Capítulo 88

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MESES DEPOIS

Valentina já estava totalmente recuperada, apesar de ser impossível de esquecer a perda de um filho, ela podia se dizer conformada, assim como Alonso que depois de um tempo, pediu a mulher que tentassem ter um filho novamente e ela aceitou, pois a sua gravidez por acidente tinha despertado a vontade nele e até nela mesma que daquela vez iria mesmo dar o pai que todos pensavam que seria, mas até então ainda não haviam conseguido e eles entraram em um acordo que não iriam tornar aquilo uma obsessão, quando fosse o tempo certo, Deus os abençoaria mais uma vez. José Miguel também seguia sua vida normal, focada apenas em seu trabalho e João Miguel e como Valentina, escondia o que sentia por ela no fundo do coração e conseguia conviver bem na presença dela e do marido. Em um dia normal, Valentina seguia para a escola do filho para deixá-lo e no meio de uma avenida movimentada, ela percebeu que um carro a seguia, mas permaneceu quieta para não assustar o menino, somente prestava atenção nos movimentos do outro carro que estava encostado ao seu. Até que sem que ela esperasse, o carro bateu na traseira do seu, fazendo com que ela e João se assustassem.

− Mamãe. – João Miguel falou querendo chorar.

− Calma, minha vida. Fica quietinho. – Valentina falou sem tirar a atenção do trânsito, tentando desviar do outro carro que ainda queria atingir o seu.

Valentina mantinha a calma por causa de João Miguel, mas várias coisas se passavam em sua cabeça. Por que uma pessoa desconhecida tentava atingir a ela e seu filho? Será que ela estava sendo confundida com alguém ou simplesmente foi a escolhida da vez por um maníaco qualquer? Ela não conseguiu segurar o grito quando o carro bateu na lateral do seu, mas ela conseguiu controlar a direção e estacionou no canto da pista, descendo do carro imediatamente para ver como estava seu filho e vendo que várias pessoas estavam fazendo o mesmo ao perceberem o que estava acontecendo, inclusive uma viatura.

− Meu filho, está tudo bem? – Valentina abriu a porta traseira do carro que estava amassada e tirou João Miguel da cadeirinha, vendo que não tinha nada de errado com ele.

João Miguel apenas cercou a cintura de Valentina com as pernas e a abraçou, chorando. Ela sabia que ele tinha se assustado, mas respirou aliviada ao ver que nada grave tinha acontecido.

− Está tudo bem, senhora? – um policial se aproximou.

− Sim, graças a Deus, foi só um susto. – Valentina falou tentando olhar o rosto de João Miguel.

− A senhora sabe me dizer o que aconteceu, se alguém tem algum motivo para cometer um atentado contra a senhora e sua criança?

− Na verdade, eu vinha reparando que esse carro nos seguia há algum tempo, mas não esperava que ele fosse bater em mim de propósito. O que não entendo é quem pode ter feito isso, ainda mais com uma criança inocente. – Valentina suspirou.

− Com licença. Eu consegui tirar uma foto da placa, não está muito visível, mas pode ser que ajude em algo. – um homem se aproximou com o celular em mãos.

− Obrigado, com certeza será muito útil. Permita-me. – o policial pegou o celular, enviou a foto para ele mesmo e entregou o aparelho ao dono. – Agora eu vou precisar que a senhora me acompanhe para prestar depoimento na delegacia. – ele se dirigiu à Valentina.

− Mas ela está com uma criança. Não é melhor ligar para algum acompanhante? – o mesmo homem interviu.

− Claro. Tem alguém de sua preferência, senhora?

− O meu marido. Só preciso de ajuda para pegar o celular que está no carro. – Valentina apontou com a cabeça, já que estava com as mãos ocupadas segurando João Miguel.

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