Capítulo 34 - Sofia

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Depois que Oliver saiu do quarto de Estevan, fui falar com ele, e percebi que ele estava nervoso e parecia com raiva, me tratando até com certa grosseria.

Peguei minhas coisas e voltei para a sala, onde Elena estava sentadinha no sofá, certamente estava confusa com tudo o que estava acontecendo:

― Eu tenho que ir agora Elena. Te vejo amanhã. –A abracei, tentando disfarçar minha tristeza- Se precisar de qualquer coisa, peça a dona Ana, está bem?

― Sofia?

― Sim?

― Você vai se casar com o meu papai? –Ela levantou seus olhinhos verdes para mim.

― Ainda é muito cedo para dizer isso querida...

― Eu iria gostar muito que você fosse minha mãe. –As palavras daquela garotinha atingiram com tudo o meu coração, e as lágrimas que estava segurando vieram com tudo. Apenas a abracei, chorando em silêncio.

― Você ficou triste com o que eu disse, Sofia? –Ela perguntou assustada, me olhando.

― De forma alguma Elena, eu estou chorando de felicidade. –Lhe lancei um sorriso- Você é uma ótima menina. Te vejo amanhã, está bem?

― Até amanhã, Sofia. –Ela me deu um último abraço e depois eu fui até a cozinha para avisar dona Ana que iria embora.

Ela estava de costas, lavando algumas louças na pia quando entrei na cozinha:

― Dona Ana, a senhora se importa se eu for embora um pouco mais cedo hoje? Não estou me sentindo bem. –Ela se virou para mim, secando suas mãos em um pano de pratos.

― Eu ouvi tudo, Sofia. –Ela disse, me pegando de surpresa.

― Então a senhora já sabe o que aconteceu. –Disse envergonhada.

― Bem, na verdade eu já suspeitava de que havia alguma coisa entre vocês, Oliver nunca passou tanto tempo em casa. –Ela disse com um sorriso.

― O Estevan nos viu juntos e por algum motivo, Oliver parece estar muito chateado. Não sei se é por minha causa, mas acho que ele vai preferir não me ver mais aqui hoje.

Ela caminhou até mim, me abraçando com força:

― Você é uma boa garota Sofia, e só eu sei o quanto Oliver vivia triste antes de conhecer você. –Ela se afastou, para olhar bem em meus olhos. Seu rosto envelhecido me fez lembrar da minha mãe- Você trouxe vida para essa casa e seja lá o que tiver acontecido, sei que vocês vão conseguir resolver isso. –Ela apertou minhas mãos- Nunca disse nada antes, mas, sempre achei que vocês dois formassem um belo casal.

― Obrigada dona Ana, mas agora eu tenho que ir.

― Quer que eu chame o Ariovaldo? Está chovendo muito lá fora.

― Não precisa, eu prefiro ir de ônibus, preciso pensar.

Sai da mansão Beaumont no meio da chuva. Mas sinceramente, eu não me importava de estar completamente ensopada, achava incrível a forma como minhas lágrimas se misturavam bem a água da chuva.

Quando cheguei ao ponto de ônibus, as pessoas me olharam com pena, mas eu apenas as ignorei e sentei em meu lugar. Havia uma tempestade maior dentro de mim naquele momento.

Oliver nunca havia sido grosso comigo antes e aquilo me assustava. Para ele estar daquele jeito, significava que algo de muito ruim havia acontecido durante a conversa que ele teve com o filho, que provavelmente deveria me incluir.

Eu sabia que Oliver me amava, ele já havia demostrado isso várias vezes, mas eu também sabia que antes do amor que ele sentia por mim, vinha a opinião dos seus filhos e, se eles achassem que nós não deveríamos ficar juntos, era isso que acabaria acontecendo.

A Babá dos meus FilhosOnde histórias criam vida. Descubra agora