Não nego que fiquei com um pouco de medo de entrar naquele carro com Denise, mas que outra escolha eu tinha? Bem no fundo, eu sempre soube que mais cedo ou mais tarde ela iria me procurar.
Depois que entramos no carro, ela selecionou uma playlist de músicas internacionais no celular e colocou para tocar no som do carro, fazendo questão de cantar todas as canções e exibir o seu inglês perfeito.
Me recostei no banco do carona e me mantive em silêncio, sempre alerta, para poder reagir a qualquer movimento seu, enquanto ela diria pelo centro cantando, como se fosse uma diva do pop.
Denise parou o carro em frente a um restaurante luxuoso, na verdade, foi ali que Oliver me levou para almoçar uma vez, antes mesmo de existir qualquer possibilidade de nós dois termos um relacionamento:
― Este é o melhor restaurante de toda a cidade. –Denise comentou vindo em minha direção, enquanto o manobrista levava seu carro.
― Eu sei, Oliver me trouxe aqui uma vez. –Ressaltei e pela sua cara, percebi que ela não ficou nada feliz em saber aquilo.
Entramos no restaurante e, como da última vez que estive ali, todas as pessoas presentes estavam muito vem vestidas. Nos sentamos em uma mesa mais afastada e logo um garçom veio nos atender:
― O que as senhoritas vão querer hoje? –Ele perguntou educadamente.
― Eu vou querer peito de frango grelhado, salada e um suco natural, por favor. –Pelo pedido de Denise, pude notar que ela era uma mulher que se preocupava muito com o seu físico.
― Eu não vou querer nada, obrigada. –Disse ao garçom, que logo se retirou dali.
― Está tentando manter a forma? –Denise levantou uma sobrancelha para mim- Não precisa se preocupar querida, você está ótima! Aliás, acredito que tenha sido o seu corpo que chamou a atenção de Oliver. Sabe, ele sempre gostou de mulheres com corpos esculturais...
― Afinal, o que você quer? –A interrompi, já um pouco sem paciência.
Ela retirou seus óculos escuro e o colocou sobre a mesa, me encarando:
― Eu quero te ajudar.
― Me ajudar? –Indaguei.
― Isso, simples assim. –Ela piscou para mim.
― Como você acha que pode me ajudar? –Perguntei, achando tudo aquilo muito surreal.
― Veja bem Sofia, por mais que me doa admitir, você é uma mulher bonita, jovem e me parece ser inteligente, mas só de olhar para você, se percebe que você é uma garota simples e... Céus! Que tipo de mulher abre mão de saltos por um par de botas? –Ela disse rindo, apontando para minhas botas de couro marrom.
― Olha, se você me trouxe aqui para me julgar e me humilhar, acho melhor eu ir embora... –Ameacei me levantar.
― Espere Sofia, você me entendeu mal –Voltei meu olhar para ela- Eu só quis dizer que você e o Oliver são pessoas completamente diferentes. Ele é um homem de negócios, milionário, bem-sucedido, bonito, atraente... –A forma que ela falou, soou como se ela pudesse ver o corpo de Oliver nitidamente em sua mente e, aquilo me irritou- Enfim, ele é o tipo de homem por qual, qualquer mulher daria tudo para poder ter e, por mais que agora ele possa estar atraído pela sua inocência ou por sua beleza, você não é o tipo de mulher que o Oliver precisa do lado dele.
― Me deixe adivinhar, você acha que é essa mulher, não acha? –Cruzei os braços, sem afastar meu olhar do seu, não deixaria que ela me dissesse o que bem entendesse.
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A Babá dos meus Filhos
RomanceSofia é uma moça de Goiânia-GO, que ao ganhar uma bolsa de estudos de 50% na PUC-RIO se muda sozinha para o Rio de Janeiro para cursar a tão sonhada faculdade de Psicologia. Para conseguir continuar seus estudos e se manter na cidade, Sofia começ...