ɴᴏ́s ᴅᴏʀᴍɪᴍᴏs?

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AAAAAA a cara de sono do Arthur amo<3

Olho para o teto e me pergunto como isto vai funcionar. Como vou simplesmente me despedir dela está noite, sabendo que nunca mais vou falar com ela? Tapo os olhos com meu antebraço. Queria não ter entrado naquele restaurante hoje. Não dá para sentir falta de quem nunca nos foi apresentado.

— Ainda está pensando em me beijar?

Jogo a cabeça no travesseiro e olho para ela.

—Fui além do beijo. Casa comigo.

Ela ri e se mexe na cama para ficar de frente para mim. Sua expressão é tranquila, com o vestigio de um sorriso. Ela estende a mão e coloca a palma em meu pescoço. Minha respiração fica ofegante.

— Você fez a barba — diz ela, passando o polegar pelo meu queixo. Acho que nenhuma parte de mim consegue sorrir quando ela me toca desse jeito, porque não há absolutamente nada de bom no fato de que não vou sentir isso de novo depois desta noite. É cruel pra cacete.

— Se eu pedir o número do seu telefone, você me dá?

— Não —responde ela, quase de imediato.

Comprimo bem os lábios e espero ela me explicar por que não, mas Carol não faz isso. Simplesmente continua passando o polegar de um lado a outro do meu queixo.

— E-mail?

Ela balança a cabeça.

— Você tem pelo menos um pager? Um fax?

Ela ri e é bom ouvir sua risada. O clima estava ficando pesado demais.

— Não quero um namorado, Arthur.

—Então, está terminando comigo?

Ela revira os olhos.

— Você entendeu o que eu quis dizer.— Ela afasta a mão do meu rosto e a coloca na cama entre nós dois. — Só temos 18 anos. Estou me mudando para Nova York. Nós mal nos conhecemos. E prometi a minha mãe que não me apaixonaria por ninguém antes dos 23.

Concordo, concordo, concordo e ... O quê?

—Por que 23?

— Minha mãe diz que a maioria das pessoas tem a vida definida aos 23 anos, então quero ter certeza de que sei quem sou e o que quero da vida antes de me apaixonar. Porque é fácil se apaixonar, Arthur. A parte difícil vem quando você cair fora.

Faz sentido. Se você for o homen de lata.

—Acha que pode mesmo controlar se vai ou não se apaixonar por alguém?

— Se apaixonar pode não ser uma decisão consciente, mas se afastar da situação antes que aconteça, é. Então, se eu conhecer alguém por quem acho que posso me apaixonar... Vou me afastar de sua presença até estar preparada para isso.

Uau. Ela parece uma mini-Sócrates com todos esses conselhos sobre a vida. Acho que devia anotar. Ou debater com ela.

Mas, sinceramente, fico aliviado que ela esteja dizendo essas coisas porque estava com medo de que fosse me beijar bébada e, no fim da noite, me convencesse de que somos almas gêmeas. Porque Deus sabe que se ela pedir, vou me jogar, sabendo que é a última coisa que devo fazer. Os homens não dizem não para uma garota como ela, por mais que achem relacionamentos pouco atraentes. Os homens veem peitos combinados com um ótimo senso de humor e acham que encontraram a porra do Santo Graal.

Mas cinco anos parecem uma eternidade. Tenho certeza de que ela nem vai se lembrar desta noite depois de cinco anos.

— Pode me fazer um favor, então, e me procurar quando tiver 23 anos?

The Date~Volsher Adaptation~Onde histórias criam vida. Descubra agora