente da boate estava esquecido, mas não por muito tempo.

                                                                        ~ * ~

Valentina não para de pensar em José Miguel, mas ao mesmo tempo se diz muito arrependida do que fez e Alonso nessa história é tão bonzinho que chega a dar raiva, então preparem-se KKKKKK <3

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