ᴛɪᴘᴏ ᴅᴇ ᴄᴀʟᴄɪɴʜᴀ

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O tio fooxie fora do baralho.

Continuando...

Não sei nem o que dizer. Ela está me olhando, esperando uma resposta mas não consigo pensar em nada assim tão rápido. Ela apoia o queixo no braço e olha fixamente para o além.

— Não sou muito bom com discursos motivacionais de improviso — digo a ela. — às vezes, a noite reescrevo conversas que tive durante o dia, mas altero para que reflitam tudo o que eu queria ter dito no momento. Então só quero que você saiba que está noite, quando eu colocar esta conversa no papel vou dizer alguma coisa heróica e isso vai fazer se sentir muito bem com sua vida.

Ela encosta a testa no braço e ri. Ver isto me faz sorrir.

— Está é de longe a melhor resposta que recebi por essa história.

Eu me inclino para frente para jogar meu pote na lixeira atrás dela. É o mais perto que chego dela desde que estávamos sentados juntos a mesa. O corpo inteiro dela enrijece com a minha proximidade. Em vez de me afastar de imediato, olho bem em seus olhos e me concentro em sua boca.

— É para isso que servem os namorados — digo me afastando devagar dela.

Normalmente, eu não daria muita importância ao fato de estar dando em cima de uma garota deliberadamente. Faço isso o tempo todo. Mas Carolina está me olhando como se eu tivesse cometido um pecado capital e isso me leva a questionar se interpretei mal o clima entre nós.

Eu me afasto por completo, sem desviar do seu olhar irritado. Ela aponta o dedo para mim.

— Isso — diz ela — Isso mesmo. É a essa merda que estou me referindo

Não sei a que ela está se referindo, então ajo com cautela.

— Você acha que eu estou fingindo dar em cima de você para fazer com que sinta melhor consigo mesma?

— E não está?

Ela realmente acha isso? As pessoas não dão em cima dela? É por causa das cicatrizes ou das inseguranças que ela tem por causa das cicatrizes? Com certeza os homens não são tão superficiais como Carolina está sugerindo. Se for assim, sinto vergonha por todos eles. Porque essa garota deveria estar afugentando os caras que dão em cima dela, e não questionando seus motivos.

Aperto a tensão do centro do meu maxilar, depois tapo a boca com a mão enquanto penso como responder. É claro que essa noite, quando eu parar para pensar neste momento, vou inventar todo tipo de respostas ótimas. Mas agora... Não consigo descobrir a resposta perfeita para salvar minha vida.

Acho que vou ficar com a sinceridade. Ou melhor, principalmente com a sinceridade.
Parece o melhor jeito de responder essa garota, porque ela nota quando é papo-furado como se estivesse escrito em um papel transparente.

Agora sou eu quem suspira fundo.

— Quer saber o que eu pensei quando vi você pela primeira vez?

Ela inclina a cabeça.

— Quando você me viu pela primeira vez? quer dizer, a uma hora inteira atrás? — ela responde, ignoro seu cinismo e continuo:

— A primeira vez que você passou por mim... Antes que eu interrompesse o almoço com seu pai... Fiquei encarnado sua bunda o tempo todo enquanto você andava. E não conseguia deixar de me perguntar que tipo de calcinha você estaria usando. Foi só no que pensei durante todo o tempo em que você ficou no banheiro.
Você era do tipo que usa fio dental? Ou não usa calcinha? Por que não vi contorno na sua calça jeans que sugerisse que você estava com uma calcinha.

" Antes de você voltar do banheiro, comecei a sentir um pânico no estômago, porque não tinha certeza se queria ver seu rosto. Fique ouvindo sua conversa e já sabia que sua personalidade me atraia, mas e seu rosto? As pessoas dizem que não se deve julgar o livro pela capa, mas e se algum jeito você lesse o livro sem ter visto primeiro a capa? E se você realmente gostasse do que está no livro? É claro que quando você se aproxima do livro e está prestes a ver a capa pela primeira vez, torce para que seja algo atraente. Por que quem é que quer um livro incrível na estante se tiver que olhar para uma capa de merda?"

Ela rapidamente volta os olhos para o colo, mas continuo falando:

— Quando você saiu do banheiro, a primeira coisa que notei foi seu cabelo. Me lembrou da primeira garota que beijei na vida. Ela se chamava Lana, o cabelo dela era lindo e cheirava a coco, então isso me fez perguntar se seu cabelo tinha o mesmo cheiro. Depois fiquei imaginando se você beijava como Lana porque embora ela tenha sido meu primeiro beijo ainda é um dos únicos que eu consigo lembrar em detalhes. Então logo notei seus olhos depois de admirar seu cabelo. Você ainda estava distante, mas olhava direto para mim quase como se não entendesse por que eu estava encarando.

  " Depois fiquei muito sem graça e me remédio na cadeira, porque como você já deixou claro,  eu sequer me olhei no espelho hoje. Eu não sabia o que você estava vendo ao me encarar, e se chegou a gostar do que viu, as palmas das minhas mãos suaram  porque está foi a primeira impressão que você teve de mim e eu não sabia se era boa o suficiente.

   " A essa altura, você já estava muito perto da minha mesa e foi quando meus olhos se ficaram em sua bochecha. Em seu pescoço. Vi suas cicatrizes pela primeira vez e ,justo quando notei. Você desviou os olhos rapidamente para o chão e deixou o cabelo cobrir a maior parte do seu rosto. E sabe o que pensei naquela hora, Carolina?"

Os olhos dela rapidamente encontraram os meus e percebi que ela não queria que eu falasse isso. Ela acha que sabe exatamente o que eu pensei naquele momento, mas não tem a menor ideia.

— Fiquei muito aliviado — digo a ela — Porque entendi, com aquele simples movimento que você era muito insegura. E me dei conta... porque é óbvio que você não sabe que é bonita para cacete...de que eu podia ter uma chance com você. Então eu sorri, porque tive esperanças de que se eu jogasse as cartas certas...podia descobrir exatamente que tipo de calcinha você estava usando por baixo dessa calça jeans.

Arthur é descarado né gente

The Date~Volsher Adaptation~Onde histórias criam vida. Descubra agora