** Epílogo **

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3 anos depois
Chris Ballard-Hunt

Subo as escadas e minha mão está quase congelando, tive que trazer isso por quatro quarteirões e estava rezando para que não tivesse derretido no caminho.

Passo pelo corredor e abro a porta, Dakota está mudando de canal e parece distraída, ela só está apertando o botão e mudando sem nem se importar.

-Alguma coisa legal?- fecho a porta com o pé.

-Não.- ela para em um filme de ação.- Você trouxe?

-Aqui.- dou o pote com a colher.

-Obrigada.- ela murmura abrindo.

Tiro minha camisa e a calça, deito na cama de novo e puxo os cobertores, ela se ajeita para comer o sorvete e pego a pasta que estava na mesinha.

Começo a ler os alvos e percebo que Dakota autorizou apenas para dois dos cinco que o pessoal tinha pedido. Leio as anotações dela e sorrio.

-Esses?- pergunto.

-Não tinham provas o suficiente.- ela fala distraída.

-Não. Essa anotação.- aponto e ela ri.- Sorriso bonitinho?

-Ele tem.- ela aponta com a colher e rio.

-Quem são esses?- pergunto.

-São traficantes de armas.- ela explica se ajeitando na cama.- Dois dos cinco esconderam mercadoria da gente e os outros três ainda estão limpos.

-O que Theo falou?- arrumo os papéis.

-Ele vai resolver.- ela bufa.- Eu poderia, mas...

-Não mesmo.- deixo a pasta de lado.

-Não é como se eu estivesse doente, Chris.- ela bufa.

-Você me prometeu que tomaria cuidado depois que descobrimos.- a encaro.

-Eu estou tomando cuidado.- ela mexe o ombro.- Os assassinos não me deixam nem treinar os mais novos.

-Ótimo, é bom que eles saibam que você tem que tomar cuidado.- falo enquanto ela revira os olhos.

-Já falei que não quero que me trate como uma...

-Grávida?- pergunto e nos encaramos.- Por que você meio que tá, sabia? Seis meses...

-Idiota.- ela me empurra e eu rio.

-Diz pra ela.- toco a barriga de Dakota.- Acho que a mamãe esqueceu.

-Eu não esqueci.- ela fala enquanto deito entre suas pernas e beijo a barriga.- As vezes eu só...

-Esquece?- falo de novo e ela me lança um olhar furioso.

Ela me observa e então encosto a testa na barriga dela, é tão bom tocar e saber que meu filho está aí dentro. Faltam poucos meses para nascer e parece que ainda vai demorar séculos.

Sinto os dedos de Dakota acariciando meus cabelos e o bebê chuta onde minha mão está na lateral da barriga. Ele geralmente chuta mais de madrugada.

Por isso não estamos dormindo agora.

-As vezes fico me perguntando por que deixei você me convencer de não ver o sexo.- ela murmura e eu levanta a cabeça a encarando.

-É mais legal assim.- falo com calma.- E tudo já está pronto, nem precisamos saber o sexo.

-Eu sou curiosa, sabia?- ela coloca o pote de sorvete de lado.- Nem escolhemos os nomes ainda.

-É, isso é preocupante.- subo para deitar de frente para ela.- Minha avô iria surtar se descobrisse isso.

Família e Honra - 4° Geração 01Onde histórias criam vida. Descubra agora